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Não devemos ter medo da Cruz de Cristo, exorta o Papa em Ângelus

Cidade do Vaticano (Segunda-feira, 04-09-2017, Gaudium Press) Durante a alocução que precedeu a recitação do Ângelus do último domingo, 03 de setembro, o Papa Francisco recordou que o Evangelho do dia era a continuação do domingo anterior, “que ressaltava a profissão de Fé de Pedro, ‘rocha’ sobre a qual Jesus quer construir a sua Igreja. Hoje, em contraste estridente, Mateus, nos mostra a reação do próprio Pedro quando Jesus revela aos discípulos que em Jerusalém deverá sofrer, ser morto e ressurgir”, explicou o Pontífice.

“Pedro leva o Mestre para um lado e o repreende, porque isso, lhe diz, não pode acontecer a Ele, a Cristo. Mas Jesus, por sua vez, repreende Pedro com palavras duras: ‘Fique longe de mim, Satanás! Você é uma pedra de tropeço para mim, porque não pensa as coisas de Deus, mas as coisas dos homens!’ Pouco antes, o apóstolo era abençoado pelo Pai, porque tinha recebido Dele esta revelação, era uma ‘pedra’ sólida para que Jesus pudesse construir a sua comunidade, e logo depois se torna um obstáculo, uma pedra não para construir, uma pedra de tropeço no caminho do Messias. Jesus sabe muito bem que Pedro e os outros ainda têm muita estrada para percorrer para se tornarem seus apóstolos!”

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O Santo Padre ressaltou que neste momento Nosso Senhor se dirige aos que o seguiam apresentando-lhes claramente o caminho a ser percorrido: “‘Se alguém quer me seguir, renuncie a si mesmo, tome a sua Cruz, e me siga’. Sempre, e também hoje, a tentação é a de querer seguir um Cristo sem Cruz, aliás, de ensinar a Deus a estrada certa; como Pedro: ‘Não, não Senhor, isso nunca acontecerá!’ Mas Jesus nos recorda que a sua estrada é a estrada do amor, e não há verdadeiro amor sem o sacrifício de si. Somos chamados a não nos deixar absorver pela visão deste mundo, mas a ser cada vez mais conscientes da necessidade e da fadiga para nós cristãos de caminhar contracorrente e em subida.”

Francisco sublinhou que “Jesus completa a sua proposta com palavras que expressam uma grande sabedoria sempre válida, porque desafiam a mente e os comportamentos egocêntricos. Ele exorta: ‘Quem quiser salvar a sua vida, vai perdê-la; mas, quem perde a sua vida por causa de mim, vai encontrá-la’.”

Segundo o Papa, “neste paradoxo esta contida a regra de ouro que Deus inscreveu na natureza humana criada em Cristo: a regra de que só o amor dá sentido e felicidade à vida. Gastar os próprios talentos, as próprias energias e o próprio tempo somente para salvar, proteger e realizar-se, conduz na verdade a se perder, ou seja, a uma existência triste e estéril. Se, ao invés, vivemos para o Senhor e estabelecemos a nossa vida no amor, como Jesus fez, poderemos saborear a verdadeira alegria, e a nossa vida não será estéril, será fecunda.”

“Na celebração da Eucaristia revivemos o mistério da cruz; não somente recordamos, mas fazemos o memorial do Sacrifício redentor, no qual o Filho de Deus perde completamente Si mesmo para ser recebido novamente pelo Pai e assim nos reencontrar, pois estávamos perdidos, juntamente com todas as criaturas. Toda vez que participamos da Santa Missa, o amor de Cristo crucificado e ressuscitado se comunica a nós como alimento e bebida, para que possamos segui-Lo no caminho de todos os dias, no serviço concreto aos irmãos”, destacou o Santo Padre.

Ao concluir sua alocução, o Pontífice desejou que Nossa Senhora, “também nos acompanhe e nos ajude a não ter medo da Cruz com Jesus crucificado, não uma Cruz sem Jesus, a Cruz com Jesus, ou seja, a Cruz de sofrer por amor a Deus e aos irmãos, pois esse sofrimento, pela graça de Cristo, é fruto de ressurreição”. (EPC)

Com informações da Rádio Vaticano

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