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Causando terror e confusão nos inimigos

Redação (Quinta-feira, 13-07-2017, Gaudium Press) Pouco antes de morrer, Antíoco Epífanes designou como sucessor seu filho, o qual passou a ser chamado de Antíoco Eupátor. Dessa forma, ele lesara gravemente os direitos de seu sobrinho, Demétrio, que era filho e herdeiro legítimo de Seleuco IV, irmão mais velho de Antíoco Epífanes.

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Ato heroico de um irmão de Judas Macabeu

Devido aos intensos ataques que Judas Macabeu realizava contra os sírios, refugiados numa cidadela em Jerusalém, Eupátor e Lísias, seu primeiro ministro, resolveram invadir Israel com um exército de 120.000 homens, 32 elefantes treinados para a guerra e 300 carros com foices (cf. I Mac 6, 30 e II Mac 13, 2). “Guarneciam-se os carros de guerra com foices para torná-los mais terríveis; assim eles faziam grandes dizimações nas fileiras inimigas.”

Chegando às proximidades da Judeia, os pagãos distribuíram durante a noite os elefantes por entre as legiões, colocando junto a cada um deles “mil homens encouraçados, com malhas de ferro e capacetes de bronze. Além disso, destacaram para cada elefante 500 cavaleiros escolhidos, que seguiam seus movimentos […], sem jamais se afastarem dele. Sobre cada elefante havia, presa ao animal por correias, uma torre de madeira toda coberta e bem sólida, de dentro da qual combatiam, lá de cima, quatro guerreiros, além do seu condutor.

“Quando o sol começou a brilhar nos escudos de ouro e de bronze, as montanhas se iluminaram ao seu clarão e resplandeciam como tochas acesas” (IMac 6, 35-39).

Tudo isso causava pânico em muitos. Mas houve um varão que praticou um ato heroico, oferecendo sua própria vida visando a derrota dos pagãos. Chamava-se Eleazar e era um dos quatro irmãos de Judas Macabeu.

Observou Eleazar um elefante mais alto que os outros e supôs que o Rei Antíoco Eupátor estava sobre ele. Então, “precipitou-se em direção do animal corajosamente, através da legião, matando à direita e à esquerda, enquanto os inimigos abriam brecha diante dele, de um e do outro lado. Ele conseguiu chegar até o elefante, colocou-se debaixo do animal e o matou. O elefante, porém, caiu por cima de Eleazar, que morreu ali, esmagado” (I Mac 6, 45-46).

Terrível castigo do infame Menelau

Veio unir-se às tropas de Eupátor o israelita Menelau, esperando conseguir sua nomeação para o cargo de sumo sacerdote, que ele comprara na época de Antíoco Epífanes, e do qual Judas Macabeu o destituíra.

“Esse traidor, infame até o fim, ousou juntar-se abertamente ao exército que invadia sua pátria para saqueá-la e arruiná-la. A narração desse episódio é uma particularidade preciosa de nosso Livro.”

Entretanto, Deus excitou contra esse celerado a aversão do novo rei, quando Lísias mostrou-lhe que Menelau era “o causador de todas as desgraças” (II Mac 13, 4), que estavam acontecendo.
Eupátor, então, mandou que Menelau fosse precipitado do cume de uma alta torre para o interior da mesma, que estava repleto de cinza.

“Isso era muito justo, pois ele havia cometido muitos pecados contra o altar, cujo fogo e cinza são puros. E na cinza ele encontrou a morte” (II Mac 13, 8).

Eupátor continuou sua marcha. Aproximando-se de Jerusalém, seu imenso exército acampou e “ali instalou baterias e máquinas de assédio, lança-chamas e catapultas, escorpiões para o lançamento de flechas” (I Mac 6, 51).

Senha da confiança heroica: “Vitória de Deus”

O heroico Judas Macabeu, homem de fé inabalável, conclamou todos os israelitas a rezarem dia e noite, pedindo a Deus que não fossem dominados por “nações blasfemas”. E todos, por três dias, fizeram jejum e, com prosternações, permaneceram em oração.

Depois, Judas, confiando no auxílio do Criador, resolveu partir para a luta. Aliás, a tática constante dele era “sempre tomar a dianteira do ataque”.

E numa noite, tendo combinado com seus subordinados a senha “Vitória de Deus”, invadiu o acampamento do inimigo, atacou a tenda real, matou perto de 2 mil homens e o maior dos elefantes. “Enfim, tendo enchido o acampamento de terror e confusão, retiraram-se bem-sucedidos. Já começando a raiar o dia, a façanha estava feita, graças à ajuda do Senhor para com Judas” (II Mac 13, 16-17).

Enquanto isso sucedia na Judeia, em Antioquia, capital da Síria, Filipe, que voltara da Pérsia com o exército de Antíoco Epífanes, promoveu uma rebelião. Ele era rival de Lísias e governador do reino sírio. Ao saber disso, Antíoco Eupátor ficou desnorteado e fez negociações de paz com os israelitas, e chegou até mesmo a oferecer um sacrifício no Templo. Depois voltou com toda pressa para Antioquia, tomou conta da cidade e Filipe fugiu para o Egito (cf. II Mac 9, 29).

Peçamos a Nossa Senhora o espírito de fé inquebrantável e a combatividade invencível, virtudes que tanto brilharam em Judas Macabeu.

Por Paulo Francisco Martos
(in “Noções de História Sagrada” – 118)

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1 – Cf. FILLION, Louis-Claude. La Sainte Bible commentée – Le second Livre des Machabées. 3. ed. Paris: Letouzey et aîné.1923, p. 853.
2 – Idem, ibidem, p. 875-876.
3 – Idem, ibidem, p. 876.
4 – Idem, ibidem, p. 877.
5 – Cf. FILLION, Louis-Claude. La Sainte Bible commentée – Le premier Livre des Machabées. 3. ed. Paris: Letouzey et aîné.1923, p. 703.

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