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Que o Senhor nos dê a graça da ‘santa vergonha’, pede Francisco em Santa Marta

Cidade do Vaticano (Terça-feira, 21-023-2017, Gaudium Press) A exortação do Papa Francisco na homilia da Casa Santa Marta foi resumida em um pedido: Que o Senhor nos dê a graça da ‘santa vergonha’ diante da tentação da ambição que envolve todos, inclusive os bispos e as paróquias.

Todos seremos tentados

O ponto de partida para as palavras do Papa foram as leituras sugeridas pela liturgia do dia.
A primeira leitura afirma que quem quer ser o primeiro, seja o último e o servidor de todos e que precisamos nos preparar para a tentação. O Evangelho traz o trecho que trata de Jesus anunciando aos discípulos sua morte. Eles não entendem o que Jesus quer dizer, mas não perguntam ou pedem uma explicação: eles têm medo.

Para Francisco, “Esta é a tentação de não cumprir a missão”.

Todos seremos tentados, afirma o Pontífice que relembra que “Jesus também foi tentado: no deserto, três vezes pelo diabo, e depois por Pedro, ante o anúncio da sua morte. “

O Papa recorda que o Evangelho narra ainda uma outra tentação: os discípulos discutem sobre quem deles é o maior. Quando Jesus os interpela eles se envergonham…

“Mas eram pessoas boas, que queriam seguir o Senhor, servir o Senhor, mas não sabiam que o caminho do serviço ao Senhor não era assim tão fácil, não era como filiar-se a uma organização, a uma associação de beneficência, para fazer o bem. Não, é outra coisa. Eles temiam isso. E depois, a tentação da mundanidade: desde o momento que a Igreja é Igreja e até hoje isto aconteceu, acontece e acontecerá.

Por exemplo, as lutas nas paróquias. ‘Eu quero ser presidente desta associação, quero me promover um pouco’. Quem é o maior, aqui? Quem é o maior nesta paróquia? Não, eu sou mais importante do que ele; aquele não porque fez aquilo… e assim por diante… a corrente dos pecados”, comentou o Papa.

A Graça de se envergonhar

O Santo Padre tratou de outras tentações antes de exortar a pedir sempre ao Senhor ‘a graça de nos envergonharmos’ quando nos encontrarmos em situações de tentação…

Entre estas tentações Francisco recordou a tentação que leva a ‘falar mal do outro’ e a ‘se promover’ e deu exemplos concretos para melhor explicar seu pensamento:

“Algumas vezes nós, padres, dizemos com vergonha, nos presbitérios: ‘Eu gostaria daquela paróquia… Eu queria aquela…’. É o mesmo: este não é o caminho do Senhor, mas o caminho da vaidade, da mundanidade. Inclusive entre nós, bispos, acontece o mesmo: a mundanidade chega como tentação. Muitas vezes ‘Eu estou nesta diocese mas estou de olho naquela, porque é mais importante, e articulo buscando influências, faço pressão, empurro neste ponto para chegar lá’.

Conclusão e pedido

O Papa Francisco concluiu pedindo para rezar pela Igreja, ‘por todos nós’, para que o Senhor nos defenda ‘das ambições, da mundanidade e de nos sentirmos maiores do que os outros’:

“Que o Senhor nos dê a graça da vergonha, aquela santa vergonha, quando nos encontrarmos nesta situação, diante da tentação. ‘Sou capaz de pensar assim? Quando vejo meu Senhor na cruz e quero usar o Senhor para me promover? E nos dê a graça da simplicidade de uma criança: entender que somente o caminho do serviço… E ainda, imagino ainda outra pergunta: ‘Senhor, eu te servi toda a vida, fui o último toda a vida. E agora, o que nos diz o Senhor? ‘ ‘Diga de você mesmo: ‘sou um servo inútil’. (JSG)

(Da Redação Gaudium Press, com informações RV)

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