Vaticano pede suspensão da Assembleia Constituinte na Venezuela
Cidade do Vaticano (Sexta-feira, 04-08-2017, Gaudium Press) Em nota oficial divulgada pela Sala de Imprensa da Santa Sé, a Secretaria de Estado do Vaticano apelou hoje ao governo venezuelano que seja suspensa a Assembleia Constituinte, reunida na Venezuela.
Nota dirigida ao Governo e à oposição
A nota oficial apresentada aos jornalistas na Sala Stampa do Vaticano pede ao governo e à oposição venezuelana um “pleno respeito” aos Direitos Humanos.
O comunicado apresentado hoje, defende que “se evitem ou suspendam as iniciativas em curso, como a nova Constituinte”. E isto porque: “mais do que favorecer a reconciliação e a paz, fomentam um clima de tensão e confronto”, afirma.
O Vaticano dirige-se a todos os atores políticos, em particular ao governo, exigindo que assegurem “o pleno respeito pelos Direitos Humanos e as liberdades fundamentais, bem como da Constituição em vigor”.
Eleição contestada
Segundo o Conselho Nacional Eleitoral da Venezuela, por volta 41,5% dos eleitores do país votaram no domingo nas eleições promovidas pelo presidente Nicolás Maduro para escolha de uma Assembleia Constituinte.
A convocação da Constituinte, as eleições e seu resultado são contestados pela oposição.
Preocupação – solução negociada
A Santa Sé “manifesta de novo a sua profunda preocupação pela radicalização e o agravamento da crise na República Bolivariana da Venezuela, pelo aumento do número de mortos, feridos e presos”.
Desde o último mês de abril, os protestos provocados pela crise social e política, com manifestações pró e anti-Maduro, provocaram até agora mais de 120 mortos.
O comunicado do Vaticano diz que Francisco “segue de perto esta situação e as suas implicações humanas, sociais, políticas, económicas e inclusive espirituais”.
A Secretaria do Estado defende a criação de condições para uma “solução negociada” que amenize “o grave sofrimento do povo”, que enfrenta dificuldades para “obter alimentos e medicamentos”, e se vê às voltas com uma total “falta de segurança”.
A nota faz também um apelo contra a violência. Convida as forças de segurança a “abster-se do uso excessivo e desproporcional da força”. (JSG)
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