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Por que existe o sofrimento?

Redação (Quarta-feira, 07-02-2018, Gaudium Press) Saber sofrer é saber viver. Jesus Cristo nos faz compreender o significado do sofrimento. Ninguém sofreu como Ele e ninguém como Ele soube enfrentar o sofrimento e dar-lhe um sentido transcendente.

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Um dia Karl Wuysman, escritor francês, entre o revolver e o crucifixo, escolheu o crucifixo. 

O fato de Jesus ter sofrido como ninguém, e ser Deus e Santo, mostra que o sofrimento não é castigo. Uma prova de que Deus não deseja o sofrimento, e não o manda como castigo a alguém, é que um sinal forte de que o Reino de Deus já estava entre nós, eram as curas, os milagres, os exorcismos, etc, que Jesus fazia, isto é, vitórias sobre o mal e sobre o sofrimento.

Alguns perguntam: se Deus existe, então, como pode permitir tanta desgraça? A resposta católica para o problema do sofrimento foi dado de maneira clara por S. Agostinho († 430), e por S. Tomás de Aquino († 1274):

“A existência do mal não se deve à falta de poder ou de bondade em Deus; ao contrário, Ele só permite o mal porque é suficientemente poderoso e bom para tirar do próprio mal o bem” (Suma Teológica l qu, 22, art. 2, ad 2). “Tudo concorre para o bem dos que amam a Deus” (Rm 8,28). Deus, sendo Perfeitíssimo, não pode ser causa do mal, logo, esta é a própria criatura, que pode falhar, já que não é perfeita como o seu Criador. Por outro lado, o mal pode ser também o uso mau de coisas boas.
Uma faca é boa na mão da cozinheira, mas na mão do assassino…

O sofrimento da humanidade, sobretudo, é também fruto do pecado. São Paulo disse que “o salário do pecado é a morte” (Rm 6,23). Os nossos erros geram sofrimentos para os nossos descendentes também.

Os filhos não herdam os pecados dos pais, mas podem sofrer pelas consequências desses pecados.

O Papa João Paulo II, em 11/02/84, na Carta Apostólica sobre o sofrimento disse que: “O sentido do sofrimento é tão profundo quanto o homem mesmo, precisamente porque manifesta, a seu modo, a profundidade própria do homem e ultrapassa esta. O sofrimento parece pertencer à transcendência do homem” (Dor Salvífica, nº 2).

Para que o homem fosse “grande”, digno, nobre, Deus o fez livre, inteligente, com sensibilidade, vontade, memória, etc.

Deus não poderia impedir o homem de lhe dizer Não; senão lhe tiraria a liberdade, e ele seria apenas um robô, marionete, teleguiado. E Deus não quis isto. Deus não é paternalista; é Pai; não fica “passando a mão por cima” dos erros dos filhos.

Esta é a lei da justiça: quem erra deve arcar as consequências dos seus erros. “Deus não fez a morte nem tem prazer em destruir os viventes” (Sab.1,13).

Por Prof. Felipe Aquino
(Professor de História da Igreja do “Instituto de Teologia Bento XVI” – Escreveu 73 livros.)

 

 

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