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Uma das maiores prefiguras de Nossa Senhora

Redação – (Quinta-feira, 15/09/2016, Gaudium Press) – O sumo sacerdote Joaquim e os anciãos de Jerusalém foram a Betúlia para se informar dos fatos. Ao verem Judite, disseram:

Após as comemorações da vitória, Judite volta à vida de recolhimento

“Tu és a exultação de Jerusalém, a glória imensa de Israel, e Deus se agradou dessas coisas […] Tu és bendita, ó mulher, junto de Deus todo-poderoso, para todo o sempre!” (Jt 15, 9-10).

Todas as mulheres de Israel vieram para ver Judite e bendizê-la; e com ramos de oliveira elas realizaram uma dança, seguidas pelos guerreiros que cantavam hinos. Então, a grande heroína, em ação de graças, disse entre outras coisas que os inimigos de Deus, “pereceram na batalha do meu Senhor! Ai das nações que se levantem contra o meu povo! O Senhor todo-poderoso delas se vingará, no dia do Juízo as punirá” (Jt 16, 12. 17).

Depois o povo de Betúlia foi a Jerusalém, onde ofereceram holocaustos ao Senhor; Judite doou ao Templo todos os presentes que a população lhe concedera e o precioso cortinado que ela retirara da tenda do ímpio Holofernes. O povo continuou a manifestar sua alegria em Jerusalém, durante três meses, e Judite permaneceu com eles.

Após as comemorações, ela voltou a Betúlia e lá continuou levando uma vida casta e piedosa. Deu a liberdade à corajosa serva que a acompanhara na gloriosa epopeia, e faleceu aos 105 anos de idade. Todo o Israel ficou em luto por sete dias.

A epopeia de Judite faz lembrar o heroísmo de Jael que, com um martelo, cravou no chão a cabeça de Sísara, general cananeu que escravizava Israel (cf. Jz 4, 21). Judite e Jael foram prefiguras de Maria Santíssima.

Nossa Senhora esmagou a cabeça da serpente infernal…

O Pequeno Ofício da Imaculada Conceição, na hora Noa, diz que Nossa Senhora tem, “mais que Judite, o braço ousado”. Afirma Monsenhor João Clá: “Mulher forte por excelência do Antigo Testamento, Judite é uma das maiores prefiguras de Maria Santíssima”.

Padre Jourdain, que escreveu uma grande obra sobre a Santíssima Virgem, explica as analogias entre Judite e Nossa Senhora.

– Judite era bela e muito sábia; a Virgem Maria é de “uma beleza admirável, uma sabedoria que todos os mortais devem venerar”.

– A grandeza de Judite não é senão uma pálida figura da magnificência de Maria.

– Nossa heroína orava por seu povo, cuja libertação ela se propusera empreender. Assim fez Maria Santíssima, cujas orações na Terra atraíram a vinda do Salvador, e agora no Céu não cessa de interceder por nós.

– As homenagens que Judite recebeu de Ozias e de todo o povo israelita não eram senão uma representação dos louvores dirigidos a Maria pelos Patriarcas, Profetas e todos os fiéis; e o adversário que Judite venceu, Holofernes, simbolizava imperfeitamente o inimigo do gênero humano, ou seja, o demônio, o qual mil vezes prostrado por terra não deixa de renovar seus ataques.

– Não foi um Anjo, um rei poderoso ou um grande Profeta que Deus enviou para libertar seu povo, mas uma simples mulher: Judite. Para uma obra incomparavelmente maior – esmagar a cabeça da serpente infernal e dar um Salvador ao mundo -, o Altíssimo escolheu uma humilde Virgem: Maria Santíssima.

…e trouxe a confusão no império do demônio

– Após ter mostrado ao povo de Betúlia a cabeça de Holofernes, Judite disse: “Quando […] o Sol sair sobre a Terra, tomareis cada um as suas armas e saireis, todos os guerreiros, da cidade” (Jt 14, 2) para esmagar os assírios. O verdadeiro Sol nasceu quando o Verbo de Deus Se fez homem, no seio virginal de Maria. Doravante, iluminados por pelos raios desse Sol divino, podemos marchar ao combate contra o mundo, o demônio e a carne (cf. Ef 2, 1-3), contanto que estejamos com os olhos fielmente abertos a essa luz.

– Nabucodonosor representava Satanás. Era poderoso e ninguém ousava resistir aos seus exércitos vitoriosos, mas pela ação de Judite instalou-se o caos nas tropas comandadas por Holofernes. Nossa Senhora trouxe a confusão no império do demônio. Ela confundiu o orgulho de Satanás, por sua humildade; a diabólica astúcia, por sua sabedoria; enfim, todos os vícios daquele, por todas as suas virtudes.

Uma das principais virtudes de Judite era a combatividade. E Maria Santíssima brilhou também no espírito de luta, como explana o Prof. Plinio Corrêa de Oliveira:

“Concebida sem pecado original, Nossa Senhora esmagou – e esmagará para todo o sempre – a cabeça da maldita serpente. Agindo assim, Ela acrescenta às suas extraordinárias e singulares prerrogativas a glória da luta. Ela combateu, opôs um esforço a outro, despendeu todas as energias necessárias para aniquilar o adversário. Ela o derrotou e o tem a seus pés!”

Que Maria Santíssima nos conceda um elevado espírito de oração, uma seriedade sacral e uma combatividade invencível, pois os inimigos de Deus que hoje espalham o mal por toda a Terra são piores e mais poderosos do que Holofernes.

Por Paulo Francisco Martos
(in Noções de História Sagrada – 83)

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1 – CLÁ DIAS, João Scognamiglio, EP. Pequeno ofício da Imaculada Conceição comentado. 2. ed. São Paulo: Associação Católica Nossa Senhora de Fátima. 2010, v. I, p. 301.

2 – Cf. JOURDAIN, Zéphyr-Clément. Somme des grandeurs de Marie. Paris: Hippolyte Walzer. 1900, v. I, p. 547 a 554. .

3 -CORRÊA DE OLIVEIRA, Plinio. Conferência em 8-12-1991. Apud CLÁ DIAS, João Scognamiglio, EP. Pequeno ofício da Imaculada Conceição comentado. 2. ed. São Paulo: Associação Católica Nossa Senhora de Fátima. 2010, v. I, p. 306.

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