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Trento: uma cidade cheia de história

Redação (Sexta-feira, 17-02-2017, Gaudium Press) O castelo do ‘Buonconsiglio’, localizado na cidade de Trento, é considerado atualmente um dos maiores monumentos do Tirol do Sul, tendo sido construído no século XIII como residência dos Príncipes-Bispos tridentinos.

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Em suas origens foi um ‘castrum’ (fortificação) romano, dentro do qual viviam normalmente as legiões. Para fazê-lo, era comum que um tribuno, acompanhado por vários centuriões, inspecionassem a região para eleger o melhor lugar de defesa. Uma vez encontrado, edificavam o Pretório ou tenda do comandante e em seguida suas tendas. Com o tempo, se substituía as tendas por construções de madeira e finalmente de pedras.

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Se pode ver perfeitamente os dois estilos que compõem o Castelo do Buonconsiglio, um medieval, com sua bela torre gótica veneziana, e o outro o ‘Grande Palácio’, de estilo renascentista, construído em 1514 pelo Príncipe-Bispo Cardeal Bernardo Clesio.

Concílio de Trento

Mas Trento se fez famosa sobretudo porque aí se deu o Concílio de Trento, cuja principal finalidade foi a de condenar as heresias de Calvino e Lutero, entre outros.

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O Imperador Carlos V da Alemanha e I da Espanha, necessitava resolver os problemas internos das disputas entre católicos e protestantes para poder combater as contínuas invasões muçulmanas ao longo de todo o império. Por isso suplicou desde 1529 ao Papa Clemente VII a criação de um Concílio para responder definitivamente todas as questões. O rei da França, Francisco I, profundamente renascentista, foi o que mais se opôs à realização do Concílio. Permitindo por isso que o império otomano conquistasse a quase totalidade da Hungria e chegasse às portas de Viena.

Os problemas não deixavam de aumentar pois o Rei Henrique VIII da Inglaterra, que no início era defensor dos direitos da Igreja Católica, tendo, no ano de 1521 feito sua defesa dos Sacramentos, pouco mais de uma década depois, em 1533, tomado pelo espírito sensual renascentista da época, queria o divórcio de Catarina de Aragão e, como não o conseguiu, se separou da Igreja Católica, criando a Igreja Anglicana, na qual se divorcia e volta a contrair matrimônio por mais de cinco vezes.

Os ataques velados aos direitos da Igreja, através do espírito do renascimento, as ideias do protestantismo, ou as guerras do islã, somente aumentavam. Vendo isto, o Papa Paulo III tentou pela primeira vez em 1537 reunir o Concílio em Mântua, e em 1538 pela segunda vez em Vicenza, mas não logrou êxito. Somente no dia 13 de dezembro de 1545 que, em Trento, se abriu o Concílio Geral da Igreja, dando origem ao que se conheceu como a Contrarreforma.

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Este Concílio durou 18 anos, entre 1545 e 1563, mas de maneira descontínua, tendo 25 sessões. teve São Carlos Borromeu um papel muito importante neste Concílio.

Os principais pontos que se discutiram e definiram foram:

1 – Era necessário criar seminários especializados para a formação de sacerdotes;
2 – Se confirmou a exigência do celibato clerical;
3 – O homem necessita da existência mediadora da Igreja para salvar-se;
4 – Se reafirmou a hierarquia eclesiástica, sendo o Papa a máxima autoridade da Igreja;
5 – Era obrigatório aos párocos pregar os domingos e dias de festas, além de oferecer catequese para as crianças;
6 – Se reafirmou a validade dos sete sacramentos. E a união da Fé e as obras, somada à influência da graça divina, para conquistar a salvação;
7 – Se reafirmou o direito de ter devoção aos Santos, assim como a importância da Santa Missa;
8 – Se afirmou a existência do purgatório.

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No dia 24 de março de 1564, o Papa Pio IV criou, a pedido do Concílio de Trento, o INDEX que era uma lista das publicações perniciosas para nossa Fé. Houve mais de 40 edições, a última foi a de 1948 até que no dia 08 de fevereiro de 1966 o Papa Paulo VI o suprimiu.

Por Jorge Martínez

Traduzido por Emílio Portugal Coutinho

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