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A Criação: Também um tipo de Palavra de Deus

Redação (Sexta-feira, 09-09-2016, Gaudium Press) Dizia um apreciado sacerdote argentino, que a Criação, as obras de Deus, são também Palavra de Deus.

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É claro, todo ser é participação do Ser de Deus, é vestígio de Deus, e neste sentido os seres são mensagem de Deus. É inclusive uma mensagem mais frequente que a da Palavra divina contida nas Escrituras, porque não é a todo momento que alguém pode estar lendo os gloriosos e necessários ensinamentos da Bíblia. Mas em qualquer circunstância estamos em contato com seres. E estes seres são como um cartão de visita de Deus.

Antes, assinalamos o absurdo de acreditar que o acaso ou o azar puderam criar os múltiplos seres do universo. Se quem olha uma casa em seguida pensa em seu construtor, muito mais o deve fazer quem contempla um colibri ou uma pantera: infinitamente mais complicado é criar vida -mais na exuberância em que ela existe- que construir qualquer edificação.

“Qual é a mensagem de Deus nesta pessoa?”. É a pergunta que cabe fazer-se diante da doutrina acima exposta quando nos deparamos diante de um ser humano. O que quis Deus dizer-nos dEle a criar este ser? Ou melhor que me quis dizer Deus permitindo-me a contemplação deste ser?

É claro que quanto mais belo o ser, mais mensagem de Deus nos traz. E entendemos aqui “belo” não somente como agradavelmente estético, mas como portando mais “carga” simbólica, quer dizer, mais belos são aqueles que em sua contemplação podemos perceber mais mensagem de Deus. Nesse sentido, o Crucificado no auge de sua dor e de suas chagas era o mais belo dos seres, pois evidenciava como nunca, nesse pináculo de sofrimento, todo o amor de um Deus que não poupou o sacrifício máximo de seu Filho, por amor aos homens.

O universo é todo um símbolo; em certo sentido pode ser uma liturgia.

E como a graça acompanha e aperfeiçoa a natureza e os bons movimentos naturais, não é infrequente que quando o homem abre seu coração ao simbolismo do universo, Deus envie sua graça para facilitar este caminhar, para orientá-lo e inclusive para mostrar por aí riquezas suas insuspeitas.

Da contemplação dos seres se pode subir a um escalão maior: a contemplação dos seres não criados, de mundos não criados, de universos não criados. Assim, talvez da contemplação de uma simples igrejinha inspirada pela graça, nasceram as maravilhosas catedrais, e assim todas as coisas maravilhosas que existem neste mundo. Dessa contemplação poderão nascer maravilhas ainda maiores. Deus pode inspirar essa contemplação, e o faz com frequência.

São mundos que correspondem a desejos que as almas têm implícitos em seu interior: desejos de um mundo perfeito, de uma felicidade total. Esses desejos, universalmente presentes em todo homem, não podem ser uma mentira, pois se existem em cada um dos seres humanos tem que ter sido postos aí pelo Criador dos seres humanos, que é Deus. E Deus não pode ter posto desejos que Ele não queira atender. É no fundo o desejo do Céu, glória prometida a todo homem que siga o caminho de Deus.

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É claro que ao Céu não se chega por si, mas que como diz a Escritura, “os violentos o arrebatam”, quer dizer, quem violentar suas más inclinações, subjuga seu pecado e faz triunfar em si a virtude.

Mas, como dizia Plinio Corrêa de Oliveira, com frequência é melhor subir que golpear, entre outras coisas porque quem sobe tem mais força para golpear: Quem contempla e degusta os panoramas magníficos que Deus nos têm reservado, terá mais força na luta para alcançá-los, com a graça de Deus.

Por Saúl Castiblanco

Traduzido do espanhol por Emílio Portugal Coutinho

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