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O mundo está há 100 anos ignorando as exigências de Nossa Senhora de Fátima, afirma Arcebispo nos EUA

São Francisco – Estados Unidos (Quarta-feira, 11-10-2017, Gaudium Press) O Arcebispo de São Francisco, Estados Unidos, Dom Salvatore Cordileone consagrou a Arquidiocese de São Francisco ao Imaculado Coração de Maria, seguindo as indicações da Mensagem de Fátima em uma cerimônia solene na Catedral no dia 07 de outubro. O prelado pregou sobre a mensagem da Santíssima Virgem Maria aos três pequenos pastores, o qual qualificou como “uma chamada às armas espirituais pela salvação e a paz do mundo”.

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O prelado advertiu em sua homilia, reproduzida pela ‘National Catholic Register’, a importância das aparições da Santíssima Virgem ocorridas há 100 anos e o risco de ficar em um conhecimento superficial dos fatos. “É fácil para nós distrair-nos pelos elementos sensacionais da aparição: as pregações de guerras e desastres, um sol dançarino, uma visão do inferno. Nos intrigamos facilmente com essa parte da história, talvez tanto que passamos por alto todo o sentido dela, o qual é a própria mensagem”, pregou.

Sobre a visão a visão do inferno, o Arcebispo advertiu que muitos dos acontecimentos recentes se assemelham ao obscuro panorama revelado aos videntes sobre a condenação eterna: genocídios, guerras, campos de concentração, extermínio dos cristãos, além de outras tragédias como “o ataque à vida humana inocente”, o qual é exemplificado na extensão do aborto. “Nossa própria terra foi regada com o sangue das crianças inocentes no qual se converteu uma epidemia mortal que equivale a um genocídio da vida no ventre”, denunciou Dom Cordileone. Diante das perguntas sobre a realidade que pedem explicação para tanta barbárie o prelado respondeu: “O século desde as aparições de Fátima que agora termina zombou de Deus, mas Deus não será zombado: não porque Ele se deleite em se vingar de nós, mas porque dar às costas a Deus se devolve contra nós, levando-nos a autodestruição”.

“Então voltemos o olhar à Nossa Senhora, porque na raiz de todo este sofrimento e devastação está uma enfermidade espiritual”, indicou o Arcebispo. “É a enfermidade de retirar a Deus do trono e substituí-lo com o ‘eu autônomo’, fazendo que o eu seja Deus, criando uma realidade própria para si mesmo”. Este padecimento impede reconhecer a Jesus Cristo como “a verdade última e o ícone perfeito do amor”. Ainda que o homem já saiba onde encontrar a Cristo, no Sacrário, nos Sacramentos, na Igreja, etc., “necessitamos de alguém que nos levante e nos carregue até Ele, porque somos muito débeis para ir nós mesmos”.

As exigências ignoradas

Dom Cordileone afirmou que a humanidade ignorou durante 100 anos a Mensagem de Fátima. “Talvez não é tanto a mensagem o que ignoramos, porque estamos muito conscientes das advertências e a história que resultou”, explicou. “Em seu lugar, são as exigências que temos ignorado. Mas não podemos permitir-nos fazê-lo mais. Temos que prestar atenção”. A obediência às indicações da Santíssima Virgem é o que permitiria fazer do século seguinte um radicalmente diferente do anterior. “O que fazemos hoje não pode ser relegado a ser um evento comovedor e uma memória agradável na história de nossa Arquidiocese”, exortou. “O que fazemos hoje não é outra coisa que um chamado às armas: as armas espirituais. Vivemos em um tempo e lugar de intensa batalha espiritual, e somente ao tomar as armas espirituais aliviaremos a enfermidade espiritual que está na raiz de muitos dos sofrimentos físicos e mentais do mundo de hoje. É a hora de deixar o sensacional de lado e responder as exigências de Nossa Senhora de Fátima”.

O “programa de ação” da Santíssima Virgem foi resumido em três aspectos aos quais o Arcebispo convidou os fiéis a comprometerem-se decididamente: a oração, a penitência e a adoração. “Nossa Senhora nos pediu especificamente para rezar o Rosário diariamente. Eu peço a cada católico na Arquidiocese de São Francisco que, se não estiver fazendo já, reze o Rosário diariamente”. O prelado destacou a importância da Consagração como um fato que pode “mudar o curso da história em nossas próprias famílias e comunidades.

Sobre a penitência, a segunda exigência chave da Mensagem de Fátima, Dom Cordileone afirmou que é “uma poderosa arma em nosso arsenal espiritual que temos ignorado desastrosamente por muito tempo”. As reformas da disciplina da Igreja não pretendiam negar sua importância mas buscar um maior amadurecimento. “Em particular, as sextas-feiras ainda são dias de penitência, como sempre tem sido na Igreja”, recordou o prelado, que indicou que a abstinência de carne pode ser substituída por outra prática se representar um maior sacrifício. “Peço a todos os católicos na Arquidiocese de São Francisco dedicar as sextas-feiras como um dia de penitência em honra do dia em que morreu Nosso Senhor, selecionando uma forma concreta de jejum corporal para observar neste dia”. Além das penitências, o Arcebispo pediu para recorrer ao Sacramento da Penitência. “Não pode haver renascimento espiritual, e especialmente uma reanimação da devoção eucarística, sem uma renovação em nossa prática do Sacramento da Reconciliação”.

O terceiro componente destacado é a Adoração. “A Adoração que Nossa Senhora pede é para purificar-nos de nossas inclinações de adorar os deuses falsos de nossa sociedade contemporânea, e entregar-nos ao culto de um só coração do único e verdadeiro Deus”, recordou o Arcebispo. A Consagração deve levar o devoto a uma “renovação de nosso amor por, e devoção a, Nosso Senhor no Santíssimo Sacramento”. Por este motivo pediu aos fiéis “dedicar algum tempo por semana para orar diante do Santíssimo Sacramento”, sugerindo que se não é possível durante a semana, fazê-lo antes ou depois da Missa dominical. Também recomendou a prática dos Cinco Primeiros Sábados, pedido pela Mãe de Deus e que constam de cinco sábados aos quais se assiste a Missa e se oferece a Comunhão em reparação pelos pecados, após ter recorrido à Confissão Sacramental.

O prelado concluiu sua pregação recordando que a Santíssima Virgem expressou uma promessa também em sua Mensagem de Fátima: “Por fim, meu Imaculado Coração triunfará”. “Escutemos sua mensagem, cumpramos suas exigências, para acelerar esse triunfo, esse triunfo que é o de seu Filho sobre a morte, já que Ela está inseparavelmente vinculada ao seu Filho, que veio para nos conceder a salvação eterna”, concluiu. “Seu Imaculado Coração é a porta que nos abre a entrada para este triunfo. É através desta porta que caminhamos da escuridão do pecado e da morte à luz da verdade e misericórdia de Cristo. Há, no outro lado desta porta, um paraíso vasto e glorioso que é o Céu. Seu coração é a porta do Céu”. (EPC)

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