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“Maria é arca segura no meio do dilúvio”, diz Francisco na festa da Trasladação da Salus Populi Romani

Cidade do Vaticano (Segunda-feira, 29-01-2018, Gadium Press) A celebração Eucarística na Festa da Trasladação do ícone Salus Populi Romani, na manhã do domingo, na Basílica Papal de Santa Maria Maior, foi presidida pelo Papa Francisco.

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O Ícone da Padroeira de Roma retrata a Virgem Maria tendo nos braços o Menino Jesus abençoando.
“Estamos aqui, como povo de Deus a caminho, para uma pausa no templo da Mãe. A presença da Mãe faz deste templo uma casa familiar para nós, filhos”, foram as palavras introdutórias da homilia do Pontífice na Festa da Trasladação.

Casa materna, onde se encontra repouso, consolação, proteção, refúgio…

Assim continuou o Papa sua homilia: “Associando-nos a gerações e gerações de romanos, reconhecemos nesta casa materna a nossa casa, a casa onde encontrar repouso, consolação, proteção e refúgio. “

“O povo cristão compreendeu, desde o início, que, nas dificuldades e provações, é preciso recorrer à Mãe, como indica a mais antiga antífona mariana: À vossa proteção, recorremos, Santa Mãe de Deus; não desprezeis as nossas súplicas em nossas necessidades; mas livrai-nos de todos os perigos, ó Virgem gloriosa e bendita”.

O Pontífice quis recordar, no tempo, o ato de recorrer a Maria:
“Recorremos, procuramos refúgio. Os nossos pais na fé nos ensinaram que, nos momentos turbulentos, é preciso acolhermo-nos sob o manto da Santa Mãe de Deus.
Outrora os perseguidos e os necessitados procuravam refúgio junto das mulheres nobres da alta sociedade: quando o seu manto, que era considerado inviolável, se estendia em sinal de acolhimento, a proteção era concedida”, recordou o Papa.
“O mesmo, fazemos nós em relação a Nossa Senhora, a mulher mais sublime do gênero humano. O seu manto está sempre aberto para nos acolher e recolher-nos. “

“Bem o recorda o Oriente cristão, onde muitos celebram a Proteção da Mãe de Deus, que, num lindo ícone, é representada com o seu manto abrigando os filhos e cobrindo o mundo inteiro.
Os próprios monges antigos recomendavam que, nas provações, nos refugiássemos sob o manto da Santa Mãe de Deus: invocá-La – ‘Santa Mãe de Deus’ – já era garantia de proteção e ajuda.”

Uma sabedoria que vem de longe

O Papa interpreta que “esta sabedoria, que vem de longe, nos ajuda: a Mãe guarda a fé, protege as relações, salva nas intempéries e preserva do mal. Onde Nossa Senhora é de casa, o diabo não entra; onde está a Mãe, a perturbação não prevalece, o medo não vence.
Quem de nós não precisa disto? Quem de nós não se sente às vezes perturbado ou inquieto? Quantas vezes o coração é um mar em tempestade, onde as ondas dos problemas se amontoam e os ventos das preocupações não cessam de soprar!”

Então, diz o Santo Padre:

” Maria é a arca segura no meio do dilúvio. ” “Não serão as ideias ou a tecnologia a dar-nos conforto e esperança, mas o rosto da Mãe, as suas mãos que acariciam a vida, o seu manto que nos abriga.

Aprendamos a encontrar refúgio, indo todos os dias junto da Mãe”.

Gregorusa

“Não desprezeis as súplicas. Quando nós A imploramos, Maria intercede por nós. Há um lindo título em grego -Grigorusa- que significa ‘Aquela que intercede prontamente’; que não demora, como ouvimos no Evangelho, onde imediatamente leva a Jesus a necessidade concreta daquelas pessoas: ‘Não têm vinho!’ (Jo 2, 3).

Assim faz Ela, sempre que A invocamos: quando nos falta a esperança, quando escasseia a alegria, quando se esgotam as forças, quando se obscurece a estrela da vida, a Mãe intervém.

Ela “Está atenta ao cansaço, sensível às turbulências, próxima do coração. “
E nunca, nunca despreza as nossas orações; não deixa perder-se uma sequer. É Mãe, nunca Se envergonha de nós; antes, só espera poder ajudar os seus filhos. “

Livrai-nos de todos os perigos…

“O próprio Senhor sabe que precisamos de refúgio e proteção em meio a tantos perigos. Por isso, no momento mais alto, na cruz, disse ao discípulo amado, a cada discípulo:

‘Eis a tua Mãe!’, recordou o Papa, insistindo ainda nas nossas necessidades:
“A Mãe não é um dom opcional, é o testamento de Cristo. ” E precisamos d’Ela como precisa de repouso um viajante, de ser levado nos braços como um bebê. É um grande perigo para a fé viver sem Mãe, sem proteção, deixando-nos arrastar pela vida como as folhas pelo vento.

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Amar Maria é saber viver

O Senhor sabe que é assim e recomenda-nos acolher a Mãe. “Não é um galanteio espiritual, é uma exigência de vida. Amá-La, não é poesia; é saber viver. Porque, sem Mãe, não podemos ser filhos. E, antes de tudo, nós somos filhos, filhos amados, que têm Deus por Pai e Nossa Senhora por Mãe.”

‘Maria é ‘sinal de esperança segura e de consolação para o povo de Deus ainda peregrinante’, recordou o Papa explicando que, se não seguimos este sinal que Deus posicionou para nós, extraviamo-nos. Esta sinalização da vida espiritual deve ser observada por nós “que, entre perigos e angústias, caminhamos ainda na terra”. E esta sinalização nos indica a Mãe, que já chegou à meta.

Francisco prosseguiu com sua reflexão perguntando: “Quem melhor do que Ela nos pode acompanhar no caminho? Por que esperamos? Como o discípulo que, ao pé da cruz, acolheu consigo a Mãe ‘como sua’, também nós convidamos Maria, desta casa materna, para a nossa casa.”

” Não se pode ficar indiferente, nem separado da Mãe, caso contrário perdemos a nossa identidade de filhos e de povo, e vivemos um cristianismo feito de ideias e programas, sem consagração, sem ternura, nem coração. “

A Fé, o amor e a fábula

Para encerrar, o Santo Padre afirmou e concluiu, em seguida:
“Mas, sem coração, não há amor; e a fé corre o risco de se tornar uma linda fábula doutros tempos. Ao contrário, a Mãe guarda e prepara os filhos. Ama-os e protege-os, para que amem e protejam o mundo.

Façamos da Mãe o hóspede do nosso dia-a-dia, a presença constante em nossa casa, o nosso refúgio seguro.
Consagremos-Lhe cada dia. Invoquemo-La em cada turbulência. E não nos esqueçamos de voltar junto d’Ela para Lhe agradecer”. (JSG)

(Da Redação Gaudium Press, com informações Vatican News”

 

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