“Sabemos quem é Jesus, mas talvez não o tenhamos encontrado pessoalmente”, diz Francisco no Angelus
Cidade do Vaticano (Segunda-feira, 20-03-2017, Gaudium Press) Na manhã de domingo o Papa Francisco dirigiu-se aos fiéis reunidos na Praça São Pedro para a recitação do Angelus do meio dia.
Foto: Gustavo Kralj – Gaudium Press |
Ainda antes da oração mariana, os cerca de 40 mil peregrinos ouviram os comentários do Pontífice baseados na narração do Evangelho de São Mateus.
O Papa teve ocasião de afirmar: “Sabemos quem é Jesus, mas talvez não o tenhamos encontrado pessoalmente, falando com Ele, e não o tenhamos ainda reconhecido como o nosso Salvador”
Jesus e a Samaritana
Era o III Domingo da Quaresma, e Francisco quis destacar que o Evangelho do dia narra o diálogo de Jesus com a Samaritana, contextualizando aquele encontro descrito numa das páginas mais bonitas do Evangelho.
O encontro de Jesus com esta mulher deu-se quando Nosso Senhor atravessava os caminhos da Samaria. A região localiza-se entre a Judeia e a Galileia e seus habitantes eram desprezados pelos Judeus e foi a população que lá vivia que se tornou uma das primeiras a dar sua adesão `a boa nova do cristianismo que os apóstolos espalharam.
Os discípulos tinham ido à cidade a procura de alimento. Jesus fica só próximo ao poço de Jacó e pede água a uma mulher que lá apareceu para buscar água. Jesus tem sede e lhe pede água para beber. Na ocasião surgiu um diálogo.
“Como, sendo judeu, tu me pedes de beber, a mim que sou samaritana?” Jesus lhe respondeu: “Se conhecesses o dom de Deus e quem é que te diz ‘dá-me de beber’, tu é que lhe pedirias e ele te daria água viva!”, uma água que sacia toda sede e se torna fonte inesgotável no coração de quem a bebe (Jo 4,10-14).”
Água diferente, Fonte de Água Viva
Jesus fala com a mulher sobre o poço, sobre o cansativo e monótono de buscar água, do bom que seria se houvesse uma fonte de água, sempre jorrando…
Mas Jesus fala de uma água diferente, sublinhou, o Papa.
No diálogo, a Samaritana deu-se conta de que quem estava diante dela era um profeta e ela confiando nela, lhe fez perguntas religiosas.
“A mulher fica impressionada com o grande respeito que Jesus tem por ela e quando Ele lhe fala da verdadeira fé, como relação com Deus Pai ‘em espírito e verdade’, então intui que aquele homem poderia ser o Messias, e Jesus – coisa raríssima – o confirma: ‘Sou eu, que falo contigo’. Ele diz ser o Messias a uma mulher que tinha uma vida tão desordenada”, observou o Pontífice.
Água que dá a vida eterna
Foto: Gustavo Kralj – Gaudium Press |
Dando continuidade a seus comentários, o Pontífice recordou aos que o ouviam que “a água que dá a vida eterna foi infundida em nossos corações no dia do nosso Batismo”. Por esta água ele nos transformou e encheu-nos de sua graça.
“Mas pode acontecer que este grande dom o tenhamos esquecido, ou reduzido a um mero acontecimento da nossa vida”, e talvez vamos em busca de “poços” cujas águas não nos saciam, disse Francisco:
Conhecemos, mas não temos contato pessoal
“Quando esquecemos a verdadeira água, vamos à procura de poços que não têm águas límpidas. Então esse Evangelho é propriamente para nós! Não somente para a Samaritana, mas para nós. Jesus nos fala como à Samaritana. É claro, já o conhecemos, mas talvez não o tenhamos encontrado pessoalmente. “
Foi aí que o Papa salientou que o tempo da Quaresma é ocasião propícia para aproximar-nos d’Ele, encontrá-lo na oração num diálogo de coração para coração, falar com Ele, escutá-lo; é a ocasião para ver o seu rosto também no rosto de um irmão ou de uma irmã que sofre.
“Desse modo podemos renovar em nós a graça do Batismo, saciar-nos na fonte da Palavra de Deus e de seu Espírito Santo; e assim descobrir também a alegria de nos tornar artífices de reconciliação e instrumentos de paz na vida cotidiana. “
E foi então que o Santo Padre concluiu sua catequese pedindo que “Que a Virgem Maria nos ajude a haurir constantemente a graça, aquela graça que brota da rocha que é Cristo Salvador, a fim de que possamos professar com convicção a nossa fé e anunciar com alegria as maravilhas do amor de Deus, misericordioso e fonte de todo bem”. (JSG)
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