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Congresso teológico em Roma destaca testemunho da Igreja na África

Roma – Itália (Quarta-feira, 22-03-2017, Gaudium Press) Um importante congresso se desenvolve em Roma sob o título “Teologia Cristã Africana: Memórias e Missão para o século XXI”, e representa um rito da vitalidade da Igreja no continente, sendo a maior reunião de prelados africanos em Roma a partir do Sínodo dos Bispos para África de 2009. Seu principal organizador, Padre Paulinus Odozor, manifestou ao informativo norte-americano Crux que a Igreja na África tem posta sua atenção em seu crescimento e em desafios distintos aos quais enfrenta a Igreja no Ocidente.

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O congresso convoca de 22 a 25 de março a teólogos africanos, acadêmicos internacionais interessados em temas de religião e sociedade, a autoridades eclesiásticas e outros participantes especializados em um evento patrocinado pela Universidade de Notre Dame. Os palestrantes e assistentes refletiram sobre a identidade da teologia africana, a forma na qual esta contribui à Igreja e à sociedade e sua contribuição para o mundo inteiro.

Entre os participantes se encontram os Cardeais Francis Arinze e John Onaiyekan, provenientes da Nigéria, o Cardeal Laurent Monsengwo da República Democrática do Congo, e o Cardeal Peter Turkson, de Ghana. O Padre Odozor explicou que o conceito de teologia africana surge quando os sacerdotes africanos começaram a formar-se em teologia em Roma e em universidades europeias em meados do século XX, criando uma contribuição que vai além de simplesmente receber a Fé desde sua compreensão europeia.

Uma Igreja local com sua própria agenda

Entre os desafios próprios da Igreja na África, o Padre Odozor citou o “colonialismo, a independência, a guerra, a epidemia de VIH/Sida, o aumento do extremismo islâmico”, assim como a globalização e a revolução sexual. Estas graves preocupações se encontram distantes das controvérsias da Igreja no Ocidente como as propostas de mudança da disciplina da Igreja na administração do sacramento da Eucaristia para divorciados que voltam a casar.

“O problema com o Ocidente é que faz estreitas as coisas, despojando um texto como esse (Amoris Laetitia) a um ou dois assuntos”, afirmou o Padre Odozor, que afirmou que a controvérsia não é importante para a África. “Não o é, porque a resolvemos há muito tempo. Não podem (receber a comunhão). Todos estão de acordo com isto”. O sacerdote explicou que a Igreja na África não enfrenta problemas de divórcio e novas uniões, mas com situações como a poligamia. “Se você vai às paróquias ordinárias na maioria da África, encontrará que as pessoas das que fala não se apresentariam para comungar porque já aceitam que essas são as regras. Não é um problema, especialmente dado que as pessoas têm uma oportunidade de examinar seus matrimônios e perguntar se foram celebrados validamente (através do processo de nulidade)”.

As estimativas demográficas projetam uma crescente importância da Igreja na África. Segundo o ‘World Christian Database’, a população católica na África em 2050 seria de 450 milhões de pessoas, sendo o continente com maior número de fiéis. Em 30 anos, a povoação africana seria de quase o dobro da europeia. Atualmente, dois purpurados africanos ocupam cargos de grande relevância na Santa Sé: o Cardeal Robert Sarah, Prefeito da Congregação para o Culto Divino e a Disciplina dos Sacramentos, e o Cardeal Peter Turkson, nomeado à frente do novo Dicastério para o Desenvolvimento Humano Integral. (EPC)

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