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Auxílio dos Cristãos

Redação – (Quarta-feira, 24-05-2017, Gaudium Press) No dia de Nossa Senhora Auxiliadora, 24 de maio, as considerações que aqui transcrevemos são muito oportunas, sobretudo se levarmos em conta que o sendo gregário , necessita do convívio com outros homens. Nossa Senhora Auxiliadora é modelo para esse relacionamento social e de alma.

Errônea concepção da vida sem caridade

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No mundo contemporâneo não é raro que alguém se deixe levar pela ideia de que os relacionamentos devem se basear numa troca de direitos e deveres, exclusivamente. Ou seja, cada homem tem determinados direitos que implicam em deveres de outrem para com ele. Uma vez respeitados tais direitos, o homem tem suas necessidades atendidas.

Portanto, o ato de bondade, de caridade, de amor ao próximo, inteiramente gratuito, não tem razão de ser. Se os direitos não são acolhidos, cumpre exigi-los, como se cobra uma letra de câmbio. Consoante tal mentalidade, todas as relações humanas se reduziriam a um sistema de cheques. Então, a verdadeira noção de caridade – que compreende prestações de serviço realizadas por amor, bondade, simpatia, a concessão gratuita de vantagens, etc. – desaparece. Mais ainda. Atrapalha a vida social, fundamentada na estrita justiça, transtorna o convívio dos homens, baseado num jogo de exigências. Se alguém pretendesse receber mais do que lhe é necessário, o indivíduo infectado por essa concepção responderia: “Dou-lhe aquilo a que apenas tem direito. Se quiser mais, mereça!”

Se uma pessoa transpõe esse modo de ver as coisas para a ordem sobrenatural, dirá: “Não compreendo a misericórdia de Deus para comigo, pois Ele está disposto a me perdoar e a me ajudar, mesmo quando não O agrado. Se agi mal, que Ele me puna, pois é a atitude lógica. Caridade, bondade… são coisas que não têm sentido. Baseio-me nos meus direitos, os quais Deus precisa atender.”

Socorro baseado numa relação impregnada de bondade

Ora, essa não é a mentalidade com a qual devemos considerar nossa vida terrena, e muito menos a nossa vida de piedade, nosso relacionamento com Deus.

Auxílio dos Cristãos (2).jpgCom efeito, o convívio humano, quando bem entendido e praticado, fundamenta-se em grande parte na solicitude e na compaixão de uns para com os outros, sobretudo dos que têm mais em relação aos que têm menos. Que dizer, então, do trato de Deus conosco? Esse comércio tem como um dos seus fatores preponderantes a bondade, e bondade gratuita, a efusão de caridade, de misericórdia, compaixão, assistência contínua. E diante de Deus, devemos nos sentir pequeninos, impotentes, encontrando a razão de esperar clemência em nossa própria pequenez, até em nossa fraqueza quando pecamos.

Deus nos amou gratuitamente, e quer de nós que também O amemos. Estamos cumulados de dívidas, e o único meio de saldá-las consiste em manifestarmos esse amor e essa adoração a Deus. Em segundo lugar, compreendendo humildemente que necessitamos da ajuda divina, como o filho depende do pai, sem estar fazendo grandes contabilidades, e sim recebendo tudo d’Ele – eu diria – com uma espécie de santa sem-cerimônia.

Com esse pressuposto, entendemos melhor o fundamento do título de Nossa Senhora Auxiliadora. Pois o que se diz sobre a infinita bondade de Deus para conosco, devemos dizê-lo da insondável solicitude de Maria em relação a seus filhos. Ela nos ajuda a todo momento, nos dispensando misericórdia e favores aos quais não teríamos direito, e nos concede tudo isto com uma superabundância de amor, de sorrisos, de perdão, muitas vezes dando-nos o que não pedimos, ou mais do que rogamos, e até movendo nosso coração para aceitar benefícios que não queríamos receber.

Portanto, a ideia do auxílio de Nossa Senhora está toda pervadida pelo princípio de que as relações entre o homem e Deus são baseadas não apenas na justiça, mas em larguíssima parte na misericórdia, na generosidade sem limites, na benevolência e na gratuidade de favores.

Razões a mais para nunca deixarmos de invocá-La: Auxílio dos Cristãos, rogai por nós.

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