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Jovem religiosa conta como vestir o hábito lhe ajuda a viver sua vocação

Estados Unidos – Califórnia (Quinta-feira, 15-02-2018, Gaudium Press) Uma jovem religiosa das Irmãs Marianas de Santa Rosa em Santa Rosa, Califórnia, Estados Unidos, escreveu um ensaio acadêmico sobre seu trabalho de elaboração dos hábitos religiosos em seu convento. O texto, que descreve belamente a profundidade deste trabalho e o sentido que o hábito tem para ela como um testemunho visível da Fé, foi reproduzido pelo autor David Clayton no blog ‘New Liturgical Movement’.

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“Ao longo dos séculos, este tipo de vestimenta, quer dizer, o hábito religioso, tomou muitas formas nas diversas comunidades que Deus chamou a ser. Durante os últimos sessenta anos, o valor, a relevância e a necessidade do hábito tem sido questionados. No entanto, muitos jovens com vocação à vida religiosa se sentem atraídos pelas comunidades que o utilizam”, expressou a religiosa no texto. “É minha opinião que em nosso mundo de hoje, este testemunho visível do hábito religioso ainda é necessário para proclamar silenciosamente, mas eloquentemente, a realidade, presença e primazia de Deus”.

Após recordar alguns trechos da história do uso de hábitos religiosos na Igreja e gradual transformação, a religiosa citou documentos como a Exortação Apostólica ‘Vita Consecrata’ de São João Paulo II ou o Decreto ‘Perfectae Caritatis’, para recordar o sentido que o hábito tem para as congregações que o conservam. “A Igreja reconhece e articula que o hábito é importante. Proporciona o testemunho visível de que Cristo é o primeiro em nossas vidas e que um religioso se esforça para viver completamente naquela realidade. Usar o hábito declara exclusivamente que os religiosos não se preocupam pelas coisas materiais e confiam em Deus para todas as necessidades temporais”, afirmou. “A simplicidade e a pobreza da vida religiosa se manifestam tendo apenas uma coisa para vestir, tanto para o trabalho diário quanto para ocasiões mais formais. Inclusive se o hábito de uma comunidade necessita ser modificado por razões práticas ou pelo apostolado particular, ainda deve ser um claro sinal de consagração para todos, inclusive a própria religiosa. O hábito é uma testemunha tanto para a realidade de Deus, como de que existimos para viver e trabalhar somente para Ele”.

O hábito liberta e ajuda

A religiosa recordou como observar as religiosas com hábitos teve uma influência positiva na descoberta de sua vocação e como desde menina ela brincava de se vestir de religiosa, relacionando diretamente a vestimenta especial das consagradas com o significado de sua entrega a Cristo. “Desde que recebi o hábito das Irmãs Marianas de Santa Rosa, sou muito grata todas as manhãs por vestir-me com este hábito. O hábito proporciona uma liberdade que para o mundo parece uma restrição”, descreveu. A religiosa expôs as vantagens materiais de não ter que escolher o que usar e os benefícios espirituais desta simplicidade. “Agora, meu tempo é usado para embelezar minha alma para a recepção do meu Esposo na Sagrada Comunhão mais tarde esse dia”.

“Enquanto eu visto o santo hábito, estou rezando, pedindo a Deus a força para o que eu enfrentarei nesse dia e vestindo-me em sua graça. A criatividade não é suprimida, mas se redireciona diante de mim para inventar novas formas de dar glória a Deus e mostrar-lhe amor à Ele e aos que me rodeiam”, explicou a religiosa. “Minha personalidade, em vez de ser sufocada pelo hábito, se revela ainda mais claramente através de minhas ações e palavras porque minha roupa não é uma distração. Usando o hábito, sou livre e inclusive espero rezar em público e dizer ‘Deus o abençoe’ a todos porque sou o que pareço: totalmente dedicada a Deus”. O hábito lhe facilita chegar a mais pessoas, receber intenções de oração e recordar os transeuntes a existência de Deus.

Finalmente, o hábito inclui auxílio para comunicar a Fé à própria religiosa que o veste. “Na minha experiência, o hábito ajuda a recordar e rezar em tempos de oração formal, assim como também quando faço meus deveres. Os lados do nosso véu, que cobrem nossos ombros, atuam obstruindo nossa visão periférica, direcionando nosso foco para Deus”, comentou. “Nosso hábito é longo, forçando-nos a nos mover com cuidado e graça como Maria. Quando estou lutando, ou preciso de ajuda com alguma coisa, encontro que minha mão se alça para fechar Nossa Senhora na minha Medalha Milagrosa. Como uma Irmã professa, levo um anel, que me recorda que sou a Noiva de Cristo antes de qualquer função ou dever que tenho no apostolado. Sei, cada vez que ajo, que atuo não como indivíduo, mas como representante de Cristo, sua Igreja e nossa comunidade”.

“O hábito religioso é o belo sinal da consagração a Deus desde a Igreja primitiva. Todos os que o veem são lembrados de que há um propósito mais elevado nesta vida do que as preocupações deste mundo, que há alguma razão, a saber, o amor de Deus, para que os religiosos se vistam desta maneira”, concluiu a religiosa. “O hábito declara sem palavras que esta pessoa tem uma forte relação e poder de intercessão com Deus. O valor do testemunho do hábito se demonstra por seu ressurgimento na Igreja e continuará sendo uma clara manifestação de Deus para o mundo”.(EPC)

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