Gaudium news > Francisco: Com o ‘Sim’ de Maria, Deus vem habitar entre nós

Francisco: Com o ‘Sim’ de Maria, Deus vem habitar entre nós

Cidade do Vaticano (Sexta-feira, 09-12-2016, Gaudium Press) Pela festa da solenidade da Imaculada Conceição, o Papa Francisco, esteve na Praça São Pedro para rezar diante de milhares peregrinos a Oração Mariana do Angelus.

Na alocução proferida na ocasião o Santo Padre mostrou que as leituras da “hodierna solenidade da Imaculada Conceição da Beata Virgem Maria, apresentam duas passagens cruciais na história das relações entre o homem e Deus: podemos dizer que conduzem às origens do bem e do mal”.

Génesis: o homem preferiu olhar para si mesmo

O papa disse que “O livro do Génesis nos mostra o “não das origens”, no momento em que o homem preferiu olhar para si mesmo, em vez de confiar no seu Criador, quis fazer por conta própria, escolheu ser autossuficiente. Assim, rompendo a comunhão com Deus, esvaziou-se a si mesmo e passou a ter medo, a esconder-se e a acusar o seu próximo. Isso é o que faz o pecado. Mas o Senhor não deixa o homem à mercê do seu mal; imediatamente o procura e lhe faz uma pergunta cheia de apreensão: “Onde você está?”. É a pergunta de um pai ou de uma mãe que procura o filho perdido: “Onde estás? Em que situação encontras?”. E Deus faz isso com tanta paciência, até preencher a distância criada nas origens.”

O ‘sim’ da Anunciação

A segunda passagem crucial, narrada hoje no Evangelho, é quando Deus vem habitar entre nós, se faz homem como nós. E isso só foi possível por meio de um grande “Sim”, o de Maria no momento da Anunciação:

“Graças a este “sim” Jesus iniciou o seu caminho pelas estradas da humanidade; iniciou este percurso em Maria, vivendo os primeiros meses de vida no útero da mãe: não apareceu já adulto e forte, mas seguiu todo o percurso de um ser humano. Se fez em tudo igual a nós, exceto numa coisa: o pecado. Por isso, escolheu Maria, a única criatura sem pecado, imaculada. No Evangelho, com uma palavra, ela é chamada de “cheia de graça”, isto é repleta de graça. Isso significa que nela não há lugar para o pecado. E também nós, quando nos dirigimos a ela, reconhecemos nela esta beleza: a invocamos como “cheia de graça”, sem a sombra de mal”, sublinhou Francisco.

Sim incondicional

“Eis aqui a serva do Senhor”, responde Maria.

Ela não diz: “Desta vez vou fazer a vontade de Deus, eu estou disponível, depois vamos ver …”. O seu é um “sim” total, incondicional. Tal como o “não” das origens tinha fechado a passagem do homem a Deus, assim o “sim” de Maria abriu, para nós, o caminho para Deus. É o “sim” mais importante da história, o “sim” humilde que abate o “não” soberbo das origens, o “sim” fiel que cura a desobediência, o “sim” disponível que derrota o egoísmo do pecado.

Sim, sim; não, não

“Também para cada um existe uma história de salvação feita de sim e de não a Deus. Às vezes, porém, somos especialistas nos Sim à metade: somos bons em fingir de não entender bem o que Deus quer e o que a consciência sugere. Somos também astutos, e para não dizer um não verdadeiro a Deus dizemos: “eu não posso”, “não hoje, mas amanhã”; “amanhã serei melhor, amanhã eu vou rezar, vou fazer o bem, amanhã.” Assim, no entanto, fechamos a porta ao bem, e o mal aproveita desta falta de um “sim”. Em vez disso, cada “sim” pleno a Deus dá origem a uma história nova: dizer sim a Deus é verdadeiramente “original”, não o pecado, que nos torna velhos dentro, nos envelhece por dentro. Cada sim a Deus origina histórias de salvação para nós e para os outros.”

Neste caminho do Advento, Deus nos quer visitar e espera pelo nosso “sim”, mediante o qual dizemos a Deus: “Creio em Ti, espero em Ti, eu te amo; faça-se em mim segundo a tua vontade”.

Com generosidade e confiança, como Maria, vamos dizer hoje, cada um de nós, este sim pessoal a Deus, completou Francisco. (JSG)

Deixe seu comentário

Notícias Relacionadas