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Em entrevista, Francisco rejeita celibato ‘opcional’ para os padres

Cidade do Vaticano (Quinta-feira, 09-03-2017, Gaudium Press) O jornal alemão Die Zeit entrevistou o Papa Francisco.

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A entrevista que acaba de ser divulgada foi realizada em italiano e foi concedida ao jornalista, editor-chefe deste jornal de Hamburgo, na Alemanha. Diferentes assuntos foram abordados. Entre eles, tratou-se da questão vocacional, mais concretamente, da crise vocacional.

O que pensa Francisco

Francisco afirmou ao ‘Die Zeit’ que o celibato “opcional” para os padres católicos “não é uma solução” para a crise de vocações, mas ele admitiu que, neste campo, pode-se valorizar o papel dos homens casados.

Concretamente, ele se referia à proposta de ordenar homens de confiança, casados, de comprovada fé e virtude. Aqueles que na linguagem eclesiástica são designados pela expressão ‘viri probati’.

“Teríamos de considerar que tarefas poderiam eles desempenhar, por exemplo nas comunidades isoladas”, disse Francisco.

Como é sabido, a Igreja Católica de rito latino admite atualmente que homens casados subam ao primeiro grau do sacramento da Ordem, o diaconado.

O diaconado permanente foi restaurado pelo Concílio Vaticano II (1962-1965). A ele podem ser admitidos homens casados que tenham mais de 35 anos de idade, mas não acontece o mesmo com o segundo grau do sacramento da Ordem, o sacerdócio. Pois, o diaconado transitório, exercido por candidatos ao sacerdócio, só é concedido a homens solteiros.

Um “enorme problema”

A queda do número de candidatos ao sacerdócio é um “enorme problema” para a Igreja Católica, admitiu o Papa. Ele defendeu a ideia de que é necessário “trabalhar com os jovens que procuram orientação”, uma temática que vai será desenvolvida dentro da pauta do próximo Sínodo dos Bispos, em 2018.

Francisco recordou para o jornal que “Muitas paróquias estão nas mãos de mulheres dedicadas que nos domingos conduzem as orações. É um problema a falta de vocações. É um problema que a Igreja deve resolver”, enfatizou, pois, onde não há sacerdotes falta a Eucaristia e “uma Igreja sem Eucaristia não tem força”.

Baixa taxa de natalidade

Francisco afirmou ainda que nos países ocidentais, o problema tem um agravamento por causa da baixa taxa de natalidade: porque “se não há crianças, não haverá sacerdotes”.

O Papa lamentou outro fato que tem trazido problemas para a Igreja: a constatação de que alguns jovens são ordenados sacerdotes não “por vocação”.

Padres das Igrejas Orientais em comunhão com Roma

Para os sacerdotes da Igreja Católica de rito latino, o celibato é obrigatório. Nas Igrejas Orientais em comunhão com Roma, dentro de normas específicas, pode ser ordenado um homem casado. Porém, depois de ordenados, eles devem seguir o celibato e, portanto, não podem casar-se.

No Sínodo dos Bispos realizado em 2005 considerou-se que a ordenação sacerdotal dos ‘viri probati’ não seria uma solução. Na ocasião, foi dado como exemplo a situação pela qual passam as Igrejas Orientais ligadas a Roma: “elas têm padres casados, mas que sofrem, apesar disso, de crise de vocações”. (JSG)

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