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Os conflitos favorecem a que os Cristãos deixem a Terra Santa

Roma – Itália (Quinta-feira, 04-01-2018, Gaudium Press) Jerusalém é Cidade Santa para as três grandes religiões que veneram nela os lugares mais emblemáticos para sua fé.

Ela é um cadinho de culturas e uma cidade única com una vocação especial que Francisco assegura ser dirigida para a paz.

Macarena Cotelo é diretora de projetos da Fundação Promoção Social, uma das poucas organizações que trabalham de modo contínuo, desde os anos 90, para incentivar a convivência e reforçar a presença cristã em uma terra na qual cada vez fica mais difícil seguir os princípios do cristianismo.

Segundo Macarena, declarações, afirmações e atitudes de qualquer personalidade importante podem levar a consequências inesperadas e a ações radicais no seio daquela comunidade.

Deste modo, afirma ela, preocupa especialmente nesses dias a decisão do presidente americano a propósito do reconhecimento de Jerusalém como capital de Israel.

A diretora da Fundação Promoção Social diz que as declarações do Presidente dos Estados Unidos “Vão afetar a todos os palestinos igualmente. Eu estou recebendo mensagens de cristãos que têm preocupação pelo seu futuro, mas é a mesma preocupação que levam arrastando por todos estes anos. Existem incertezas sobre o que passará agora.

Nesse sentido, eu diria que muçulmanos e cristãos palestinos dividem um mesmo problema e um mesmo desfio. Evidentemente isto não ajuda em nada a um convivência com os judeus porque, assim, volta-se a misturar o político e o religioso de uma forma perigosa”.

Decisão de ir embora

Macarena Cotelo sustenta que, agora já apontando consequências dessas atitudes de líderes ocidentais:
“O efeito imediato que têm os conflitos na Terra Santa é que eles empurram os cristãos a tomar a decisão de ir. Os palestinos têm família fora e lhes é relativamente fácil, mesmo sendo doloroso, voltar a ir-se. São realmente os que estão na situação mais delicada por ser minoria”.

Para impedir esta diáspora, contou Macarena, a organização coopera em projetos educativos e de desenvolvimento que valorizam a presença cristã entre as outras comunidades.

Há mais de vinte anos a Fundação vem promovendo a criação de escolas onde podem estudar crianças de diferentes credos religiosos.

Ela ainda afirma que isto sempre lhe pareceu “que era um modelo maravilhoso para se apoiar porque (…) as crianças aprendem a crescer juntos desde pequenos. (…) E estes centros reforçam a presença cristã na Terra Santa”.

Macarena lembra que ainda existem recantos cristãos.

“Tem uma paróquia e dois colégios do patriarcado latino. Um é antigo que ajudamos a reabilitar e agora é um complexo que protege, por assim dizer, a congregação das Missionárias da Caridade de Madre Teresa que têm um pequeno convento para atender a pessoas incapacitadas e é uma área de segurança para os cristãos; e existe ainda uma escola maior que, em um dos últimos conflitos serviu de refúgio para famílias inteiras”.

O trabalho desta Fundação serve para recordar que a paz na Terra Santa é muito frágil:

Qualquer decisão precipitada pode jogar por terra o delicado trabalho de quem deseja garantir um futuro de convivência pacífica, com a presença de cristãos na região. (JSG)

 

(Da Redação Gaudium Press, com informações RomeReports)

 

 

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