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Judas Macabeu: um leão rugindo sobre a presa

Redação (Segunda-feira, 19-06-2017, Gaudium Press) Após a morte do admirável Matatias, seu filho Judas Macabeu tomou o comando da guerra santa em Israel contra os que desejavam destruir o povo eleito.

Causou pânico nos malfeitores

Judas Macabeu “parecia um leão […] rugindo sobre a presa. Perseguia os ímpios que rastreava, e metia fogo nos que perturbavam o seu povo. Escondiam-se os ímpios com medo dele, e todos os malfeitores foram tomados de pânico” (I Mc 3, 4-6). “Por seu intermédio, a salvação foi levada a bom termo. Causou dissabores a muitos reis; a Jacó, porém, alegrou com suas façanhas, e sua memória será para sempre abençoada.

“Ele passou pelas cidades de Judá, daí exterminando os injustos e afastando de Israel a ira. Sua fama chegou até os confins da Terra, porque ele reuniu os que estavam perecendo” (I Mc 3, 4-9). E todos os que o seguiam “combatiam com entusiasmo por Israel” (I Mc 3, 2). Lutar com entusiasmo é uma das importantíssimas condições para a vitória.

Esse é o exórdio que a Sagrada Escritura faz ao iniciar a narração das batalhas travadas por esse heroico varão de Deus.

Deus “os esmagará diante de nós”

Apolônio, quando chefe de coletores de impostos a serviço de Antíoco Epífanes, havia invadido Jerusalém, matando muitos judeus; o Templo “ficou desolado como um deserto” (I Mc 1, 39).

Esse ímpio, mobilizando certo número de pagãos e “um forte contingente da Samaria” (I Mc 3,10), preparava um novo ataque a Israel. Mas “Judas saiu ao seu encontro, derrotou-o e o matou”. Tomou a espada de Apolônio “e daí em diante passou a lutar sempre com ela” (I Mc 3, 11-12). Isso faz lembrar o que realizou Davi após matar Golias: retirou a espada do gigante e posteriormente a utilizou nos combates (cf. I Sm 21, 10).

Informado disso, o chefe do exército da Síria, Seron, disse: “Vou ficar famoso e ganhar prestígio no reino, vencendo Judas e seus companheiros” (I Mc 3, 14). E, reunindo grande número de soldados, partiu com o objetivo de derrotar os israelitas fiéis. Judas Macabeu foi enfrentá-lo, embora tivesse poucos homens.

Ao verem a enorme quantidade de inimigos, os guerreiros de Judas disseram: “Como poderemos nós, tão poucos, lutar contra tamanha e tão aguerrida multidão? Ainda mais que estamos hoje extenuados e em jejum!” (I Mc 3, 17).

E o heroico Macabeu respondeu: “Não é difícil que muitos caiam nas mãos de poucos, pois não faz diferença para o Céu salvar com poucos ou salvar com muitos. Pois a vitória na guerra não depende do tamanho do exército, mas da força que vem do Céu. Eles vêm contra nós transbordando de insolência e impiedade […] Nós, porém, lutamos para defender nossas vidas e nossas leis. O próprio Senhor os esmagará diante de nós; não tenhais medo deles!”

“Tendo terminado de falar, Judas atirou-se de improviso contra os inimigos. E Seron e seu exército foram esmagados” (I Mc 3, 18-23). Tal vitória nos faz recordar Gedeão que, com apenas 300 homens, mas confiando em Deus, derrotou 135.000 madianitas (cf. Jz 7, 4-22).

Derrota do “celeradíssimo Nicanor”

Então, Judas e seus irmãos começaram a ser temidos pelos ímpios e sua fama chegou até o Rei Antíoco Epífanes.
Tendo este viajado para a Pérsia, Lísias ficou como regente da Síria e enviou Nicanor e dois outros generais com 47.000 soldados, visando devastar Israel (cf. I Mc 3, 38-39).

Nicanor estava certo da vitória e planejou vender como escravos todos os judeus que fossem capturados. Macabeu reuniu seus soldados, que estavam tomados pelo medo, e disse-lhes:

“Preparai-vos e sede corajosos […] É melhor para nós morrer na guerra do que ficar olhando a desgraça do nosso povo e do nosso Santuário!” (I Mc 3, 58-59). Em suas conferências, várias vezes o Prof. Plinio Corrêa de Oliveira evocava esse episódio e dizia: “É melhor morrer do que viver numa terra devastada e sem honra!”

E Judas Macabeu acrescentou: Os pagãos “confiam nas armas e na sua temeridade. Nós, porém, confiamos em Deus todo-poderoso, que bem pode, com um simples gesto, abater os que avançam contra nós e, mesmo, derrotar o mundo inteiro!” (II Mc 8, 18).

Além disso, recordou-lhes os socorros que o Senhor enviara aos seus antepassados, especialmente no caso de Senaquerib, quando foram mortos por um Anjo 185.000 assírios que pretendiam dominar Israel (cf. II Mc 8, 19; II Re 19, 35).

Encorajados por essas ardentes palavras, os israelitas partiram para o combate. Judas enfrentou pessoalmente Nicanor, que fugiu apavorado; muitos de seus soldados foram mortos.

O “celeradíssimo Nicanor […] teve de desfazer-se de suas vestes esplêndidas e, sozinho, atravessou o interior do país à maneira de escravo fugitivo, até chegar a Antioquia” (II Mc 8, 34-35).

Cinco Anjos montados em cavalos, com rédeas de ouro

Pouco depois, Macabeu com seus homens enfrentaram grande número de ímpios, matando mais de 20.000 deles. Prenderam aqueles que haviam incendiado os portais do Templo e os queimaram vivos. “Assim, esses ímpios receberam digna recompensa da sua impiedade” (II Mc 8, 33).

Apesar de ter sido anteriormente derrotado pelos macabeus, um tal Timóteo recrutou grande número de estrangeiros e conseguiu muitos cavalos da Ásia. E partiram para invadir Israel.

Os homens de Judas Macabeu, ao saber disso, pediram a Deus que os ajudasse. Terminada a oração, partiram em direção ao inimigo. Ao raiar da aurora, os dois exércitos se defrontaram.

“No auge da batalha, apareceram aos adversários cinco guerreiros magníficos, vindos do Céu, montados em cavalos com rédeas de ouro, e pondo-se à frente dos judeus. Dois deles puseram-se de cada lado do Macabeu, defendendo-o com suas armas e conservando-o invulnerável. Ao mesmo tempo, lançavam dardos e raios contra os adversários, os quais, desnorteados pela cegueira, dispensaram-se em total confusão. Dessa forma foram mortos 20.500 soldados, além de 600 cavaleiros” (II Mc 10, 29-31).

Timóteo, que se ocultara numa cisterna, foi morto em seu esconderijo.

Que Nossa Senhora envie Anjos para nos auxiliar nas lutas em defesa da Santa Igreja.

Por Paulo Francisco Martos
(in Noções de História Sagrada – 115)

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