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O Chile que o Papa verá, 30 anos depois de João Paulo II

Cidade do Vaticano (Segunda-feira, 15-01-2018, Gaudium Press) O Papa Francisco iniciou hoje a primeira etapa de sua 22ª Viagem Apostólica internacional de seu pontificado e a 6ª ao novo continente.

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A primeira fase de sua viagem será realizada no território chileno. Ele visitará a capital Santiago e as cidades de Temuco e Iquique.
O Chile que espera Francisco e que ele verá será um Chile bem diferente do recebeu e que foi visto por João Paulo II, em 1987.

Há 30 anos, o Chile era governado por Pinochet. Agora a Presidente Michelle Bachelet, que entregará o cargo em março a Sebastián Piñera afirmou que “O Papa Francisco chegará a um país com pleno estado de direito, que recuperou sua democracia em 1990, e que é muito mais diversificado nos diversos âmbitos, com um crescente número de imigrantes”.

Religiosidade

João Paulo II viu um Chile com 12,4 milhões e agora a população é de 18,3 milhões. A mudança não fica só em números de habitantes e na política.

Em seu conjunto e no sobretudo no campo da religiosidade, o perfil do Chile é outro.
Há três décadas, 70% dos chilenos se declaravam católicos, hoje esse percentual caiu. De acordo com pesquisa, em 2014, os católicos são apenas 59%: aumentou o número de ateus e protestantes.

Em 2006, 12% da população se dizia ateia, enquanto em 2014 este percentual subiu para 22%. Já os evangélicos constituíam 14% da população há dez anos, enquanto hoje representam 16% dos chilenos.
Em todas as pesquisas realizadas, retrata-se um perfil que delineia uma tendência para a diminuição entre aqueles que se declaram católicos.

“Conflito mapuche”

Outro aspecto diferente que Francisco vai conhecer: nos ataques contra igrejas na madrugada da última sexta-feira, foram deixados panfletos fazendo menção à questão dos mapuches, povo autóctone que vive nas proximidades de Temuco, cidade que será visitada pelo Papa.

O fato de os agressores terem mencionado o “confito mapuche” não significa necessariamente que os ataques tenham alguma relação com a causa, mas acena para esta questão que gera tensões e conflitos no sul do país.

Nos últimos anos, a região de Araucanía tem sido foco de ataques violentos contra as pessoas mas também contra igrejas.
De 2014 a 2016, 12 igrejas católicas foram incendiadas. Em 2017, foram sete igrejas incendiadas, e todos os ataques são atribuídos ao grupo indígena auto denominado Weichan Auka Mapu .

Espera-se que o Papa leve alguma esperança de solução para este conflito.
No entanto, os serviços de segurança do Chile e do Vaticano levaram em consideração os conflitos existentes na região ao elaborar o esquema de segurança para o Pontífice e para a população.

A Igreja Católica no Chile

O Papa verá, segundo dados de dezembro de 2015 que existem no Chile 27 Circunscrições Eclesiásticas, 960 paróquias, 3.779 Centros Pastorais.

Os bispos são 50, 1.175 os sacerdotes diocesanos, 1.108 os sacerdotes religiosos, 1.138 os diáconos permanentes, 546 os religiosos não sacerdotes, 4.006 as religiosas professas, 472 membros leigos de Institutos Seculares, 1.473 missionários leigos, 43.547 catequistas.

Os seminaristas menores são 39, os maiores 568.

Francisco verá o conjunto de Centros educacionais que são de propriedade da Igreja ou dirigidos por eclesiásticos ou religiosos.
Estes centros são:
957 escolas maternas e primárias, atendendo 258.366 estudantes; 597 escolas médias e secundárias, com 392.582 estudantes e 27 escolas superiores e universidades, com 321.105 estudantes.

Além do campo educacional que sempre preocupou a Igreja Católica, existe outro campo que nunca foi desprezado pela Igreja: o campo da saúde social.

A Igreja administra no país 18 hospitais, 39 ambulatórios, 1 leprosário, 318 casas para idosos e pessoas com invalidez; 205 orfanatos e jardins de infância; 30 consultórios familiares; 43 centros especiais de educação ou reeducação sociais, além de 447 outras instituições.

Espera-se com interesse o que dirá o Papa desse Chile diferente e que orientações dará a essa força religiosa nele existente que não é dona da jurisdição e nem do mando, mas que, porém, possui algo muito mais potente e persuasivo: a influência sobre as almas. (JSG)

 

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