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Abrir os olhos diante da angústia dos outros: recomendação feita no Retiro do Papa

Ariccia – Itália (Quarta-feira, 08-03-2017, Gaudium Press) O Franciscano Frei Giúlio Michellini, escolhido pregador dos Exercícios Espirituais do Papa e da Cúria Romana nesta Quaresma, com suas preleções na Casa do Divino Mestre, em Ariccia, nas proximidades de Roma.

Na tarde da terça-feira ele apresentou aos retirantes sua quarta meditação tendo como tema: “A oração no Getsêmani e a prisão de Jesus (Mt 26, 36-46)”.

Sua reflexão iniciou-se com uma comparação entre a oração de Jesus no Horto das Oliveiras e aquela do Monte Tabor, na Galileia.
Impressionam as semelhanças de situação, disse Frei Michellini. Nas duas ocasiões Nosso Senhor encontra-se em estado de provação:

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No primeiro caso, Pedro e os outros não compreenderam o sentido do anúncio de Jesus que dissera que deveria morrer em Jerusalém; no segundo caso, porque Jesus acabara de anunciar que alguém haveria de entregá-lo, sublinhou Frei Giúlio.

Nos dois episódios Jesus chama a si os discípulos, Pedro, Tiago e João, e estes não entendem plenamente o que está acontecendo com Jesus.

Um elemento separa as duas cenas: no Tabor ouve se a voz do Pai que consola o filho; no Getsêmani, não se ouve nenhuma voz, observou o Franciscano. Ali, ao invés, é Jesus que se dirige ao Pai, acolhendo que seja feita a Sua vontade.
Essa vontade originária, destaca o Frei, não quer a morte do Filho, mas a salvação.

Diz frei Michellini, citando Romano Guardini:

“Jesus veio para redimir o seu povo e, com ele, o mundo. Isso deveria cumprir-se mediante a dedicação da fé e do amor; mas tal dedicação vacilou. Todavia, permaneceu o mandato do Pai, mas este mudou de forma. Quando se concretizou por consequência da rejeição, o destino amargo da morte tornou-se a nova forma da redenção – aquela que para nós é a redenção em sentido puro e simples”.

Mais adiante, chegando ao final de suas considerações, o pregador fez as habituais perguntas para as reflexões dos ouvintes:

-Como nos colocamos diante da angústia do nosso próximo? Mantemos os olhos abertos, rezamos, ou nos adormecemos como os três discípulos?

-A vontade de Deus é compreendida por nós como uma “extravagância”, algo que “se deve fazer” porque “Alguém decidiu”, ou vejo nela a Santa vontade de bem para todos? (JSG)

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