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Cardeal chinês afirma: “Os comunistas têm medo de Nossa Senhora de Fátima”

Roma (Sexta-feira, 02-06-2017, Gaudium Press) – Na China, “todos nós ouvimos falar das mensagens de Fátima. Até os comunistas! E elas os deixam muito ansiosos”.

Estas foram palavras do Bispo emérito de Hong Kong, Cardeal Joseph Zen Ze-kiun que, no dia 13 de maio, esteve na Alemanha, onde participou de um evento no santuário de peregrinação alemão de Kevelaer.

O Cardeal ressaltou que, porque conhecem a mensagem de Fátima, “os comunistas têm medo de Nossa Senhora de Fátima”.
As declarações do Purpurado foram feitas durante uma entrevista realizada em Roma quando se tratou da situação da Igreja Católica dentro da sociedade chinesa.

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Situação ridícula: Fátima, não


De acordo com as explicações de Dom Joseph Zen Ze-kiun, “toda a situação está se tornando ridícula: por exemplo, os comunistas nada têm contra as pessoas levarem fotos de ‘Maria Imaculada’ ou representações da imagem milagrosa de ‘Maria Auxiliadora’ para a China, vindas do exterior”.

Mas, diz o Prelado, “fotos de ‘Nossa Senhora de Fátima’, por outro lado, não são permitidas”.
Diz o Cardeal que os comunistas “consideram os eventos em Fátima como ‘anticomunistas’. O que é, naturalmente, nada além da verdade! “.

Outras invocações são até toleradas, esclareceu o Cardeal, como “a veneração de Nossa Senhora sob o título de ‘Auxiliadora’ que está profundamente enraizada em toda a China e isso tem sido assim por muito tempo”.

O comunismo chinês hoje


Dom Zen Ze-kiun denunciou que “o comunismo chinês é uma forma de imperialismo desenfreado”. De acordo com ele, “a corrupção espalhada também dentro do partido, atesta isso” e que “principal perigo na China hoje é o ateísmo materialista”.
Ali montou-se um cenário onde “a obediência absoluta à liderança estatal é a única coisa que conta”.
Diz o cardeal que “as pessoas que lutam pelos direitos humanos passaram a ser reprimidas, perseguidas, humilhadas e condenadas em julgamentos de propaganda em nome do seu governo”.

A Fé será mantida?

O Bispo emérito acrescentou que os cristãos devem ter um importante papel na sociedade chinesa para fazer frente ao contexto existente na China: “Tudo depende de saber se conseguiremos viver nossa fé de forma autêntica, sem fazer muitos compromissos com o governo”.

Como se recorda, em 1957, o regime de Pequim criou a Associação Patriótica Católica, segundo os comunistas, para impedir interferências estrangeiras, em especial da Santa Sé, e, afirmavam eles, para assegurar que os católicos chineses vivam a sua fé em conformidade com as políticas do Estado. Que obedeçam em matéria de religião um estado ateu e arreligioso.
Sobre as recentes negociações entre a Santa Sé e a liderança chinesa, o Cardeal disse: “Na minha opinião, a liderança do Estado não aceitará qualquer outro resultado do que não seja a subjugação da igreja à liderança do Partido Comunista”.
Para exemplificar o que ele pensa, o Cardeal citou um caso recente, quando os bispos do que os comunistas chamam de “igreja subterrânea” (os católicos ligados a Roma) foram “forçados a participar de cursos de formação política durante a Semana Santa e, portanto, não puderam celebrar a liturgia com os seus fiéis”.

Estão na prisão…


Ao ressaltar que existem “cristãos na China que defendem corajosamente uma sociedade melhor”, o Cardeal Zen Ze-kiun lamentou que “muitos deles estão na prisão”.

Porém, defendeu que, se um dia o comunismo cair, “os católicos devem estar entre aqueles que irão construir uma nova China”. Mas, para isso, alertou que os católicos não podem desperdiçar “sua credibilidade de antemão, fazendo compromissos vazios com a liderança comunista”. (JSG)

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