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O testemunho cristão incomoda, diz Francisco em homilia

Cidade do Vaticano (Quinta-feira, 12-04-2018, Gaudium Press) Nesta quinta-feira, o Papa Francisco reiniciou suas celebrações matutinas diárias na Capela da Casa Santa Marta.

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Na homilia do retorno o Papa se inspirou na alegria pascal para ressaltar três características: obediência, testemunho e concretude.

Francisco recordou que os 50 dias do tempo pascal foram para os apóstolos um “tempo de alegria” pela Ressurreição de Cristo. Uma alegria verdadeira, mas ainda duvidosa, temerária, enquanto depois, com a descida do Espírito Santo, a alegria se tornou “corajosa”.

Antes da vinda do Espírito Santo, eles “entendiam porque viam o Senhor, mas não entendiam tudo”. Apesar de felizes, não conseguiam entender: “Foi o Espírito Santo que os fez entender tudo”, disse.

Obediência

A primeira leitura extraída dos Atos (At 5,27-33), nos mostra que os Apóstolos são levados diante do Sinédrio, onde o sumo sacerdote lhes recorda a proibição de ensinar em nome de Jesus.

E a resposta de Pedro foi: “É preciso obedecer antes a Deus que aos homens”.
Mais tarde a palavra “obediência” reaparece Evangelho, Jo 3,31-36.

E Francisco, então, aponta para “uma vida de obediência” que é aquela que caracteriza os apóstolos que receberam o Espírito Santo:
Obediência para seguir a estrada de Jesus, que “obedeceu até ao fim” como no Monte das Oliveiras.
Obediência que consiste em fazer a vontade de Deus.
Obediência que é o caminho que o Filho “nos abriu”, afirmou ele, para mostrar que o cristão, portanto, “obedece a Deus”, assim como fizeram os apóstolos.

Testemunho

A segunda característica dos apóstolos, afirmou o Papa, é “o testemunho”:
“o testemunho cristão incomoda”.

O testemunho cristão não conhece “meio-termo” entre o mundo e nós, mas “Conhece a paciência de acompanhar as pessoas que não compartilham o nosso modo de pensar, a nossa fé, de tolerar, mas jamais de vender a verdade”:

“Primeiro, obediência. Segundo, testemunho, que incomoda tanto. E todas as perseguições que existem, daquela época até hoje… Pensem nos cristãos perseguidos na África, no Oriente Médio… Mas existem mais do que nos primeiros tempos, na prisão, degolados, enforcados por confessar Jesus. Testemunho até o fim.”

Concretude

O terceiro aspecto sobre o qual refletiu o Francisco foi a concretude dos apóstolos:
Eles falavam de coisas concretas, “não de fábulas”.

Assim como os apóstolos viram e tocaram, cada um de nós, disse ainda Francisco, “tocou Jesus na própria vida”:
“Acontece que muitas vezes os pecados, os comprometimentos, o medo, nos fazem esquecer este primeiro encontro, do encontro que nos mudou a vida. Eh sim, nos remete a uma lembrança, mas a uma lembrança aguada; nos faz cristãos mas como “colônia de rosas”. Aguados, superficiais. Pedir sempre a graça ao Espírito Santo da concretude. Jesus passou pela minha vida, pelo meu coração. O Espírito entrou em mim. Talvez, depois, tenha esquecido, mas a graça da memória do primeiro encontro.”

Alegria Pascal

O Papa Francisco encerrou suas palavras refletido que é tempo de pedir a alegria pascal:

“Vamos pedi-la uns aos outros, mas aquela verdadeira alegria que vem do Espírito Santo, que dá o Espírito Santo: a alegria da obediência pascal, a alegria do testemunho pascal e a alegria da concretude pascal.” (JSG)

(Da Redação Gaudium Press, com informações Vatican News)

 

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