Gaudium news > Entra em vigor na Espanha a 3ª edição em castelhano do Missal Romano

Entra em vigor na Espanha a 3ª edição em castelhano do Missal Romano

Madri – Espanha (Quarta-feira, 08-03-2017, Gaudium Press) Desde o dia 04 de março, durante as missas vespertinas do Primeiro Domingo da Quaresma, entrou em vigor em todas as Dioceses da Espanha a Terceira Edição em castelhano do Missal Romano. Assim ficou escrito no decreto emitido pelo Cardeal Ricardo Blázquez Pérez, presidente da Conferência Episcopal Espanhola (CEE), onde determina que a partir da data seu uso será obrigatório para as celebrações.

Entra em vigor na Espanha a 3ª edição em castelhano do Missal Romano.png

Em entrevista com a agência de informação do Episcopado Espanhol SIC, o Padre Luis García Gutiérrez, diretor do Secretariado da Comissão Episcopal de Liturgia do organismo eclesial, explicou o porquê da nova edição do texto para a Missa: “A razão da nova tradução do Missal Romano se deve a um desejo de que os textos que utilizaremos na Eucaristia, a partir do Primeiro Domingo da Quaresma, respondam com maior fidelidade e exatidão ao texto original latino”.

O sacerdote se referiu a uma das principais modificações que traz a Terceira Edição do Missal: “Nas palavras da consagração do Cálice, começaremos a escutar ‘por muitos’, no lugar do que dizia o sacerdote antes ‘por todos os homens’. Isto se deve a um desejo expresso do Papa emérito Bento XVI, no que se pede às Conferências Episcopais, quando publiquem seus missais, a fidelidade aos textos originais da Sagrada Escritura; em concreto, dos Evangelhos”.

Disse que isto não significa em nenhum caso, como indicou o Papa Emérito, “uma restrição da doutrina da Igreja Católica”, já que “Cristo morreu por todos os homens, e assim o segue dizendo a Igreja. Mas se pede que os textos sejam fiéis ao que dizem os Evangelhos: ‘por muitos'”.

Sobre esta mudança também se referiu Dom Julián Ruiz Martorell, Bispo de Huesca e de Jaca, e Membro da Subcomissão Episcopal de Catequese, entrevistado por SIC: “A redenção é universal, Cristo nos redimiu a todos, mas essa salvação temos que assimilá-la”.

Por exemplo, continuou o prelado, “se um médico aconselha a um enfermo tem que fazer estas determinadas coisas, deve tomar este medicamento. Aí está a resposta; o médico não deve acreditar que o enfermo tenha de ser passivo, mas pelo contrário; tem que receber as doses, tem que assimilar essa proposta de cura. O mesmo acontece com Jesus Cristo: já nos redimiu, mas também quer que sejamos agentes; que recebamos, que assimilemos, que cooperemos, não para salvar-nos, mas para aceitar esse dom de sua salvação”.

Para formar as Dioceses sobre a matéria, a partir do Secretariado da Comissão Episcopal de Liturgia, se preparou um material que se tem feito chegar a todos os Bispos espanhóis, assim como aos delegados de Liturgia. “Esperamos que todos os fiéis possam ir compreendendo pouco a pouco, a razão e o significado desta mudança”, manifestou o Padre García Gutiérrez.

O caminho deste Missal começou com São João Paulo II, que no dia 20 de abril de 2000, aprovou a Terceira Edição Oficial, chamada “Típica em língua latina” do Missal Romano, promovido pelo Concílio Vaticano II.

Após um longo trabalho de revisão e atualização, o texto para a nova edição é aprovado pela Assembleia Plenária do Episcopado Espanhol no dia 21 de abril de 2010; recebendo no dia 08 de dezembro de 2015 seu ‘recognitio’ por parte da Congregação para o Culto Divino e a Disciplina dos Sacramentos.

Desde esse momento a Comissão de Liturgia da Conferência Episcopal Espanhola, em união com publicações da CEE, começou o processo de layout e concepção da nova edição, que foi apresentada oficialmente no dia 07 de outubro de 2016, e implementada no Primeiro Domingo da Quaresma de 2017.

O Missal Romano é o livro litúrgico que a Igreja Católica utiliza para as celebrações da Santa Missa no rito romano. As diferentes edições estão constituídas pelo ordinário da Missa com as orações que se pronunciam a cada dia: o santoral e as missas votivas, além das missas para os defuntos. (EPC)

Deixe seu comentário

Notícias Relacionadas