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“As últimas palavras de Jesus e o início da Paixão”, tema de meditação no Retiro do Papa

Ariccia – Itália (Terça-feira, 07-03-2017, Gaudium Press) A segunda meditação dos Exercícios Espirituais para o Papa e a Cúria Romana foi realizada pela tarde de segunda-feira, em Ariccia.

As últimas palavras de Jesus e o início da Paixão, tema de meditação no Retiro do Papa.jpegO tema desta segunda meditação foi: “As últimas palavras de Jesus e o início da Paixão” no Evangelho segundo São Mateus. O pregador, Pe. Giulio Michelini, procurou lembrar nesta segunda meditação a importância de conjugar juntas a ajuda aos pobres e oração:

O Silêncio de Jesus

“Concluídos todos os discursos”, Jesus anuncia que será entregue para ser crucificado.

O trecho do Evangelho de São Mateus ofereceu ao frade franciscano a oportunidade de expandir-se sobre o silêncio de Jesus diante dos opositores, uma de Nosso Senhor durante a Paixão.

Frei Michellini sublinhou que, de fato, podemos dizer que em alguns momentos as palavras não servem, como quando os interlocutores são potenciais antagonistas ou o poder não permite pronunciá-las. E ele recordou que também São Francisco de Assis dizia aos frades que estivessem entre os infiéis de dois modos: anunciando o Evangelho, se puderem, ou então, com a sua simples presença cheia de exemplos, vivificante.

Jesus se cala diante de quem o considerava blasfemo e o queria destruir. Foi um silêncio que somente foi rompido com o golpe de lança e o grito com o qual termina a sua existência terrena.

O pregador franciscano observou que existem vários tipos de silêncio, entre eles o silêncio rancoroso de quem medita vingança e o silêncio de quem não ajuda as vítimas.

O silêncio de Jesus na Paixão é um silêncio desconcertante, desarmado e sereno. Mas para além do silêncio de Jesus, existe “o silêncio mais premente, o silêncio de Deus”. E Jesus confia Ele mesmo àquele silêncio do Pai.

Portanto, é preciso perguntar-se de que tipo são os próprios silêncios:

“Pensando no silêncio de Jesus pergunto-me, em primeiro lugar, se comunico a fé somente com palavras ou se minha vida é evangelizante. Pergunto-me também de que tipo são meus silêncios, e em relação ao ofício eclesial que desempenho, se sou culpado de silêncios que não deveriam existir.”

Os que batem a nossas portas

Pelo final de suas reflexões, Frei Giulio Michelini recordou aqueles que não participam das liturgias porque anciãos ou doentes, aqueles que batem em nossas portas pedindo apenas para ser ouvidos:

“São muitos os que não têm coragem de bater em nossas portas, e até aos quais devemos ir. Se somos sinceros e olhamos para dentro de nós, não podemos deixar de colocar-nos também nós entre aqueles pobres: no fundo cada um é um pobre para o outro.
As palavras de Jesus dizem que a sua missão não termina com a sua existência histórica, e, efetivamente, continua com o compromisso da comunidade crente em prol de todos os pobres, nós inclusive.”

E a exortação final do pregador dos Exercícios espirituais foi um incentivo para manter juntos o amor a Deus e o amor ao próximo:

“Pergunto-me se escolho somente uma parte – aquela que me é mais congenial, ou aquela mais ‘fácil’, e, portanto, coloco-me a ungir os pés de Jesus, talvez com a liturgia, a oração, deixando de lado os pobres, ou mesmo me dedico aos pobres, mas esqueço de rezar e honrar Jesus.

Consigo manter juntos o amor a Deus e o amor ao próximo?” (JSG)

(Da Redação Gaudium Press, com informações RV)

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