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Dissipar a capacidade de entender a revelação de Deus é um grave descuido, diz Papa

Cidade do Vaticano (Quinta-feira, 19-10-2017, Gaudium Press) Na Missa celebrada esta manhã na Casa Santa Marta, o Papa Francisco iniciou suas palavras da homilia com um pedido-oração:Que o Senhor nos dê a memória da “gratuidade” da salvação e da proximidade de Deus e da tangibilidade das obras de misericórdia que quer de nós, sejam elas “materiais ou espirituais”: assim nos tornaremos pessoas que ajudam a “abrir a porta” a nós mesmos e aos outros.

Só Deus é Justo

O Papa tomou como base para sua homilia o trecho evangélico do dia (Lc 11,47-54), no qual os escribas e fariseus se consideravam justos, e Jesus faz com eles sintam que somente Deus é justo.

Francisco mostrou porque os doutores da lei tinham “afugentado o conhecimento”, com a “consequência” de eles “não entrarem no Reino nem deixar que os outros entrassem”:”Esse dissipar a capacidade de entender a revelação de Deus, de entender o coração de Deus, de entender a salvação de Deus – a chave do conhecimento -, podemos dizer que é um grave descuido. Esquece assim a gratuidade da salvação; se esquece a proximidade de Deus e se esquece a misericórdia de Deus. E aqueles que esquecem a gratuidade da salvação, a proximidade de Deus e a sua misericórdia, carregaram a chave do conhecimento. “

Gratuidade da iniciativa de Deus e a Lei

O Papa recordou que os Doutores se esqueceram da gratuidade e de que é “a iniciativa de Deus que nos salva e, ao invés, se colocam da parte da lei”.
Para eles, diz Francisco, a salvação está na lei, chegando desse modo “a um amontoado de prescrições” que são a salvação. Por isso eles “não recebem a força da justiça de Deus”.

“Para eles, recorda o Papa, Deus é aquele que fez a lei. E esse não é o Deus da revelação. O Deus da revelação é Deus que começou a caminhar conosco a partir de Abraão até Jesus Cristo, Deus que caminha com seu povo. E quando se perde essa relação de proximidade com o Senhor, se cai nessa mentalidade obtusa que acredita na autossuficiência da salvação com o cumprimento da lei. A proximidade de Deus. “

E realmente, se falta a proximidade de Deus, se falta a oração, sublinhou o Santo Padre, “não se pode ensinar a doutrina” e nem mesmo “fazer teologia”, muito menos “teologia moral”. E Francisco reiterou que a teologia “se faz de joelhos, sempre perto de Deus”!
E a proximidade do Senhor chega “ao cume de Jesus Cristo crucificado”, sendo que nós fomos “justificados” pelo sangue de Cristo, como diz São Paulo.

Antes de encerrar suas palavras, Francisco chamou a atenção para o fato de que “os fariseus, os doutores da lei não são coisas daqueles tempos, também hoje existem muitos. Por isso é necessário rezar por nós pastores. Rezar, a fim de que não percamos a chave do conhecimento e não fechemos a porta para nós e para o povo que quer entrar. ” (JSG)

 

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