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Reflexo do amor

Redação (Sexta-feira, 10-11-2017, Gaudium Press) São Tomás de Aquino -“o mais sábio dos santos e o mais santo dos sábios”- alude a este fato várias vezes em sua conhecida Suma Teológica qualificando de “vestígios” que Deus Criador deixou na criação. (1)
O Mons. João Clá, Fundador dos Arautos do Evangelho, aborda este tema aplicando-o especialmente ao amor de Deus por cada um de nós. Utiliza para tal a figura… bem deixemos a palavra com o próprio Monsenhor .

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Deus nos protege e ensina

– Inegável é a força de expressividade do reino animal para o homem, sobretudo quando oferece à sua análise circunstâncias que lembram situações e pequenos fatos da vida humana. Tais atrativos da fauna, tão habituais nas regiões campestres, despertam particular atenção quando colocam em evidência um dos seus mais ricos e vigorosos predicados: o instinto materno. Manifesta-se este não só no zelo pela alimentação e proteção dos filhotes, como também no cuidado de prepará-los para lhes permitir sobreviver em meio às vicissitudes da existência.

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Não há quem, transitando por alguma rua de terra numa localidade rural, não tenha visto a característica cena: uma galinha cruzando o caminho, seguida por um de seus pintainhos. Enquanto o pequenino tenta, com não pouco esforço, acompanhar a mãe -pois a desproporção entre ambos obriga-o a dar vários passos para percorrer a distância que a galinha transpõe com apenas um-, ela parece ignorar os apuros do filhote, em virtude da velocidade de seu deslocamento. Mas, na verdade, está tão atenta à cria que, se perceber qualquer sinal de ameaça, sua reação para defendê-la será imediata e enérgica, mostrando-se disposta a dar a própria vida, se necessário for, para resguardá-la do perigo.

Ora, o instinto materno -muito mais profundo no gênero humano- é um tênue reflexo dos desvelos d’Aquele que, além de Criador, quis estreitar seu relacionamento com o homem, elevando-o à condição de filho, ao fazê-lo partícipe de sua própria vida divina pela graça, como exclama São João: “Olhai que amor teve o Pai para nos chamar filhos de Deus, e nós o somos!” (I Jo 3, 1).

Como verdadeiro Pai, o Altíssimo não cessa de proteger, amparar e atrair a Si todas as criaturas humanas, velando continuamente por elas. E, excedendo de modo infinito os cuidados empregados pela mãe ao predispor os filhos para bem enfrentar a vida, o Divino Didata conduz os homens -por meio de processos tão diversos quanto o são as almas- à realização da vocação específica que sua Sabedoria outorga a cada um. (2).

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(1) SÃO TOMÁS DE AQUINO, Suma Teológica, Parte I, artigo “De Deus criador”, Distrib. Loyola, São Paulo, 2001, vol. 1.
(2) MONS. JOÃO SCOGNAMIGLIO CLÁ DIAS, EP, O inédito dos Evangelhos”, Libreria Editrice Vaticana, 2012, p. 61-62. Publicado também na revista “Arautos do Evangelho”, nº 134, fevereiro de 2013, p. 10-17

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