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Novidades no processo de beatificação de padre que residiu no Sul do país

Redação (Sexta-feira, 29-12-2017, Gaudium Press) Nas vésperas do Natal, o processo de beatificação do sacerdote alemão, Padre João Batista Reus, ganhou um novo capítulo. Durante assembleia no Santuário Sagrado Coração de Jesus, em São Leopoldo – erguido ao lado do túmulo do presbítero -, o bispo da Diocese de Novo Hamburgo, Dom Zeno Hastenteufel, apresentou um documento que pode ser determinante para a proclamação do religioso como beato.

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Dom Zeno recebeu de Omar Slaviero, de 57 anos, o laudo médico que avalia que a recuperação do paciente após um acidente vascular cerebral (AVC) e uma consequente hidrocefalia (quando há um aumento de líquido entre o crânio e o cérebro) foi “totalmente atípica e cientificamente inexplicável”.

Entrevistado pelo site GaúchaZH, o neurocirurgião Eduardo Mello Rodrigues, responsável por tratar Omar, declarou que a recuperação do paciente “foi fora dos padrões, algo que eu não consigo explicar”. “Desde o início me chamou a atenção o otimismo da esposa dele na recuperação, algo totalmente incompatível com a realidade do paciente. Acredito que a fé transforma, sim”, afirmou.

O AVC aconteceu quando, após regressar de mais um dia de trabalho, Omar começou a sentir fortes dores na cabeça. Logo, o morador da cidade gaúcha de Sapucaia realizou exames em um hospital local, sendo encaminhado posteriormente à São Leopoldo para fazer uma tomografia.

Depois da constatação de um AVC hemorrágico, Omar foi imediatamente transferido à sala de cirurgia de um hospital de Novo Hamburgo, e lá, foi atendido pelo neurocirurgião.

A primeira cirurgia causou complicações e fez com que o paciente entrasse em coma. Para piorar a situação, durante a recuperação, Omar foi acometido por uma infecção hospitalar. Sem alternativas devido ao quadro médico que apresentava, ele teria de fazer outra cirurgia, desta vez ainda mais arriscada.

A esposa de Omar, Inês Slaviero, revelou que, estando aflita com toda aquela situação, se colocou a rezar e fez o pedido definitivo pedindo a intercessão do Padre Reus.
“O doutor me chamou de lado e praticamente disse para eu me despedir do meu marido. Se a primeira cirurgia já era arriscada, a segunda era um atestado de morte. Mas eu estava muito confiante, não chorei nenhuma vez. Tenho o Padre Reus comigo desde sempre. É Deus e Padre Reus”, contou Inês, que é casada com Omar há mais de 30 anos.

A esposa ainda recordou que, “em determinado momento, quando ele ainda estava se recuperando da primeira cirurgia, eu não aguentava mais e falei assim: ‘Padre Reus, eu quero uma resposta até amanhã, seja qual for’. Peguei um santinho que entregaram aqui na igreja e coloquei embaixo do travesseiro dele. No outro dia, ele acordou”.

Após ser curado da enfermidade, Omar declarou se lembrar muito pouco do que tivera ocorrido. Mesmo se considerando devoto de longa data do padre, somente agora se diz entendido, de fato, do poder de sua fé.

Após seu “segundo nascimento”, como ele mesmo observa, acredita sentir que está com a memória ainda melhor, além de ter se tornado um homem mais emotivo. “Aqui em São Leopoldo, é difícil não ser devoto de Padre Reus. Mas o que aconteceu comigo foi incrível”, falou.

O caso ocorreu em 2015, entretanto, somente agora foi revelado, pois, de acordo com Inês, eles não se sentiam à vontade para revelar a graça alcançada. Porém, em setembro deste ano, em uma viagem à Fátima, Portugal, o casal decidiu contar a história ao bispo.

Agora, o laudo médico deve ser encaminhado a Roma, Itália, para apreciação das autoridades do Vaticano. Caso a prova seja avaliada como conclusiva, representantes podem ser enviados à cidade gaúcha para investigar o episódio de fé. Se tudo ocorrer conforme o desejo do casal e do bispo Dom Hastenteufel, a beatificação do Padre Reus ficará mais próxima de ser concretizada.

O sacerdote nascido em 10 de julho de 1868 na cidade alemã de Pottenstein teve uma educação religiosa primorosa fornecida pelos seus pais. Quando completou seus 26 anos, decidiu ingressar à Companhia de Jesus e, ao encerrar sua formação como jesuíta, foi designado a trabalhar no Brasil.

Em nosso país, Padre Reus exerceu as funções de pároco nas cidades gaúchas de Rio Grande, Porto Alegre e São Leopoldo. Nesses lugares, ficou conhecido por sua piedade e devoção. Também por muitos anos, ministrou aulas de teologia e foi orientador espiritual no Colégio Cristo Rei, em São Leopoldo.

Por conta dos milagres que são conferidos a sua pessoa, ao falecer em 21 de julho de 1947, o presbítero já tinha fama de santidade. Mais tarde, em 1958, teve início seu processo de beatificação, que em 2017, com este recente caso da cura de Omar Slaviero, ganhou novos desdobramentos. (LMI)

Da redação Gaudium Press, com informações do site www.jesuitasbrasil.com

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