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O caminho até Jerusalém: uma experiência para viver a Semana Santa

Jerusalém – Israel (Sexta-feira, 07-04-2017, Gaudium Press) Jerusalém é o coração da Terra Santa, é testemunho da Paixão, Morte e Ressurreição de Jesus Cristo e lugar testemunha da salvação de toda a humanidade por meio do Filho de Deus. Por isto é destino privilegiado de peregrinações para a Semana Santa que está próxima de começar.

“Quantas recordações, quantas imagens, quanta paixão e que grande mistério encerra a palavra ‘Jerusalém’! Para nós, os cristãos, representa o ponto geográfico da união de Deus com os homens, da eternidade e a história”, assinala São João Paulo II.

De acordo com a Custódia da Terra Santa, confiada aos Missionários Franciscanos, peregrinar a Jerusalém não significa somente viajar como um mero visitante, mas implica, além da viagem física, um “caminho da alma”, que envolve tanto a mente como o coração para chegar a um encontro “de conversão, de devoção, de escuta, com a Eucaristia e com Cristo nos irmãos”.

É um encontro de conversão, porque o peregrino vive a experiência do filho pródigo, que reconhece seu pecado e tem o desejo de mudar sua vida, retornar ao seu Pai, para assim receber seu abraço; encontro que está marcado pelo Sacramento da Reconciliação.

“Neste contexto – diz Frei Artemio Vítores, ofm, que foi Vigário da Custódia da Terra Santa-, o encontro com Jerusalém deveria começar no Monte das Oliveiras, e mais precisamente no Santuário do ‘Dominus Flevit’, o lugar do pranto de Jesus sobre Jerusalém, surda e cega diante da visita do Salvador”.

Dali se faz experiência da devoção; posto que o peregrino chega a Jerusalém a orar e adorar a quem deu sua vida por ele; e o Santo Sepulcro, assim como Getsemani, são os lugares privilegiados para oferecer a Jesus Cristo uma oração confiada.

Neste sentido, como refere Frei Artemio, “a peregrinação é um chamado e uma educação à oração. A oração do peregrino pode assumir formas diversas: de louvor e de adoração ao Senhor por sua bondade e santidade, de referência aos Santos Lugares santificados pela presença de Jesus Cristo ou da Virgem, de agradecimento pelos dons recebidos, de petição de graças necessárias para a vida, e de imploração do perdão pelos pecados cometidos, ou simplesmente para cumprir um voto”.

Também é um encontro de escuta, já que Jerusalém é, antes de tudo, “parte integrante da compreensão da Palavra histórica de Deus”. Neste lugar o peregrino “se encontra em uma situação privilegiada para escutar a Palavra de Deus nos lugares onde tem ressoado (…) Na Terra Santa o Evangelho soa de outra maneira”, diz o franciscano, que acrescenta que a Bíblia é a principal guia do peregrino.

Assim como a Bíblia é o guia, a Eucaristia é o pão que sustenta o caminho do peregrino. Aqui nasce o Encontro com Jesus a partir de seu Corpo e de seu Sangue. “A celebração eucarística acompanha as diversas etapas da peregrinação e deve refletir os acontecimentos pascais do Êxodo, mas sobretudo a de Cristo que celebra sua Páscoa em Jerusalém, ao final de sua longa viagem até a cruz e a glória”, assinala Frei Artemio.

Um encontro que se recorda no Cenáculo de Jerusalém, lugar da Última Ceia, que o Papa Francisco teve a alegria de visitar e onde celebrou a Missa durante sua viagem à Terra Santa no dia 26 de maio de 2014. Naquela ocasião, o Sumo Pontífice expressou: “Aqui onde Jesus consumiu a Última Ceia com os Apóstolos; onde, ressuscitado, apareceu no meio deles; onde o Espírito Santo desceu abundantemente sobre Maria e os discípulos. Aqui nasceu a Igreja, e nasceu em saída. Daqui saiu, com o Pão partido entre as mãos, as chagas de Jesus nos olhos, e o Espírito de amor no coração”.

Por último, o encontro com Jesus em Jerusalém se dá através dos irmãos. “A caridade deve ser colocada em prática durante o caminho da peregrinação, socorrendo aos necessitados, compartilhando com os demais o alimento, o tempo e as esperanças (…) A caridade se manifesta também nas ofertas para os pobres, nas ajudas aos peregrinos enfermos (…) Com estas atitudes pode o peregrino encontrar a Cristo em Jerusalém”, conclui Frei Artemio. (EPC)

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