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Festa da Misericórdia: Papa desafia católicos a “deixar-se perdoar”

Cidade do Vaticano (Segunda-feira, 09-04-2018, Gaudium Press) Durante a homilia da Missa que presidiu na Praça São Pedro, na comemoração da Festa da Divina Misericórdia, o Papa Francisco o Pontífice relacionou a Misericórdia e as Chagas do Senhor:

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“Entrando hoje, através das chagas, no mistério de Deus, entendemos que a misericórdia não é mais uma das suas qualidades, entre outras, mas o palpitar do seu próprio coração. E então, como Tomé, já não vivemos como discípulos vacilantes; devotos, mas hesitantes; também nós nos tornamos verdadeiros apaixonados pelo Senhor”.

A Festa foi comemorada por Francisco na Praça São Pedro com milhares de peregrinos e nela esteve presente também Missionários da Misericórdia dos cinco continentes, e foi ocasião para o Papa destacar a centralidade desta proposta na vida da Igreja.

Os Missionários da Misericórdia

Uma semana depois da celebração da Páscoa, Francisco convocou a Roma os Missionários da Misericórdia e movimentos ligados a esta devoção.

Foi o próprio Papa Francisco quem criou os Missionários da Misericórdia durante o último Jubileu extraordinário (205-20016).

Durante sua homilia o Papa afirmou: “Podemos considerar-nos e chamar-nos cristãos, e falar sobre muitos belos valores da fé, mas, como os discípulos, precisamos de ver Jesus tocando o seu amor.

Só assim podemos ir ao coração da fé e, como os discípulos, encontrar uma paz e uma alegria mais fortes que qualquer dúvida”.
A intervenção partiu do episódio entre o discípulo São Tomé e Jesus Cristo, após a ressurreição, sublinhando que os discípulos reconheceram Jesus “através das suas chagas”.

E o Papa assinalou ainda:
“Também a nós não basta saber que Deus existe: um Deus ressuscitado, mas longínquo, não preenche a nossa vida; não nos atrai um Deus distante, por mais que seja justo e santo. Não. Nós também precisamos de ‘ver Deus’, de ‘tocar com a mão’ que Ele tenha ressuscitado por nós”, assinalou o Papa.

Deus é Misericórdia

“O Deus ferido de amor vem ao encontro das nossas feridas. E torna as nossas chagas miseráveis semelhantes às suas chagas gloriosas. Pois Ele é misericórdia e faz maravilhas nas nossas misérias”, disse o Santo Padre para, logo em seguida, convidar aos católicos a não ter medo da Confissão, para que todos se possam “deixar perdoar” por Deus.

Deixo-me perdoar?

“Pergunto a cada um de vós: deixo-me perdoar?”, questionou Francisco que mostrando que a “vergonha” das próprias falhas não deve ser uma “porta fechada” para Deus, mas um “primeiro passo” para o encontro.

“Diante de Deus, somos tentados a fazer como os discípulos no Evangelho: trancarmo-nos por detrás de portas fechadas. Eles faziam isso por temor e nós também temos medo, vergonha de abrir-nos e contar os nossos pecados”, frisou.

Fechar a porta por dentro

A homilia alertou depois para a “resignação” que leva a renunciar à misericórdia divina, em vez de “receber o perdão de Deus, e seguir em frente, de perdão em perdão”.

O Papa falou de uma “porta fechada” no coração dos crentes, o seu pecado:

“Quando cometo um grande pecado, se eu, com toda a honestidade, não me quero perdoar, por que o faria Deus? Esta porta, no entanto, está fechada só de um lado: o nosso; para Deus nunca é intransponível”, defendeu Francisco.

“Como Tomé, pedimos hoje a graça de reconhecer o nosso Deus: de encontrar no seu perdão a nossa alegria; na sua misericórdia a nossa esperança”, concluiu.

Reunião de Missionário da Misericórdia

Centenas de missionários da misericórdia estão reunidos em Roma, de 7 a 11 de abril, num evento organizado pelo Pontifício Conselho para a Promoção da nova Evangelização.

O programa inclui uma audiência com o Papa, na próxima terça-feira, no Vaticano. Após este encontro, os missionários celebrarão a Missa na Basílica de São Pedro, ao meio-dia de Roma.

No final da Missa deste Domingo da Misericórdia, Francisco quis agradecer o “serviço” prestado pelos missionários, antes de deixar uma saudação às comunidades cristãs que, por seguirem o calendário juliano, celebravam a Páscoa no domingo e desejou-lhes:

“Que o Senhor ressuscitado os encha de luz e de paz e conforte as comunidades que vivem em situações particularmente difíceis”.

(JSG)

 

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