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Cardeal Damasceno conta detalhes sobre a renúncia de seu ministério em Aparecida

Aparecida – São Paulo (Quinta-feira, 17-11-2016, Gaudium Press) Em entrevista concedida na manhã desta quarta-feira, 16, o Cardeal Raymundo Damasceno Assis anunciou à imprensa a sua renúncia. Contudo, não deixou de expressar sua gratidão, alegria e o sentimento de dever cumprido após 13 anos à frente da Arquidiocese de Aparecida.

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Nesta ocasião, também esteve presente o reitor do Santuário Nacional de Aparecida, Padre João Batista de Almeida.

A três meses de completar 80 anos, idade limite para ocupar um cargo ou responsabilidade como dispõe a Igreja Católica, o Cardeal Damasceno recebeu a aprovação do Papa Francisco ao seu pedido de renúncia feito ainda no pontificado de Bento XVI, em 2012.

Por meio de um texto intitulado “Mensagem”, com quatro páginas, o purpurado comentou, de forma breve, alguns dos momentos mais importantes de seu ministério junto à Igreja Particular de Aparecida. Entre eles, o raro privilégio de ter sido anfitrião de dois Papas (Bento XVI e Francisco).

Além disso, Dom Damasceno citou outras ocasiões importantes que contaram com sua participação, como a 5ª Conferência Geral do Episcopado Latino-Americano e do Caribe; a restauração do edifício do Seminário Bom Jesus; a nomeação de um bispo auxiliar para a arquidiocese; as diversas obras realizadas no Santuário Nacional de Aparecida; o acolhimento da Assembleia Geral da CNBB; a concretização dos primeiros passos para o novo Santuário dedicado à Frei Galvão e o fortalecimento da Rede Aparecida de Comunicação.

“Por tudo isso, posso afirmar, sem nenhuma hesitação, que encerro meu ministério episcopal na Arquidiocese de Aparecida como pastor plenamente realizado. Muito feliz, recorro a confidência feita pelo Apóstolo Paulo aos Filipenses para dizer, que, ‘aqui, não corri nem me esforcei em vão’. Tenho a esperança de ter feito, nesta Arquidiocese, na medida de minhas forças, o melhor pelo Reino de Deus”, destacou.

O Cardeal ainda pediu perdão pelos possíveis erros cometidos ao longo de seu ministério. “Peço perdão e agradeço a Deus por tudo o que pude realizar nesse período e desejo que rezem também por mim para que Deus me dê a graça de me manter fiel ao ministério que recebi dele, no lugar e no tempo que Deus me conceder nesta vida”.

Ao comentar da época de sua nomeação como Arcebispo de Aparecida, em abril de 2004, o religioso lembrou-se de um dos fatos que ele considera marcante em sua vida sacerdotal: a intercessão de sua mãe à Virgem Aparecida. “Confortavam-me e encorajavam-me também as palavras ditas por minha piedosa e devota mãe logo ao saber de minha designação (para Aparecida): ‘Rezei a ela pedindo que você fosse para Aparecida'”, recordou. “Eu tinha que acreditar nela, porque mãe é sempre mãe e quer o bem para os seus filhos, e ela achava que o melhor lugar era esse”, confidenciou.

Quanto ao seu futuro, Dom Raymundo falou que retornará para a Arquidiocese de Brasília, onde foi incardinado, e por lá se estabelecerá, ficando à disposição do Arcebispo Dom Sérgio da Rocha e da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), onde tem a possibilidade de exercer alguma função.

A hipótese de uma publicação na qual o Cardeal possa compartilhar suas histórias de Fé também não está descartada. “Tenho muitas memórias”, frisou.

Ao final da entrevista coletiva, agradeceu a presença dos jornalistas que o acompanharam ao longo de seu ministério e manifestou a sua alegria pela nomeação de Dom Orlando Brandes como sucessor.

“A ele os meus melhores votos para que seu ministério episcopal seja frutuoso não só para os fiéis, mas também para os romeiros que aqui vem. É um pastor muito dedicado, voltado para a pastoral e meios de comunicação”, concluiu. (LMI)

Da redação Gaudium Press, com informações A12

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