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O pedregulho que se converte em diamante

Redação (Segunda-feira, 19-09-2016, Gaudium Press) Muito cuidado com certa “objetividade”, essa que somente nos permite ver os seres concretos como na aparência eles são e que faz com que diminua o trabalho da boa imaginação. Pois os seres são muito mais do que vemos em seu exterior, eles são símbolos de Ideias Divinas, são expressões do Criador, segundo a doutrina tomista exposta, por exemplo, pelo Padre Cornelio Fabro.

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Quantas vezes não escutamos aquelas ‘palavras criminosas’ de certos adultos a umas pobres crianças, dizendo-lhes, a partir dessa objetividade achatada e amargurada: “Não viva no mundo da lua”, afirmando no fundo que somente se existe para trabalhar ‘eficientemente’ e produzir dinheiro, querendo extirpar da alma infantil os bons sonhos, esses que nos levam a ansiar um Império Perfeito, uma Pátria Celestial, sonhos que condescendem em que encontremos pedacinhos do céu nesta terra.

É claro, essas mentes criminosas têm sua própria lógica, uma lógica que parece férrea, mas que é simples e frágil como o papelão:

– “O que acredita que seja isso, bobo? É uma estúpida e simples pedra, nada mais. Não perca mais tempo com isso”, dirá uma ‘mente criminosa’ ao ver uma criança encantada contemplando um pedregulho de cristal. Esse adulto acredita que se está vendo o que é a pedra, mas é mentira. Sim, o pedregulho é pedregulho, mas também na alma inocente pode ser o primeiro escalão para a imaginação de um diamante, a primeira nota para compôr uma bela sinfonia de cristal.

E muitas vezes na aparência simples pedregulhos se convertem em diamantes. Os diamantes antes de serem diamantes parecem pedregulhos. De fato, os diamantes eram pedregulhos antes que uma alma inocente pensasse em cortá-los, poli-los com esmero, tirar deles o melhor de si e imaginar como seria esse pedregulho no céu, dando origem ao diamante aqui na terra. Da mente criminosa não teria surgido os diamantes.

Essa sã imaginação rumo ao céu não é perda de energia mas acúmulo de fortaleza.

Perguntamos: Quem trabalha com mais afinco ou com mais alegria? O mineiro que vê somente a pedra, ou o que já a imagina fazendo parte de uma maravilhosa catedral, aquele que pensa constantemente na magnífica catedral que está construindo, ou melhor, aquele que pensa na catedral arquetípica do céu? A resposta é evidente. A vida do primeiro é amarga; a vida dos segundos, em meio da luta, é feliz.

O segundo vive no reino encantado do que Plinio Corrêa de Oliveira chamava transesfera”, segundo a define Mons. João Scognamiglio Clá Dias, EP.: “‘Transesfera’ é tudo aquilo que está como que ‘além da esfera’, ou seja, acima de nós, mas é o hífen que liga o resto da Criação a Deus ou que a Ele conduz”. (1)

Por Saúl Castiblanco

Traduzido por Emílio Portugal Coutinho
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(1) Mons. João Scognamiglio Clá Dias, EP. O Dom de Sabedoria na Mente, Vida e Obra Plinio Corrêa de Oliveira. Vol I – Inocência, o Início da Sabedoria. Libreria Editrice Vaticana – Instituto Lumen Sapientiae. São Paulo. 2016. p. 51

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