Gaudium news > Cardeal Robert Sarah apresenta novo livro sobre a importância do silêncio

Cardeal Robert Sarah apresenta novo livro sobre a importância do silêncio

Cidade do Vaticano (Terça-feira, 11-10-2016, Gaudium Press) O Cardeal Robert Sarah, Prefeito da Congregação para o Culto Divino e a Disciplina dos Sacramentos, apresentou um novo livro dedicado a uma meditação cristã sobre a importância do silêncio. Em uma entrevista concedida ao jornal francês ‘La Nef’, o purpurado explicou a motivação desta publicação, a importância de fazer que Deus retorne ao centro da existência humana e a disposição espiritual que o homem deve ter diante da contemplação do mistério divino. O livro é intitulado ‘La Force du Silence’ (A Força do Silêncio), e retoma vários chamados prévios do Cardeal sobre a importância da Liturgia e sua adequada celebração.

“É tempo de redescobrir a verdadeira ordem das prioridades”, motivou o Cardeal Sarah diante da pergunta do sentido do livro. “É tempo de novamente colocarmos Deus no centro de nossas preocupações, no centro de nossas ações e de nossa vida: o único lugar que Ele deveria ocupar”. O purpurado convidou aos crentes a “gravitar” em torno da Rocha que é Cristo e alimentar a vida espiritual na oração “a qual é um momento de encontro íntimo e silencioso com Deus para adorá-lo e expressar o amor filial até Ele”.

Cardeal Robert Sarah apresenta novo livro sobre a importância do silêncio.jpg

O Cardeal assinalou que a necessidade mais urgente da Igreja não está referida a assuntos externos como a administração, os programas pastorais ou as estruturas. “Não nos enganemos. Esta é a única coisa urgente: redescobrir o sentido de Deus”, indicou. “O Padre somente permite aproximar-se Ele mesmo no silêncio”. O programa de mudança que requer a atualidade é para o purpurado o que já está contido nos Evangelhos e na Tradição: “Está centrado em Cristo mesmo, a quem devemos conhecer, amar e imitar para viver nEle e através dEle, para transformar nosso mundo que está sendo degradado porque os seres humanos vivem como se Deus não existisse”.

O Cardeal Sarah contrastou esta necessidade com as características do mundo atual, onde o ruído é quase inevitável. O Prefeito explicou que os cristãos não pertencem ao mundo e devem distanciar-se dos ruídos e rumores para ir ao encontro de Deus. “Nossa era ocupada e ultratecnológica nos fez inclusive mais enfermos. O ruído chegou a ser como uma droga da qual dependem nossos contemporâneos. Com sua aparência festiva, o ruído é um redemoinho que evita que se veja seu próprio rosto e confronte seu vazio interior”, lamentou. “É uma mentira diabólica. O despertar pode ser brutal. Não tenho medo de chamar a todas as pessoas de bem a alistar-se em uma forma de resistência. O que será do nosso mundo se não puder encontrar um oásis de silêncio?”.

O purpurado assegurou que o silêncio contribui para a essência da liturgia, a qual é de caráter místico por sua natureza. “Diante da majestade de Deus, perdemos nossas palavras. Quem se atreve a levantar a voz diante do Todo-poderoso?”, questionou o Prefeito, que recordou que esta atitude manifesta a aceitação humilde dos limites da criatura e a infinita transcendência de Deus. “Rejeitar este silêncio cheio de admiração confiada e adoração é negar a Deus a liberdade de capturar-nos com Seu amor e Sua presença”, comentou. (GPE/EPC)

Deixe seu comentário

Notícias Relacionadas