Gaudium news > Arcebispo espanhol escreve mensagem pedindo respeito aos templos

Arcebispo espanhol escreve mensagem pedindo respeito aos templos

Espanha – Valência (Quarta-feira, 17-01-2018, Gaudium Press) O Cardeal Antônio Cañizares, Arcebispo de Valência, Espanha, emitiu no dia 03 de janeiro uma Carta Pastoral dirigida aos sacerdotes da Diocese na qual recomenda um especial cuidado em promover as atitudes de respeito que os fiéis devem ter nos templos. O purpurado assinalou sua “normal preocupação” e “máximo interesse” de que os lugares de culto “sejam casas de oração e não se convertam ou convertamos em lugares profanos”.

Arcebispo espanhol escreve mensagem pedindo respeito aos templos.jpg

“Temos de insistir na catequese no sentido ou significado do templo como morada de Deus e lugar de encontro com Ele, de adoração, de escuta de sua Palavra, de celebração dos sacramentos, sobretudo da Eucaristia para que se reúna na assembleia cristã, como assinala bela e precisamente o Ritual de Dedicação de Igrejas”, expôs o Cardeal em seu comunicado, divulgado pelo informativo ‘Religión en Libertad’. “Venho observando, faz tempo, que é necessário nos esforçarmos para que as igrejas e templos sejam de verdade casas de oração, que convidem à adoração a Deus e a escutar-lhe, à contemplação e gozar de sua presença: somente Ele deve importar-nos e somente a Ele devemos a glória e o louvor que merece”.

O Arcebispo recomendou, ainda de não desatender os aspectos materiais do cuidado do templo (limpeza, beleza, ordem, ornato, entre outros), por uma especial ênfase em promover o silêncio. “Quero insistir ainda mais no silêncio devido para a oração, à escuta da Palavra, para a adoração e a contemplação, para o recolhimento necessário, para o encontro com Deus e consigo mesmo”, exortou o Cardeal, que já havia tocado este tema em uma Carta Pastoral anterior e o propõem novamente aos sacerdotes. “Este silêncio se vê alterado com excessiva frequência e indevidamente no rito da paz, também ao final da celebração, e às vezes inclusive ao entrar no templo”.

Como um exemplo desta educação sobre o silêncio nos templos, o Cardeal Cañizares recordou aos seus próprios pais e professores, que lhe inculcaram uma atitude reverencial na Casa de Deus, que se estendia às posturas e ao silêncio que se guardava desde a porta de entrada. “Exagerados meus pais? Pelo contrário. Me ensinaram a estar diante do Mistério com assombro e admiração, em silêncio e recolhimento como corresponde: nunca lhes agradecerei o suficiente por me terem educado assim”, comentou, lamentando que na atualidade muitos fiéis ingressem aos templos com a mesma disposição exterior que tem nos edifícios seculares, “sem saudar sequer ao ‘Dono’ da casa”.

Outro tema tocado pelo Cardeal foi o da vestimenta adequada. “Infinidade de vezes alguns ou algumas entram com vestes inadequadas ou indecorosas com o respeito que se deve à casa de Deus”, alertou, comparando esta falta de preparação com o empenho que os assistentes de uma ópera põem em se vestir da melhor forma possível. “Teria que se advertir com cartazes que chamem a atenção de que maneira se pode entrar no templo e de que maneira não, como fazem por exemplo na Basílica de São Pedro em Roma. Se alguém entra de forma inadequada ou indecorosa haveria de convidar-lhe com educação para que se retirasse, se mudasse ou pusesse outra veste e que depois venha ao templo, mas o que não pode ser é essa falta de respeito”. O purpurado pediu aos sacerdotes recordar a compostura devida durante o rito da paz nas Eucaristias, assim como nas cerimônias especiais nas quais os fiéis desejam tirar fotografias e criam desordem ao fazê-lo de uma maneira inadequada.

“Também me permito chamar vossa atenção a como nos comportamos ao passar diante do Sacrário; às vezes se passa diante do Sacrário sem se fazer reverência alguma nem genuflexão que é devida. As crianças passam diante do Sacrário sem aviso de que nele está Jesus presente sacramentado”, descreveu o Arcebispo. “Há que educá-los, também há que educar aos maiores”. Da mesma maneira recordou as formas legítimas nas quais os fiéis podem receber a Sagrada Comunhão e sugeriu que “a forma mais consoante com o mistério do Corpo de Cristo que se recebe é comungar de joelhos e na boca. Não sou retrógrado nisso, mas assinalo que é o mais concorde com a Comunhão”.

Finalmente, o purpurado recordou que os templos são lugares de culto que se deve respeitar esta finalidade. “Com respeito a estes devo dizer por fidelidade e respeito ao que é o templo que proíbo terminantemente outros usos profanos que, salvo casos de emergência ou necessidade maior ou peremptória, assim o recomendem e isto com autorização, ao menos, do Vigário da região. Não contribuamos à secularização, a secularização interna da Igreja que é a mais grave de todas”, determinou. “Não esqueçamos jamais as palavras do mesmo Jesus, levado em todo seu zelo de Filho pela glória do Pai, em toda sua profundeza e gravidade: ‘Minha casa é casa de oração'”, concluiu. “Contribuiremos se o fazemos assim, conforme as indicações que os ofereço, a ir superando a secularização tão grande que padecemos e que é necessário superar. Desta maneira contribuímos ao culto no ‘espírito e verdade’, que nos diz Jesus, e a cumprir o que manda o Primeiro mandamento de amar a Deus sobre todas as coisas”. (EPC)

Deixe seu comentário

Notícias Relacionadas