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Casa Santa Marta: “Ser perdoados e perdoar: um mistério difícil de entender”, diz Papa

Cidade do Vaticano (Terça-feira, 21-03-20217, Gaudium Press) Na homilia que proferiu durante a Santa Missa rezada na Capela da Casa Santa Marta, o Papa Francisco reiterou a importância de estar consciente da maravilha que Deus realiza conosco com a sua misericórdia, e de exercer esta misericórdia, depois, com os outros.

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Francisco afirmou: “Ser perdoados e perdoar: um mistério difícil de entender. É preciso oração, arrependimento e vergonha”.

Um mistério difícil de se entender

A grande “obra de misericórdia de Deus”, é envergonhar-se dos próprios pecados. E esta é uma graça que não podemos obter sozinhos.

No Evangelho do dia, Mateus 18, 21-35, o servo que o patrão perdoa, apesar de suas grandes dívidas, foi incapaz de perdoar seus devedores: “Ele não entendeu o mistério do perdão”, sublinhou o Papa.

E, falando da realidade de nossos dias, disse Francisco:
“Se eu pergunto: ‘Vocês são todos pecadores?’ – ‘Sim, padre, todos’ – ‘E para receber o perdão dos pecados?’- ‘Nos confessamos’ – ‘E como você se confessa?’- ‘Vou, digo meus pecados, o padre me perdoa, me dá três Ave Marias para rezar e vou embora em paz’.

“Você não entendeu!”, prosseguiu o Papa. “Fazendo assim, você foi ao confessionário fazer uma operação bancária ou um processo burocrático. Não foi lá envergonhado pelo que fez. Viu algumas manchas em sua consciência e errou, porque pensou que o confessionário fosse uma lavanderia para limpar as manchas. Você foi incapaz de envergonhar-se por seus pecados”.

Por que o perdão é um mistério…

Assim, o perdão recebido de Deus, a “maravilha que fez em seu coração” – prossegue o Papa – deve poder “entrar na consciência”, caso contrário, “você sai, encontra um amigo, uma amiga e começa e falar pelas costas de alguém, e continua a pecar”.

“Eu posso perdoar, somente se me sinto perdoado”:
“Se você não tem consciência de ser perdoado, nunca poderá perdoar, nunca. Sempre existe aquele comportamento de querer acertar as contas com os outros.

O perdão é total. Mas somente se pode dar quando eu sinto o meu pecado, me envergonho, tenho vergonha e peço o perdão a Deus e me sinto perdoado pelo Pai e assim posso perdoar. Caso contrário, não se pode perdoar, somos incapazes disto.

Por esta razão o perdão é um mistério”.

Graça da vergonha diante de Deus

O servo, o protagonista do Evangelho – diz o Papa – tem a sensação de “ter conseguido”, ter sido “esperto”; mas pelo contrário, não entendeu a generosidade do patrão. É aquela que o Papa define como “a hipocrisia de roubar um perdão, um perdão fingido”:

“Peçamos hoje ao Senhor a graça de entender este “setenta vezes sete”. Peçamos a graça da vergonha diante de Deus. E’ uma grande graça! Envergonhar-se dos próprios pecados e assim receber o perdão e a graça da generosidade de dá-lo aos outros, porque se o Senhor me perdoou tanto, quem sou eu para não perdoar? “. (JSG)

(Da Redação Gaudium Press, com informações RV)

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