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Roma celebra a memória do Beato Angélico, padroeiro dos artistas

Roma – Itália (Sexta-feira, 17-02-2017, Gaudium Press) Dizem que o pincel do Beato Frei Angélico era guiado pela mão de Deus. Diferentemente dos artistas de seu tempo, suas obras estão marcadas pelo selo divino. Devido ao seu legado, especialmente o artístico, que segue perdurando no tempo, a Diocese de Roma renderá uma especial homenagem ao Beato frade com a celebração das vésperas solenes nesta sexta-feira, 17 de fevereiro.

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A comemoração litúrgica será às 18h30 na Basílica de Santa Maria Sopra Minerva com a presença de artistas e de pessoas que trabalham no mundo das artes. Será presidida pelo Cardeal Agostino Vallini, Vigário do Papa para a Diocese de Roma, e contará com a animação musical do Conservatório de Música do Lacio.

O Beato

Com o nome de berço de Guido de Pietro, o Beato Angélico nasceu por volta de 1390 em Mugello, na Toscana italiana. Sua santidade e fama se deve a que soube combinar sua vida de frade dominicano com a de pintor, destacando-se no início do Renascimento por mostrar em suas obras o ideal da beleza ligado ao divino, ao transcendente, selo que distinguiu suas pinturas diante dos artistas contemporâneos que apresentavam outros ideais de beleza.

Não existem muitos dados sobre seus primeiros anos, mas se sabe que por volta de 1417 esteve vinculado com os cursos de Florença, onde se formou como pintor e miniaturista.

Pouco tempo depois, em 1420, junto com seu irmão Benedetto, ingressa na Ordem dos Pregadores, ao novo convento de São Domingos que os frades Dominicanos tinham em Fiésole, na periferia de Florença. Ao receber a profissão religiosa muda seu nome de Guido à Frei Giovanny di San Domenico, começando também sua formação sacerdotal. Ali o Beato alterna de maneira maravilhosa sua observância à Ordem, seus estudos e sua vocação artística inata, que materializa com a criação do curso e estudo de arte.

É neste período, chamado ‘Fiesolano’ -de 1425 a 1438- que pinta, entre muitas outras, duas de suas mais preciosas obras: A ‘Anunciação’, que se encontra hoje no Museu do Prado; e a ‘Coroação’, no Museu do Louvre.

O Convento de São Marcos de Florença e Roma

Após vincular-se à nova comunidade dominicana de São Marcos em Florença, se faz discípulo de Santo Antônio de Florença, prior do convento e cuja Suma de Moral, assim como a Suma de São Tomás, lhe oferece ao Frei Angélico o magistério teológico-artístico que se reflete em suas obras posteriores.

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Neste tempo, que vai até 1445, quando floresce sua inspiração artística, multiplicando-se suas obras, sobretudo no convento onde realiza seus conhecidos afrescos do Claustro, a Sala Capitular, os Corredores e as Celas.

Depois viaja à Roma, onde o Papa Eugênio IV lhe encarrega da decoração muralista da já desaparecida Capela do Santíssimo Sacramento da Basílica de São Pedro. Estando na Cidade Eterna lhe propõem ser Arcebispo de Florença, mas declina a favor de Santo Antônio, seu prior. Em 1447 vai a Orvieto, onde decora com seus afrescos a Capela de São Brizio, na Catedral. Regressa a Roma para seguir seus trabalhos na Capela Nicolina, onde elabora os afrescos a Santo Estevão e São Lorenzo, que culmina em 1449.

Após o falecimento de seu irmão, o Beato retorna à Fiésole, onde em 1450 é nomeado prior do Convento. Poucos anos depois, a pedido do Cardeal Torquemada, regressa a Roma para decorar o claustro do convento de Minerva, onde falece no dia 18 de fevereiro de 1455. É neste lugar onde permanecem seus restos mortais.

Sobre o Frade e artista se referem os Dominicanos em seu website, tomando as interpretações de Frei Domingos Iturgaiz, em seu livro ‘Beato Angélico. Padroeiro espiritual dos artistas’: “Sua contribuição pictórica, apesar das conotações com outros mestres, se define por sua personalidade religiosa, por seu lirismo teológico transcendente, e pela carga espiritual que injeta aos seus protagonistas. Sua linguagem plástica contêm um processo de maturação acessível ao povo cristão, pois tudo o narra com simplicidade e transparência evangélicas. Sua produção artística, nos diversos períodos de sua vida, está marcada por esta dimensão didático-religiosa”. (GPE/EPC)

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