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Capela espanhola completa 800 anos com 24 horas de Adoração ao Santíssimo

Lugo – Espanha (Quarta-feira, 08-03-2017, Gaudium Press) A Catedral de Lugo é passagem obrigatória de centenas de peregrinos que vão rumo a Santiago de Compostela, mas também é um lugar único no mundo; e isto porque há oito séculos habilitou uma preciosa capela onde se adora ao Santíssimo Sacramento as 24 horas do dia.

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Sabe-se que a capela foi instalada no século XIII desconhecendo-se quem foi o autor da iniciativa ou como se desenvolveu, aquele então, o sistema de turnos. De acordo com César Carnero, Delegado do Patrimônio Histórico de Lugo, “desde o século XVI há provas irrefutáveis”, da adoração perpétua na Catedral.

Mas há várias pistas que indicam que o culto Eucarístico no lugar começou de maneira ininterrupta desde o século XIII, inclusive alguns se arriscam a firmar que pode ter começado antes.

Uma dessas pistas é o escudo de Galícia que mostra um cálice de ouro com uma hóstia e está acompanhado por sete cruzes; algo que chama a atenção se se tem em conta que aquele então já era a conhecida a rota do Caminho de Santiago, pelo que é de estranhar que a concha ou algum símbolo do caminho seja o que figure no dito escudo.

“Lugo foi desde o início a capital espiritual da Galícia. Foi capital romana do Noroeste de Hispania, e logo teve Diocese própria. Se o culto ao Santíssimo Sacramento não tivesse arraigado com força na região, em seguida teria sido substituído por algum símbolo jacobino, como a cruz de Santiago ou a concha do peregrino. Se pode pensar que se manteve a alusão ao Santíssimo no escudo da Galícia porque já havia uma longa tradição de adoração na Catedral de Lugo”, diz Carnero.

Os indícios da devoção ao Santíssimo Sacramento em Lugo também se encontram no Breviário da cidade que foi realizado em pergaminho no século XII e contêm um ofício próprio para a festa de Corpus Christi, o que reflete uma importante devoção Eucarística para aquele tempo.

Igualmente, a rainha Urraca menciona em um diploma à Nossa Senhora de Lugo, com data de 1112, a “grande celebração da divindade” que se realizava na Catedral de Lugo. E em 1619 Alfonso López Gallo, Bispo de então, disse encontrar em um arquivo da Diocese um documento que acredita que a exposição do Santíssimo se realiza na Catedral desde os tempos dos suevos, povos germânicos que entraram na antiga Hispania no século V.

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A prova mais confiável da adoração perpétua em Lugo data de 1534 com o que afirma o Bispo de Braga, que em um escrito diz que o Santíssimo Sacramento, “podia ser visto e adorado por quem entrasse na Igreja, porque para este fim as portas do sacrário são de cristal”.

Se conhece que Adoração Perpétua se deu de maneira ininterrupta na Catedral de Lugo. Somente se fala de uma vez que se interrompeu de maneira breve, até o século XIX, quando foi roubado um sol que continha a custódia. “Aquele foi um drama, mas em seguida se fez uma coleta popular com contribuições dos fiéis e da mesma rainha Isabel II para substituir o roubado”, comenta o Delegado de Patrimônio Histórico de Lugo.

Inclusive durante as guerras, a devoção continuou, tanto assim que muitas pessoas acudiam à capela para orar diante do Santíssimo e pedir pelo pronto e são retorno dos esposos, filhos e irmãos que se encontravam na linha de frente.

Para Careno, a presença da Adoração Perpétua na Catedral há 800 anos segue sendo um sucesso único, muito particular: “é um fato singular, e não se conhece bem sua origem. Quiçá seja devido a uma reação ante a heresia prisciliana que se propagou por esta região nos séculos anteriores. Mas é tão anômalo que não se conhece outro lugar, e muito menos uma catedral, que conserve esta presença de adoradores dia e noite diante do Santíssimo durante tantos séculos”. (EPC)

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