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Francisco, em Congresso litúrgico: Não basta só reformar a liturgia, mas também as mentalidades

Cidade do Vaticano (Sexta-feira, 25-08-2017, Gaudium Press) Encontrando-se com os participantes da 68.ª Semana Litúrgica Italiana, realizada no Vaticano, o Papa Francisco falou sobre a irreversibilidade da reforma litúrgica, recordando – ao começar seu pronunciamento – os acontecimentos “substanciais e não superficiais” ocorridos no arco dos últimos 70 anos na história Igreja e em particular, “na história da liturgia”.

Para Francisco, de acordo com informe citado pela sala de imprensa da Santa Sé, a “reforma litúrgica” na Igreja Católica “é irreversível” e tem que ser feita também ao nível das mentalidades:

“Não basta reformar os livros litúrgicos para renovar a mentalidade (…), a educação litúrgica de Pastores e fiéis é um desafio a ser enfrentado sempre de novo”.” Depois deste magistério e depois deste longo caminho, podemos afirmar com segurança e com autoridade magisterial que a reforma litúrgica é irreversível”.

Recordando a História

Francisco começa por citar, neste sentido, São Pio X, que dispôs uma reordenação da música sacra e a restauração celebrativa do domingo, além de instituir “uma comissão para a reforma geral da liturgia, consciente de que isto comportaria” um grande e longo trabalho, mas que daria “um novo esplendor” à dignidade e harmonia do “edifício litúrgico”.

Um projeto reformador que foi retomado mais tarde por Pio XII com a Enciclica Mediator Dei e a instituição de uma comissão de estudo, sem falar em decisões como “a atenuação do jejum eucarístico, o uso da língua viva no Ritual, a importante reforma da Vigília Pascal e da Semana Santa”.

O Concílio Vaticano II fez amadurecer mais tarde – recordou o Papa – “como bom fruto da árvore da Igreja, a Constituição sobre a Sagrada Liturgia Sacrosanctum Concilium”, cujas linhas da reforma geral respondiam às necessidades reais e à concreta esperança de uma renovação, “para que os fiéis não assistam como estranhos e mudos espectadores a este mistério de fé, mas compreendendo-o por meio dos ritos e das orações, participem da ação sagrada conscientemente, piamente e ativamente (SC, 48)”.

Desejo de Francisco

Com suas palavras o Papa Francisco mostrou sua posição e mostrou seu desejo de que as mudanças trazidas pelo Concílio Vaticano II (1962 – 1965) não se evanesçam com o tempo, mas possam ser cada vez mais implementadas, “em primeiro lugar pelos ministros ordenados”, os bispos e sacerdotes, mas também por “todos quantos tomam parte na liturgia”.

E recordou o papel dos leigos, das comunidades religiosas, para que mantenham aceso o fogo que norteou – há mais de 50 anos – o desejo de mudança, no sentido de uma liturgia mais viva e participada pelas pessoas.

“A Igreja só estará verdadeiramente viva, formando um só Corpo vivo com Cristo, se for portadora de vida, se for uma Igreja maternal, missionária, que vai ao encontro do próximo, empenhada em servir, sem buscar poderes mundanos que se revelam estéreis”, disse Francisco, com ênfase. (JSG)

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