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Morte de Jônatas Macabeu

Redação (Quinta-feira, 17-08-2017, Gaudium Press) O filho de Demétrio I, que também se chamava Demétrio, enviou um grande exército, chefiado pelo general Apolônio, contra a Judeia.

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Demétrio II se torna Rei da Síria

Jônatas escolheu dez mil homens e partiu contra os inimigos, os quais fugiram e vários deles chegaram à cidade de Azoto, e se esconderam no interior do templo pagão ali existente. Mas Jônatas incendiou Azoto e também o templo, “com todos os que haviam procurado refúgio dentro dele” (I Mac 10, 84).

O Rei do Egito, Ptolomeu VI, resolveu fazer guerra contra seu genro, Alexandre Balas. E, demonstrando não ter o mínimo respeito à moral, propôs uma aliança com Demétrio e, se a aceitasse, dar-lhe-ia sua filha Cleópatra, casada com Alexandre Balas. Tendo sido feito o pacto, Ptolomeu conseguiu retomar sua filha e a entregou a Demétrio. Nessa época, a mulher era considerada simples coisa. Foi somente a Igreja Católica que reconheceu sua dignidade.

Houve, então, uma guerra entre Alexandre Balas e Ptolomeu VI. Aquele foi vencido e refugiou-se na Arábia; mas um árabe cortou-lhe a cabeça e mandou-a para Ptolomeu. Este, porém, morreu três dias depois, e Demétrio começou efetivamente a reinar na Síria, com o título de Demétrio II, o qual confirmou Jônatas no cargo de Sumo Sacerdote e concedeu isenção de impostos a toda Judeia.

Um tal Trifão, antigo partidário de Alexandre Balas, notando que o exército de Demétrio II murmurava contra este, foi buscar o menino Antíoco, filho de Alexandre, visando proclamá-lo rei.

Em Antioquia, judeus eliminam 100.000 rebeldes

Nesse meio tempo, Jônatas pede a Demétrio II que remova os sírios que ocupavam a cidadela do Monte Sion, em Jerusalém. O rei o atende e solicita a Jônatas que lhe envie homens para ajudá-lo, pois suas tropas o haviam abandonado. E Jônatas enviou 3.000 homens para Antioquia, capital da Síria, cuja população era de 400.000 almas.

Então, cerca de 120.000 habitantes dessa cidade tentaram matar o Rei Demétrio II, que se refugiou no palácio real e chamou os judeus em seu auxílio.

“Estes vieram para junto dele, e depois espalharam-se pela cidade, matando naquele dia 100.000 pessoas” Incendiaram a cidade e salvaram o rei. “Vendo que os judeus tinham dominado completamente a cidade, os habitantes que restavam perderam o ânimo e puseram-se a bradar ao rei, suplicando: ‘Concede-nos o perdão, e que os judeus parem de atacar, a nós e à cidade'” (I Mac 11, 47-50). E, cheios de glória, os judeus voltaram para Jerusalém.

Mas o Rei Demétrio II “mentiu em tudo o que havia dito, e distanciou-se de Jônatas” (I Mac 11, 53). Vê-se como Jônatas teve que lidar com pessoas falsas, sem personalidade.

Posteriormente, Trifão fez com que Antíoco, então adolescente, fosse coroado rei o qual passou para a História com o título de Antíoco VI. Todas as tropas de Demétrio II aderiram a Antíoco, e aquele foi obrigado a fugir.

Cilada preparada por Trifão

Então, Antíoco VI escreveu a Jônatas confirmando-o no cargo de Sumo Sacerdote e enviou-lhe um serviço de mesa com taças de ouro (cf. I Mac 11, 58).

Jônatas renovou a aliança que seu irmão Judas Macabeu havia feito com os romanos, e também buscou a amizade com os espartanos (cf. I Mac 12, 1-23). Logo depois, ele e seu irmão Simão tiveram que travar várias batalhas, algumas delas contra tropas comandadas por generais de Demétrio II. E tendo regressado para Jerusalém, Jônatas restaurou-a e aumentou a altura de suas muralhas.

Neste ínterim, Trifão planejava matar Antíoco VI e proclamar-se rei da Síria, mas, temendo que Jônatas se opusesse, decidiu fazer um ataque de surpresa contra ele. Entretanto, Jônatas saiu ao seu encontro “com 40.000 homens preparados para a luta” (I Mac 12, 41). “Jamais os macabeus tinham reunido um exército tão considerável […] composto unicamente de homens de elite.”

Quando soube que Jônatas reunira um tão numeroso exército, Trifão urdiu uma armadilha: recebeu-o com honras, disse-lhe que não havia entre eles nenhuma ameaça de guerra e pediu-lhe que mandasse voltar para suas casas aqueles homens, ficando apenas alguns para o acompanharem. E convidou-o para ir com ele a Ptolemaida.

“Jônatas acreditou nele e agiu de acordo com a sua proposta: licenciou suas tropas, que se retiraram para a Judeia” (I Mac 12, 46). E ficou com apenas mil homens… “A armadilha era tão visível, que se fica surpreso vendo Jônatas nela cair com tal facilidade.” Assim que ele entrou com seus soldados em Ptolemaida, os inimigos fecharam as portas, prenderam Jônatas e passaram ao fio da espada os mil homens que o acompanhavam.

Necessidade da vigilância

Julgando que Jônatas tivesse sido morto, todo Israel chorou e entrou em pesado luto. E Simão Macabeu assumiu o comando da luta.

Trifão saiu de Ptolemaida com um grande exército, visando invadir a Judeia; levava consigo Jônatas, como prisioneiro. Ao saber que Simão iria enfrentá-lo, mandou-lhe um mensageiro para lhe dizer que Jônatas fora preso porque era devedor do tesouro real; e afirmava ser necessário três toneladas de prata e ainda dois de seus filhos com reféns.

Temendo que o povo judeu posteriormente dissesse que “Jônatas morreu porque Simão não enviou o dinheiro e os rapazes” (I Mac 13, 18), ele enviou a Trifão os dois filhos de Jônatas e as três toneladas de prata. Mas o ímpio Trifão não soltou Jônatas.

Tentou nova investida contra a Judeia e, tendo havido reações de Simão, mandou matar Jônatas (cf. I Mac 13, 23\) e seus dois filhos.

Roguemos a Nossa Senhora que nos conceda a graça da vigilância, para sabermos lutar contra os ímpios e nunca sermos embaídos por suas tramas.

Por Paulo Francisco Martos
(in Noções de História Sagrada – 122)

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1 – Cf. FILLION, Louis-Claude. La Sainte Bible commentée – Le premier Livre des Machabées. 3. ed. Paris: Letouzey et aîné.1923, p. 745.
2 – Cf. Idem, ibidem, p. 750.
3 – FILLION, op. cit. p. 761.

4 – Idem, ibidem, p. 761.
5 – Cf. FILLION, op. cit. p. 765.

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