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"Nos sacerdotes jovens, a juventude da Igreja": diz Papa para a Congregação do Clero

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Cidade do Vaticano (Quinta-feira, 01-06-2017, Gaudium Press) – Em audiência realizada na Sala do Consistório, no Vaticano, o Papa Francisco recebeu cerca de cem participantes da plenária da Congregação para o Clero.

Francisco manifestou, em discurso, sua alegria em poder dialogar sobre o ministério ordenado e recordando “a promulgação da nova “Ratio Fundamentalis”, documento que fala sobre a formação integral, capaz de incluir todos os aspectos da vida; e que indica o caminho para formar o discípulo missionário”.

Fascínio do chamado para a Vocação e responsabilidade

Refletindo sobre o fascínio do chamado e sobre o compromisso que ele exige, o Papa pensou sobretudo nos “sacerdotes jovens, que vivem a alegria do início do ministério, mas também o peso”:
“O coração de um jovem sacerdote vive entre o entusiasmo dos primeiros projetos e a ânsia das fatigas apostólicas, nas quais se imerge com um certo temor, sinal de sabedoria. Ele sente profundamente a alegria e a força da unção recebida, mas sente também gradualmente o peso da responsabilidade, dos vários compromissos pastorais e das expectativas do Povo de Deus.”

Defesa dos jovens prejulgados


O Santo Padre disse que “muitas vezes os jovens são julgados de forma superficial e são etiquetados como geração líquida, sem paixões e ideais”.

“Certamente, existem jovens frágeis, desorientados, fragmentados ou contagiados pela cultura do consumismo e do individualismo. Mas isso não deve nos impedir de reconhecer que os jovens são capazes de apostar firmemente sua vida e de se envolver com generosidade, de voltar o olhar para o futuro e ser um antídoto contra a resignação e a perda de esperança que marca a nossa sociedade; de ser criativos e alegres, corajosos na mudança, magnânimos na dedicação aos outros ou luta por ideais como a solidariedade, a justiça e a paz. Com todos os seus limites, eles são sempre um recurso.”

Sobre os sacerdotes jovens, ainda disse o Papa:
“Deus olha para eles com a ternura de Pai e não deixa os seus passos vacilar. Aos seus olhos vocês são importantes e Ele sabe que estariam à altura da missão à qual os chamou. Como é importante que os sacerdotes jovens encontrem párocos e bispos que os incentivem nesta perspectiva e não somente os esperem porque é preciso mudar e preencher os lugares vazios!”
“Alegro-me sempre quando encontro sacerdotes jovens, porque neles vejo a juventude da Igreja. Por isso, pensando na nova Ratio, que fala sobre o sacerdote como um discípulo missionário em formação permanente, desejo indicar, sobretudo, aos sacerdotes jovens, alguns comportamentos importantes como: rezar sem cessar, caminhar sempre e partilhar com o coração”, disse Francisco.

Rezar, rezar, rezar… para ser pescadores de homens


O Santo Padre recomendou aos sacerdotes:
“Rezar sem cessar porque podemos ser ‘pescadores de homens’ somente se nós por primeiros reconhecemos ter sido pescadores da ternura do Senhor. A nossa vocação começou quando, abandonada a terra do nosso individualismo e de nossos projetos pessoais, nos encaminhamos para a santa viagem, entregando-nos ao Amor que nos procurou e à Voz que fez vibrar o nosso coração. Assim, como os pescadores da Galileia, deixamos as nossas redes agarramos aquelas que o Mestre nos entregou. “

Oração, trabalho, descanso


“Aquilo que aprendemos no tempo do seminário, vivendo a harmonia entre oração, trabalho e descanso, é um recurso precioso para enfrentar as fadigas apostólicas. Todos os dias precisamos parar, colocar-nos à escuta da Palavra de Deus e nos deter diante do Tabernáculo”, recomendou o Papa.

“A oração, a relação com Deus, o cuidado da vida espiritual dão alma ao ministério, e o ministério dá corpo à vida espiritual: o sacerdote se santifica e santifica os outros no exercício concreto do ministério, especialmente rezando e celebrando os Sacramentos. “

Peregrino nas estradas do Evangelho


“Caminhar sempre, porque um sacerdote permanece sempre um discípulo, peregrino nas estradas do Evangelho e da vida, olhando para o limiar do mistério de Deus e para a terra sagrada do povo a ele confiado. Portanto, atualizar-se sempre e permanecer abertos às surpresas de Deus”, sublinhou o Papa Francisco.

Burocrata da religião

Enfim, “a vida sacerdotal não é um escritório burocrático ou um conjunto de práticas religiosas ou litúrgicas para atender”.
“Ser sacerdote significa arriscar a vida pelo Senhor e pelos irmãos, carregando na própria carne as alegrias e angústias do povo, dedicando tempo e escuta para curar as feridas dos outros, oferecendo a todos a ternura do Pai”, disse ainda o Santo Padre.
“Os jovens não precisam de um profissional do sagrado ou de um herói que responda às suas perguntas. Eles são atraídos sobretudo por aqueles que sabem se envolver sinceramente em suas vidas, com respeito e ouvi-los com amor. Para isso, é preciso ter um coração cheio de paixão e compaixão pelos jovens”, afirmou o Papa para concluir. (JSG)

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