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No Rio, Mosteiro da Gávea festeja os 90 anos da restauração do Carisma Clariano

Rio de Janeiro (Quarta-feira, 03-01-2018, Gaudium Press) O Mosteiro de Nossa Senhora dos Anjos, também conhecido como o Mosteiro da Gávea, situado no Rio de Janeiro, celebra neste ano seus 90 anos de fundação, marcados por inúmeras histórias de fé e espiritualidade.

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No dia 19 de maio de 1855, o Ministério da Justiça do Império proibia, em absoluto, a recepção de noviços em todas as ordens religiosas no país. Logo, a Ordem de Santa Clara (OSC), que estava em terras brasileiras desde 1677, foi uma das vítimas da perseguição até o falecimento da última Clarissa em 1915.

Entretanto, há 90 anos, as Damas Pobres de São Damião regressaram ao país com a fundação do Mosteiro da Gávea. A Abadessa do Mosteiro de Nossa Senhora dos Anjos, Madre Maria Pacífica, contou que esse retorno ocorreu em 25 de setembro de 1928.

Em vista das celebrações deste Jubileu de 90 anos da restauração do Carisma Clariano no Brasil, que tiveram início em 2017 e continuarão até agosto de 2018, Madre Maria afirmou que este período de restabelecimento da Ordem de Santa Clara no Brasil somente foi possível graças a oito irmãs Clarissas vindas da Alemanha: Madre Maria Seráfica, Irmã Maria Juliana, Irmã Maria Boaventura, Irmã Maria Clara, Irmã Maria Agnela, Irmã Maria Columba, Irmã Maria Imaculada e Irmã Maria Terezinha, sendo que a Irmã Maria Rosária veio se juntar-se às fundadoras mais tarde, em 1934.

A partir deste Mosteiro, a espiritualidade de Santa Clara viveu seu florescimento no país. A construção da obra no morro da Gávea é vista como um “oásis” de paz em meio à insegurança causada pelo tráfico na vizinha Rocinha. Tanto que, recentemente, houve o aumento de pedidos de orações, que chegam às 26 irmãs que formam a Fraternidade localizada no Jardim Botânico.

“Penso que a importância deste nosso Mosteiro é justamente de ser o primeiro da restauração da Ordem e, por isso, muitas madres e formadoras continuam a nos consultar a respeito de tradições e costumes. Aqui renovou-se a chama seráfica, que, com a bênção do Altíssimo, desdobrou-se em novas fundações e tem ajudado a tantos irmãos e irmãs da I e da III Ordem a experimentar a riqueza desse carisma iniciado pela Mãe Santa Clara, pois como ela escreve em seu Testamento: ‘o Senhor nos chamou a ser exemplo e espelho'”, destacou a Madre Maria Pacífica.

Ainda conforme a Madre Pacífica, “celebrar o Jubileu dos 90 anos de fundação desse nosso querido Mosteiro significa para nós, primeiramente, render graças e glória a Deus, de Quem procede, na expressão da Mãe Santa Clara, toda dádiva e todo dom perfeito”. “Depois, gratidão às nossas queridas Irmãs fundadoras, que deixaram pátria, família, mosteiro e tudo o que lhes era mais caro para nunca mais retornar. Em meio a tantos sacrifícios, compraram este terreno, construíram este Mosteiro e nos deixaram sólido alicerce na tradição de tão preciosa espiritualidade”, acrescentou.

Por fim, a Abadessa do Mosteiro da Gávea ressaltou que celebrar um jubileu, como tempo de graça, é sempre um chamado à renovação, uma vez que “a espiritualidade clariana para o mundo de hoje é o que foi no século XIII”.

“No mundo de então havia guerras, injustiças, cobiça, desamor, rivalidades, etc. Clara fez a sua parte. Escolheu viver o Evangelho. E tornou-se uma fonte cristalina no seio da Igreja. Quebrou o vaso de alabastro de seu corpo frágil, na oração, penitência e recolhimento do seu Mosteiro e seu perfume inundou toda a Igreja. A humanidade contemporânea sofre dos mesmos males. Está farta de belos discursos. Acredito que a importância de nossa espiritualidade é marcada na medida em que nos esforçamos para viver com maior autenticidade nossa vocação. Somos sinais de esperança para o mundo. Em seu encontro com as Clarissas, na Fazenda Esperança, em Guaratinguetá, o Papa Bento XVI nos pediu para sermos ‘embaixadoras da esperança!’. É sendo o que a Igreja nos pede que cumpriremos nossa missão. ‘Como sustentáculos dos membros frágeis e abatidos do Corpo Místico de Cristo’, como se expressa a Mãe Santa Clara”, concluiu a Madre Pacífica. (LMI)

Da redação Gaudium Press, com informações do portal da Província Franciscana da Imaculada Conceição do Brasil

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