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Patriarca de Lisboa: Ritmos atuais exigem “meios pastorais diferentes”

Fátima – Portugal (Quinta-feira, 10-11-2016, Gaudium Press) Dom Manuel Clemente, Cardeal-Patriarca de Lisboa disse a jornalistas que a Igreja Católica precisa reconfigurar suas estruturas pastorais, sobretudo nos grandes centros urbanos, porque “a realidade do mundo é outra”.

As declarações do Cardeal-Patriarca foram feitas em Fátima, logo após a apresentação do livro ‘A Pastoral das grandes cidades’.
Dom Manuel Clemente disse aos jornalistas presentes que “as respostas da Igreja hoje ainda são herdeiras de um mundo que era predominantemente rural”. Ou seja, um ambiente onde “apareceram as paróquias, onde toda a gente se conhecia, onde a maior parte das pessoas nasciam, viviam, morriam no mesmo sítio”.

Vida itinerante e frenética

“Grande parte das pessoas hoje estão aqui e amanhã estão acolá”, mostrou o cardeal-patriarca de Lisboa, descrevendo um modo de vida que cria um ritmo que faz com que muitas vezes as pessoas sejam “urbanas de semana”, porque trabalham na cidade, “rurais ao fim de semana”, porque vão até à sua terra, e “litorais no Verão”, porque descansam na praia.

Dentro desse frenesi, em todos estes locais, os que fazem parte da estrutura da Igreja Católica tem que conseguir estar presente nesses locais, com “meios pastorais diferentes”, disse o Purpurado.

“A Pastoral das Grandes Cidades”

Compilado pelo arcebispo emérito de Barcelona, o Cardeal Luís Martínez Sistach, o livro ‘A Pastoral das grandes cidades’, surgiu no âmbito de um congresso internacional sobre a ação da Igreja no meio urbano, que foi realizado em 2014, com encontros realizados em Barcelona e no Vaticano.

O Cardeal espanhol afirma em seu livro que mais de 50 por cento da população mundial está hoje concentrada em grandes centros urbanos e este fato, em si, já deve levantar interpelações dirigidas às estruturas eclesiais, e não só aos responsáveis eclesiásticos católicos, os bispos e sacerdotes, mas também deve questionar os leigos.

Igreja em Saída

Para o Cardeal-Patriarca de Lisboa, “quando o Papa diz ‘uma Igreja em saída’, quer dizer que quem habitualmente está na celebração tem de se sentir motivado a levar isso fora e às vezes até aos vizinhos de prédio, que não são praticantes”, especificou o Purpurado português.

Continuou Dom Manuel Clemente para explicar aos jornalistas que, paralelamente a esta reconfiguração geográfica e social, que exige maior capacidade de “acolhimento”, está a revolução tecnológica que trouxe uma nova linguagem e maior agilidade à comunicação:

“A convocação já não é só o sino da igreja que chama para a missa não é? Pode ser uma mensagem, um SMS, pode ser uma notícia posta para logo à noite e aparece gente. E temos que nos ir adaptando à realidade de hoje”, conclui D. Manuel Clemente. (JSG)

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