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Jesus, Maria e José: a Sagrada Família de Nazaré

Redação (Terça-feira, 02-01-2018, Gaudium Press) No primeiro domingo do tempo de Natal, a liturgia nos apresenta a festa da Sagrada Família de Nazaré, “escola onde começa a se entender a vida de Jesus, onde se inicia o conhecimento do Evangelho”, nas palavras do Beato Paulo VI (5-1-1964); “ícone da igreja doméstica”, nas palavras de Bento XVI (28-12-2011).

No oculto, no silêncio, nessa pequena e desconhecida cidade de Nazaré da Galileia, encontramos estes grandiosos personagens que compõem a Sagrada Família: Jesus, Maria e José. Na casa de Nazaré, cujo significado, de ‘nasar’, seria “florescer ou vigiar”, é onde surgem as lições que serão apropriadas para as famílias dos dias de hoje.

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Em 1964, o Pontífice Paulo VI fez uma visita à casa de Nazaré; ali pronunciou palavras cheias de ensinamentos, afirmando que se aprendia -em tão abençoado e especial lugar- de forma insensível, a imitar a vida da Sagrada Família. Certamente sentindo a presença de São José, que era o chefe segundo a ordem natural; de Maria esposa e mãe; e do Menino Jesus, que viviam em uma excelsitude de contemplação; pois, na ordem sobrenatural, essa Criança é o Criador e Redentor. A esses ensinamentos, Paulo VI os chamou de “lição de Nazaré”.

Acompanhemos em suas palavras, tão especiais e cheias de unção, três lições para seguir o exemplo de Nazaré.

A primeira é o silêncio, lição para os homens, rodeados pela agitada e ruidosa vida moderna. O silêncio da casa de Nazaré nos convida ao “recolhimento e a interioridade, nos ensina a estar sempre dispostos a escutar as boas inspirações e a doutrina dos verdadeiros mestres”. Um convite ao estudo, à meditação, à vida interior e à oração.

Acrescentava Paulo VI, como segunda lição de vida familiar, que: “Nazaré, nos ensine o significado da família, sua comunhão de amor, sua simples e austera beleza, seu caráter sagrado e inviolável, o doce e insubstituível que é a sua pedagogia e o fundamental e incomparável, que é sua função no plano social”.

Finalmente dava, como terceira lição, uma lição do trabalho, para compreender: “mais, neste lugar, a austera mas redentora lei do trabalho humano e exaltá-la adequadamente; restabelecer a consciência de sua dignidade, de modo que seja óbvio para todos; recordar aqui, sob este teto, que o trabalho não pode ser um fim em si mesmo, e que sua dignidade e a liberdade de exercê-lo não provêm apenas de seus motivos econômicos, mas também daqueles outros valores que o canalizam para um fim mais nobre”.

A Sagrada Família nos dá o exemplo a seguir: silêncio, recolhimento, trabalho. Como comunidade de amor, através de um vínculo sagrado que nasce “do ato humano pelo qual os esposos se entregam e se recebem mutuamente, nasce ainda antes da sociedade, uma instituição confirmada pela lei divina” (Gaudium et spes, 48), através de um consentimento pessoal e irrevogável.

Vivemos uma sociedade cada vez mais permissiva. O mal exalta seu direito de cidadania. Nesse panorama, muitos problemas das famílias contemporâneas derivam da crescente dificuldade para se comunicar. “Não conseguem estar juntos e às vezes os raros momentos de reunião ficam absorvidos pelas imagens de uma televisão”, distante comentário de São João Paulo II (Rosarium Virginis Mariae) em tempos em que não existiam os modernos elementos eletrônicos que nos absorvem cada vez mais. Estimulava, para combater essa avalanche, a rezar o Rosário em família para “introduzir na vida cotidiana outras imagens muito distintas, as leis do mistério que salva: a imagem do Redentor, a imagem de sua Mãe Santíssima”.

É assim, que este santo pontífice convidava, com bela frase: “a família que reza unida o Rosário reproduz um pouco o clima da casa de Nazaré”. Na oração em família se compartilham as alegrias e as dores, se colocam nas mãos de nossa celestial intercessora, a Santíssima Virgem, nossas necessidades e projetos, e acabamos recebendo forças para o caminho.

Temos que “redescobrir a beleza de rezar juntos como família seguindo a escola da Sagrada Família de Nazaré” (Bento XVI, 12-28-2011).

Por Padre Fernando Gioia, EP.
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Traduzido por Emílio Portugal Coutinho

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