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A Semente, a Palavra e a Graça

Redação (Sexta-feira, 12-05-2017, Gaudium Press) Dizia o Senhor: “O Reino de Deus é assim como se um homem lançasse semente à terra. E dormisse, e se levantasse de noite ou de dia, e a semente brotasse e crescesse, não sabendo ele como” (Mc 4, 26-27).

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Recordemos primeiro o que Maldonado dizia, que “o fim de toda a parábola é demonstrar a grande eficiência da Palavra de Deus, a qual somente com o cair na terra, como dizia na parábola anterior, ainda que não se faça mais, logo brota por si mesma, cresce e leva fruto”. (1) Entretanto, não apenas se requer o dinamismo próprio da semente para que ela frutifique, mas que também deve cair na boa terra. O que é a boa terra?

Expressa o Cardeal Gomá: “Esta terra, diz o Crisóstomo, é nossa livre vontade: porque nem tudo faz o Senhor na obra de nossa salvação, mas confia à nossa liberdade, a fim de que a obra seja espontânea. É verdade que sem Deus nada podemos fazer na ordem sobrenatural, mas também é certo que Deus não nos salvará sem nossa livre cooperação. O fruto da vida eterna é da semente e da terra, de Deus e do homem”. É claro entretanto, que a cooperação do homem, é sobretudo a do atender a voz da graça divina, que vai dando consciência do profundo sentido da Palabra Divina, da importância desta Palavra e vai lhe inspirando à força para fazê-la realidade em sua vida. Temos portanto, que semente também é a graça.

Diz a respeito Mons. João Scognamiglio Clá Dias, EP (1): “A força latente em uma semente para fazer germinar a planta é imagem do vigor próprio da graça e dos carismas quando atuam na alma humana”.

A graça, com frequência, de tão sutil que é, parece uma pequena semente. Ela é discreta, respeitosa de nosso eu, de nossa liberdade; às vezes se manifesta por coisas tão simples como um entardecer, um sermão normal. Mas quando floresce em plenitude, aí está a vida dos Santos para testemunharmos toda sua gigantesca vitalidade: a inocência ofuscante e caritativa de um São Francisco, a grandeza bondosa e régia de um São Luis Rei, por exemplo.

Por fim tudo é graça. Deveríamos tratar as graças que recebemos, com a importância que verdadeiramente elas tem.

Por Saúl Castiblanco

(1) As citações são tiradas de Mons. João Scognamiglio Clá Dias, EP, O Inédito sobre os Evangelhos – Comentário aos Evangelhos dominicais – Ciclo B – Domingos do Tempo Ordinário. Librería Editrice Vaticana e Arautos do Evangelho. Vaticano. 2014

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