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Beato José Mayr-Nusser: o recruta que disse sim a Cristo e não a Hitler

Redação (Terça-feira, 21-03-2017, Gaudium Press) “Reze por mim, Hildelgard, para que, na hora da provação, eu possa agir sem medo e sem vacilar, assim como é meu dever diante de Deus e de minha consciência”. Este foi o pedido feito por José Mayr-Nusser em sua última carta escrita para sua esposa em 27 de setembro de 1944, pouco antes de morrer.

Beato José Mayr-Nusser o recruta que disse sim a Cristo e não a Hitler.jpgMayr-Nusser acaba de ser beatificado pelo Cardeal Ângelo Amato, Prefeito da Congregação das Causas dos Santos, em Bolzano.

O novo Beato foi mártir das perseguições que os nazistas realizaram contra os católicos e morreu na véspera de sua execução, após contrair uma forte pneumonia originária dos maltratos pelos quais passou na prisão hitleriana.

O Novo Beato

José Mayr-Nusser nasceu em 27 de dezembro de 1910, em Bolzano, cidade do Trentino-Alto Ádige, uma cidade italiana que durante a II Guerra Mundial, foi incorporada à Alemanha, após ter pertencido, por longos anos, ao Império Austro-húngaro.

Desde muito jovem, o Beato José Mayr, sendo um bom católico praticante, tinha um pendor para a pratica das obras de caridade. Ele dispensava uma grande atenção para com os pobres e logo tornou-se membro das Conferências de São Vicente de Paulo. Participou da Ação Católica Italiana que na época era perseguida pelo regime fascista da Itália.

Esposo e pai católico, mártir da insanidade nazista

Em 26 de maio de 1942, José Mayr-Nusser casou com Hildegard, que era sua colega de trabalho. Dessa união tiveram um filho.

Sendo obrigado a se inscrever no Exército Nazista, recrutado, não fez o juramento que todos os recrutas deviam proferir: “Juro a ti, Adolf Hitler, Chefe e Chanceler do ‘III Reich’, fidelidade e coragem. Prometo solenemente a ti e aos superiores designados, obediência até à morte. Que Deus me assista”!

Na hora em que deveria pronunciar o tal juramento, o jovem recruta, que estava com 34 anos, levantou a mão e pediu para falar. Disse ele:

-“Comandante, não posso fazer este juramento ao Chefe (“Führer”).

-Por que? quê, replicou o Comandante.

-“Por motivos religiosos”, respondeu.

Ainda nesta ocasião José comentou com seus camaradas:

-“Se ninguém tiver coragem de dizer o que pensa contra as ideias nazistas, nada mudará”.

Depois disso, não demorou muito e ele foi preso.

Com outros prisioneiros, foi embarcado num comboio que tinha como destino, primeiro Konitz e, depois, Dantzig.

Foi em Dantzig que ele morreu no dia 24 de fevereiro de 1945. Era a véspera de sua transferência para o Campo de extermínio alemão de Dachau, onde já estava previsto seu fuzilamento por alta traição.

O novo Beato José Mayr-Nusser foi martirizado por ter renunciado firmemente -como católico- de tornar-se cúmplice de uma guerra trágica e eivada de princípios anticristãos e ateus.

Ele cumpria o que sua consciência de cristão lhe pedia: testemunhar o Evangelho.

A memória litúrgica do Bem-aventurado Josef será celebrada, pela primeira vez, no dia 3 de outubro. (JSG)

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