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Igreja trabalha pelo reconhecimento do martírio do arcebispo de Mosul, no Iraque

Cidade do Vaticano (Quarta-feira, 14-03-2018, Gaudium Press) A Igreja no Iraque trabalha para que “seja reconhecido o martírio” do arcebispo de Mosul, dos Caldeus, Dom Paulos Faraj Rahho e também de “muitas vítimas cristãs que sacrificaram as suas vidas para defender a sua fé”, afirma o arcebispo de Kerkük dos caldeus, Dom Yousif Thomas Mirkis, dez anos após a morte do prelado, sequestrado em 29 de fevereiro de 2008 e cujo corpo foi encontrado em 13 de março.

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Abertura de Processo: Congregação para as Causas dos Santos recebera relatos

Em uma declaração feita para a Asianews, Dom Markis disse que “Devemos empenhar-nos para que este e outros sacrifícios de vidas humanas sejam reconhecidos pela Igreja. Estamos trabalhando para preparar um dossiê a ser apresentado à Congregação para as Causas dos Santos”.

“Para nós cristãos iraquianos, é importante que a sua morte seja recordada, porque é um testemunho das raízes dos cristãos nesta terra.
Não obstante daesh, não obstante as ameaças de conversão ou morte, nós queremos um exemplo de fé e de pertença ao Iraque”.

Um homem modesto, simples

A comunidade caldeia está mobilizada para recordar a memória do prelado que foi sequestrado por um grupo armado quando saia da igreja após um ofício religioso em 29 de fevereiro de 2008.

O comando terrorista disparou contra o motorista e outras duas pessoas. O corpo de Dom Rahho foi encontrado no dia 13 de março nas proximidades de um cemitério abandonado em Mosul.

O arcebispo de Kerkük dos caldeus recordou o compassivo prelado Dom Paulos Faraj Rahho como sendo “um homem modesto e simples”, que amava a sua cidade. Uma ligação que o levou a permanecer ali, não obstante as ameaças de morte e o bombardeio em 2004 perpetrado contra o distrito caldeu de Shifa.

Outros mártires

Em 2007, um ano antes de sua morte, a comunidade caldeia já havia chorado o martírio do padre Ragheed Gannji, assassinado junto com outros três fiéis.

Mas, o sacrifício dos cristãos no Iraque, mortos por causa de fé, é um drama que continua ainda hoje.

Ainda há pouco, a comunidade caldeia de Bagdá chorou a morte de um jovem pai de família cristão, de apenas 27 anos.
Na manhã de 25 de fevereiro, por ódio à Fé, Samer Jajjo foi morto a sangue frio por um grupo de homens armados, diante da própria casa no distrito de Naeeriya, era casado e pai de dois filhos.

Com o Evangelho, resistir à violência

O arcebispo de Kerkük exortou a comunidade cristã iraquiana a “manter sempre vivas a coragem e a esperança” e “em nome do Evangelho”, resistir às violências.

Dom Mirkis foi a Mosul, onde encontrou um grupo de estudantes universitários cristãos e muçulmanos que havia acolhido em sua diocese durante a ocupação da cidade pelos terroristas extremistas da facção Estado Islâmico.

“A cidade ainda traz os sinais da guerra e é pesado o balanço das devastações”, relatou o arcebispo caldeu, que ainda comentou que a administração local e os seus habitantes estão realizando grandes esforços para a reconstrução. (JSG)

 

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