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Bispo espanhol publica Carta Pastoral sobre a digna recepção da Sagrada Comunhão

Espanha – Jaén (Sexta-feira, 12-01-2018, Gaudium Press) O Bispo de Jaén, Espanha, Dom Amadeo Rodríguez Magro, publicou uma carta pastoral intitulada “O Corpo de Cristo, uma reflexão do vosso Bispo, sobre como receber a comunhão”, na qual detalha algumas indicações sobre o respeito devido e a preparação espiritual necessária para receber com fruto o Sacramento da Eucaristia. “Cuidemos com muito esmero a comunhão”, recomendou o prelado, “fazemos muito em cada oportunidade que tenhamos para receber a Jesus: nos vai a fortaleza, a autenticidade, a radicalidade de todos os outros aspectos de nossa vida cristã”.

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O Bispo indicou que esta carta corresponde a um desejo seu há tempos, fruto de suas observações sobre o modo como os fiéis recebem a Eucaristia, que no comum dos fiéis de sua Diocese é “muito bom” e expressa “o sentido de adoração que se manifesta no tempo da Consagração”. Infelizmente, o prelado expressou seu desagrado pela atitude de outros que não parecem entender corretamente o ato do qual participam: “Não sei o que acontece, mas, naquele momento de Comunhão, há uma espécie de desconcerto no Templo, com o qual se dá a impressão de que alguns dos presentes não são conscientes do que está acontecendo neles, para eles e também para todos os que participam da Missa”.

“No que diz respeito ao modo de comungar, sem ousar julgar as atitudes interiores, no modo de colocar suas mãos ou sua boca, se reflete que aparentemente não valorizam adequadamente a presença real e sacramental de Jesus no Pão Eucarístico”, lamentou Dom Rodríguez Magro. “É evidente que o que importa são as atitudes espirituais que adotamos; mas as formas também são importantes e devem ser orientadas; especialmente quando percebem hábitos muito pouco corretos e ainda dão a impressão de que estão profundamente enraizados. Para tratar ao Senhor temos que colocar o melhor de nós mesmos”.

Recomendações para uma comunhão bem recebida

O Bispo recomendou participar adequadamente nos ritos de preparação que realiza o sacerdote e educa sobre a sacralidade do Corpo de Cristo. “O sacerdote se prepara interiormente com uma oração íntima que já é um convite para toda a assembleia para se colocar na atitude de espera pelo Corpo e Sangue do Senhor que será recebido”, explicou. “A atitude que deveria cuidar na preparação para a comunhão deveria ser a gratidão pelo dom que o Senhor nos dá; é Ele quem vem até nós. E com gratidão o desejo profundo de recebê-lo em nossa vida”.

“Uma vez que o sacerdote comunga, em seguida convida os fiéis a participarem do banquete eucarístico com uma fórmula que é um anúncio de boas novas: somos convidados a participar das bodas do Cordeiro, a provar na comunhão a vida eterna”, continuou o prelado. “Ao comer o Cordeiro Pascal, este entra em nós em um ato de amor e nos faz um com Ele, ao mesmo tempo que nos une entre nós como Igreja. Daí que quando o sacerdote ao dar-nos a comunhão nos diz ‘o Corpo de Cristo’, nós respondemos ‘amém’, lhe estamos dizendo: ‘Sim, eu quero, aceito, desejo que unas a sua vida com a minha’. Jesus transforma nossa pequena e débil vida em sua própria vida divina. E é por isso que, ante a apresentação do Pão Eucarístico como o Cordeiro de Deus, respondemos com profunda humildade: “Senhor, eu não sou digno de que entres na minha casa, mas uma única Palavra sua será suficiente para me curar”. Tudo isto é evidentemente tão sublime que, ou se leva a sério ou corremos o risco de banalizar o que, pela graça de Deus, enriquece e renova a nossa vida”.

Dom Rodríguez recomendou uma atitude de silêncio e contemplação após receber o Corpo de Cristo, para poder dialogar com Deus. “Este momento é a grande oportunidade para um encontro que fortaleça nossa Fé, nos arraigue na oração e nos oriente em nossa missão, que devemos realizar depois de nos alimentarmos da Eucaristia”, explicou. “No entanto, pelo tom indisciplinado ou distraído que se nota no ambiente, é evidente que isso em alguns casos não está acontecendo”. O prelado lamentou que, para alguns fiéis, a Comunhão signifique o fim da Missa e pediu uma maior catequese para que aprendam a aproveitar as excepcionais condições de ter recebido a Sagrada Comunhão.

O Bispo encorajou a fazer um longo tempo de silêncio mais prolongado após a Comunhão, usando canções que ajudem o clima de adoração e contemplação e não estendê-los durante o tempo de ação de graças. “Se se canta, os cantos tanto no tom da música e, sobretudo, na letra devem convidar à oração. Todas as canções da Comunhão deveriam ser eucarísticas e orantes”, indicou Dom Rodriguez. “O ritmo ou a letra de algumas rompem com muita frequência o tom espiritual que esse momento deve ter e alteram a necessidade de oração que a assembleia tem”. Para aqueles que não podem receber a Sagrada Comunhão, o prelado indicou que o “tom espiritual deve ser o mesmo que para os que comungam; também esse momento da celebração da Eucaristia é tempo de oração e de intimidade com Jesus Sacramentado, apesar de sua comunhão ser ‘espiritual'”.

“Por isso é tão necessário que aqueles que comungam dêem exemplo de quão maravilhoso e importante é receber Jesus sacramentalmente. Como eles vão desejar receber-lhe os que não podem, se os que comungam lhe tratam com tanto descuido? Como vão ter pudor de receber-lhe os que não podem, se os que fazem isso chegarem para comungar com tanta pressa?”, questionou o Bispo. “Como veis, usei um tom simples e espero que claro para tentar orientar melhor o que deveríamos fazer e como fazer. Eu gostaria que todos vocês ficassem com isso: cuidemos com muito esmero da comunhão, receberemos muito em cada oportunidade que tenhamos de receber a Jesus: a força, a autenticidade, a radicalidade de todos os outros aspectos de nossa vida cristã. Os Santos sempre entenderam que todos nós temos que percorrer um caminho: da Eucaristia aos pobres e dos pobres à Eucaristia”. (EPC)

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