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Papa recebe 7000 moradores de zonas castigadas por terremotos

Cidade do Vaticano, 06-01-2016, Gaudium Press) Cerca de 7 000 pessoas que, de uma forma ou de outra, foram vítimas dos terremotos sucessivos que desde agosto de 2016 até este mês de janeiro têm sacudido a região central da Itália, foram recebidos pelo Papa Francisco, em Audiência na Sala Paulo VI.

O arcebispo de Spoleto-Norcia, locais atingidos pelos tremores de terra, Dom Renato Boccardo, explicou: “A audiência foi dedicada especialmente aos que perderam parentes, casas, terras e segurança económica: pessoas que foram de certo modo feridas pelo terremoto e carecem de consolo e esperança”.

Pe. Luciano Avenati, pároco de Abbazia di S. Eutizio in Preci, outra localidade fortemente flagelada pelos sismos, foi encarregado de saudar o Santo Padre em nome de todos os atingidos pelas catástrofes:
“Vítimas do terremoto no corpo, mas não na alma”, “Não temos mais casas, mas tivemos muitas reconciliações nos últimos meses. Redescobrimos ser uma grande família”, disse o padre Luciano.

Papa Francisco

O discurso-resposta do Papa foi improvisado, ele comentou os testemunhos a ele narrados e teve três palavras que poderiam ser chaves para relembrar sua reflexão: Reconstruir, mãos, feridas.

“Reconstruir”, não só as casas, mas também os corações; “mãos”, como as que removeram os escombros e as que, como as de Deus, que reconstroem; “feridas”, que se curam, mas que deixam cicatrizes.

Disse Francisco: “Na vossa situação, o pior que eu poderia fazer seria um sermão!” Ele explicou sua decisão de não fazer um discurso preparado para ater-se a palavras de testemunhos que acabara de ouvir. O Papa fixou-se mais na palavra “ferida”.

Comentou, então o Santo Padre:

“Cada um sofreu alguma coisa, alguns perderam tanto: casa, filhos, pais… O silêncio, o carinho e a ternura do coração nos ajudam a não ferir e fazem milagres na hora da dor! “, disse o Pontífice, lembrando o discurso feito pelo pároco.

“Houve reconciliações, foram deixados de lado rancores e nos reencontramos juntos, numa nova situação… com beijos, abraços e ajuda recíproca… e também com o pranto. Chorar só faz bem; nos expressamos diante de nós e de Deus, mas chorar juntos é melhor. E nós choramos juntos. Estas coisas me vieram no coração quando li e ouvi os seus testemunhos”, revelou o Papa.

Sentimentos do Papa: agradecimento, reconhecimento pelo bom exemplo

Continuando sua fala aos presentes, Francisco recordou:

“Vós sabeis que eu estou próximo de vós. Quando soube do que tinha acontecido naquela manhã, (24 de agosto) e recém-acordado, encontrei um bilhete que me informava dos dois tremores, eu senti duas coisas: a primeira foi ‘tenho que ir lá’ e a segunda foi ‘a dor’. Senti dor, muita dor, e com este sentimento, fui celebrar a missa da manhã.

Agradecimento

Obrigado pela vossa presença aqui hoje e em algumas audiências nos últimos meses. Obrigado por tudo o que fizestes com o vosso exemplo para construir, reconstruir os corações, as casas e o tecido social.

Batismo

Ao final da Audiência, Dom Domenico Pompili, bispo de Rieti, diocese mais atingida pelos tremores de terra, anunciou queo Papa Francisco batizará oito bebés nascidos em Amatrice e Accumoli, cidades do centro da Itália devastadas pelo terremoto de 24 de agosto.

A cerimónia será à tarde, na Casa Santa Marta, residência do Pontífice no Vaticano. A ideia nasceu e logo amadureceu durante a visita do Papa a Amatrice, em 4 de outubro passado.

Enquanto ele cumprimentava a população, uma senhora surgiu do meio do povo e apresentou seu bebé para ser abençoado pelo Pontífice, acrescentando que seu maior sonho era que o Papa o batizasse.

No próximo dia 14 de janeiro aquela mãe e mais outras sete, verão acontecer este desejo. (JSG)

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