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Possível altar da época dos Cruzados é encontrado na Basílica do Santo Sepulcro

Jerusalém – Israel (Quarta-feira, 21-02-2018, Gaudium Press) O translado de um misterioso bloco de pedra durante as obras de restauração da edícula do Santo Sepulcro na Basílica de mesmo nome em Jerusalém permitiu a identificação do que poderia ser o altar principal do templo na época dos Cruzados. Alguns detalhes sobre a investigação do altar foram publicados pela revista ‘Smithsonian’ dos Estados Unidos, que destacou como o importante elemento permaneceu “escondido à plena vista” durante muito tempo.

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A rocha, que foi apelidada como “pedra de graffiti”, se encontrava situada ao lado de uma esquina mal iluminada da Basílica e somente foi identificada como uma peça de grande importância quando os especialistas que realizavam o trabalho de restauração decidiram movê-la com ajuda de um guindaste. Amit Re’em, membro da Autoridade de Antiguidades de Israel, se interessou pelo desenho intrincado da pedra e constatou com a ajuda da historiadora Ilya Berkovich, da Universidade Ludwig Maximillian de Munique, que concorda com o empregado na arquitetura sacra de Roma no século XII. As características da peça permitiram aos pesquisadores constatar que fazia parte de uma estrutura maior, correspondendo provavelmente ao altar principal da Basílica, sobre o qual se havia celebrado a Missa por mais de 500 anos até um grave incêndio em 1808.

O altar teria sido enterrado sob um novo piso do templo e deveria ter aparecido nas escavações arqueológicas realizadas por especialistas gregos cujas descobertas nunca foram tornadas públicas. Segundo a denúncia de um sacerdote católico anônimo, a equipe teria encontrado restos correspondentes à era dos Cruzados, mas foram removidos e cobertos para permitir o acesso aos vestígios da era bizantina que interessavam mais aos pesquisadores. O trabalho de Re’em e Berkovich permitiu inclusive identificar uma das marcas como o desenho característico da família Cosmati, artesãos que trabalhavam para o Papa e que teriam trabalhado na Basílica. “Creio que esta requintada peça de arte poderia ser prova de um patrocínio artístico papal no templo”, declarou Re’em. “É uma prova de que a arte dos Cruzados estava altamente desenvolvida”.

Ainda está para ser encontrada uma porção perdida do painel de pedra e realizados estudos mais profundos para comprovar a teoria da possível identidade do altar. Os trabalhos sofrem as limitações das delicadas relações entre as diferentes comunidades que fazem uso do templo, e a rocha permanece sem marcação e disposta junto a um muro, com a diferença de que suas decorações já se encontram à vista dos peregrinos. (EPC)

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