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Papa recebe embaixadores e analisa conjuntura mundial

Cidade do Vaticano (Segunda-feira, 09-01-2017, Gaudium Press) Os embaixadores credenciados junto à Santa Sé foram recebidos na manhã desta segunda-feira, 09/01, pelo Papa Francisco no Vaticano para o tradicional encontro deles com o Santo Padre no início de cada novo ano.

Atualmente, são 182 os países que mantêm relações diplomáticas com a Santa Sé. O último deles a passar a integrar o grupo foi a República Islâmica da Mauritânia. Esse país assinou um acordo com a Santa Sé em dezembro de 2016. O atual decano do Corpo Diplomático é o angolano Armindo Fernandes do Espírito Santo Vieira, que representa seu país junto ao Vaticano desde 2002.

A Audiência

Esta tradicional Audiência é uma ocasião para o Pontífice fazer uma análise da conjuntura política internacional, tratando de temas importantes a todos que são por vezes os mais espinhosos de serem tratados.

O discurso do Papa deste início do Ano de 2017, foi dedicado à temática da segurança e da paz. Francisco considera que é importante dirigir uma palavra de esperança no clima de geral apreensão no presente e de incerteza e angústia para o futuro.

Violência de matriz religiosa

A violência, em especial de matriz religiosa foi o primeiro tópico tratado pelo Papa quando ele recordou as vítimas do terrorismo de fundo religioso nos seguintes países: Afeganistão, Bangladesh, Bélgica, Burkina Faso, Egito, França, Alemanha, Jordânia, Iraque, Nigéria, Paquistão, Estados Unidos, Tunísia e Turquia.

Para o Santo Padre, “São gestos vis, que usam as crianças para matar, como na Nigéria; tomam de mira quem reza, como na catedral copta do Cairo, quem viaja ou trabalha como em Bruxelas, quem passeia pelas ruas da cidade, como em Nice e Berlim, ou simplesmente quem festeja a chegada do Ano Novo, como em Istambul. “

O Pontífice afirmou que o terrorismo fundamentalista é fruto de uma grave miséria espiritual, que muitas vezes aparece associada a uma notável pobreza social.
Francisco pediu que sejam evitadas as condições que se tornam terreno fértil para a propagação dos fundamentalismos.

Falando dos encarcerados, o Papa manifesta sua gratidão a chefes de Estado ou de governo que acolheram seu convite a realizar um ato de clemência para com os reclusos. Para o Papa, o Jubileu extraordinário da Misericórdia constituiu uma ocasião favorável para descobrir a incidência da misericórdia como valor social.

Migração

O Pontífice abordou o tema da migração e os ininterruptos fluxos em diferentes partes do mundo: “Penso de modo particular nos numerosos deslocados e refugiados nalgumas áreas da África, no sudeste asiático e em todos aqueles que fogem das zonas de conflito no Oriente Médio. “

O Papa defende que esta questão deve ser enfrentada com uma abordagem prudente, avaliando até que ponto cada país é capaz de oferecer uma vida decente aos migrantes, sem lesar o bem comum dos cidadãos.

Francisco recordou que teve oportunidade de se encontrar diretamente com migrantes, como na ilha grega de Lesbos. No México, “senti-me solidário com os milhares de migrantes da América Central, que suportam terríveis injustiças e perigos na tentativa de poder ter um futuro melhor, vítimas de extorsão e objeto daquele comércio perverso – horrível forma de escravatura moderna – que é o tráfico das pessoas”, afirmou.

Defesa das Crianças e jovens

Em seu discurso, Francisco considerou prioritária a defesa das crianças, protegendo-as da exploração, do trabalho clandestino e escravo, da prostituição e dos abusos dos adultos.

E relembrou os jovens: “Penso nos adolescentes que sofrem as consequências do conflito atroz na Síria, privados das alegrias da infância e da juventude. Eles e todo o querido povo da Síria estão constantemente presentes no meu pensamento”. E fez mais uma vez, seu apelo à comunidade internacional para que ponha termo definitivamente ao conflito.

Conflitos e armas

O Papa denunciou o comércio das armas e a insistência constante de se produzir e disseminar armamentos cada vez mais sofisticados, manifestando preocupação com as experiências realizadas na península coreana. Mas, outros conflitos despertaram também a preocupação de Francisco: A Venezuela, “onde as consequências da crise política, social e econômica se agravam há muito sobre a população civil”; Oriente Médio, Iraque, Iêmen, Líbia, Sudão e no Sudão do Sul, República Centro-Africana, República Democrática do Congo, Myanmar, Chipre e Ucrânia.

Paz e Sustentabilidade

O Pontífice sublinhou que “Edificar a paz significa também empenhar-se ativamente no cuidado da criação”.

Para ele, o Acordo de Paris sobre o clima é um sinal importante do compromisso comum para deixar um mundo habitável para as futuras gerações. Por isso pediu uma cooperação cada vez mais ampla para enfrentar as alterações climáticas e manifestou sua solidariedade às vítimas de fenômenos naturais, como os terremotos que atingiram o Equador, a Itália e a Indonésia.

Paz, cooperação e apoio diplomático

“A paz é um dom, um desafio e um compromisso”, disse Francisco aos embaixadores e expressou seus votos para 2017:
“Que possam aumentar entre os nossos países e seus respectivos povos as ocasiões para trabalhar juntos e construir uma paz autêntica”.(JSG)

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