Papa: seguir Jesus pela Fé e não por interesse
Cidade do Vaticano (Segunda-feira, 16-04-2018, Gaudium Press) O Papa Francisco celebrou a missa na capela da Casa Santa Marta, na manhã desta segunda-feira (16/04). Foi o seu primeiro compromisso desta semana.
A homilia da Papa foi uma advertência:
não seguir Jesus por “interesse”, ou seja, pelos milagres que realiza.
E uma exortação: buscar Jesus pela fé, para ouvir a sua Palavra.
Portanto, é necessário refrescar a memória sobre o que o Senhor realizou em nossa vida a fim de responder com amor.
Procurar Jesus por interesse…
As palavras do Pontífice forma inspiradas no Evangelho de João, indicado pela liturgia de hoje. No Evangelho encontramos o episódio da multiplicação dos pães e dos peixes.
Uma multidão queria fazer de Jesus rei e o procurou não apenas para ouvi-lo, mas por “interesse”, porque fazia milagres.
Jesus, no entanto, se retira e, quando encontra a multidão, a repreende:
“Estais me procurando não porque vistes sinais, mas porque comestes pão e ficastes satisfeitos.”
Jesus era procurado por dois tipos de pessoas:
de um lado procuravam Jesus para sentir como a sua Palavra “chega ao coração”, pela fé, de outro também por interesse.
Eram pessoas boas, mas com uma fé um pouco interesseira.
Jesus repreende a pouca fé e elogia quem se aproxima dele com fé.
Dois comportamentos: procurar Jesus por amor
Um comportamento que transparece também na cura do possuído por demônios na região dos gerasenos: quando as pessoas veem que ele perdeu os porcos, pensam que não as convêm, que elas perdiam dinheiro e, portanto, disseram-lhe para ir embora.
Outro comportamento é a cura dos dez leprosos: somente um volta para agradecer enquanto os outros, depois da cura, se esqueceram de Jesus. Por isso, Jesus convida a trabalhar não pelo alimento que perece, mas pelo que permanece para a vida eterna, isto é, pela “Palavra de Deus e o amor de Deus”.
Santo Estevão
Havia ali também outro tipo de comportamento, o correto.
Era o de Santo Estevão como narra a Primeira Leitura: pessoas não conseguiam resistir à sua sabedoria:
“Seguia Jesus sem medir as consequências: isso me convém, isso não me convém… não era interesseiro. Amava.
Ele seguiu Jesus, claro; e assim terminou.
Eles tramaram contra ele a armadilha da calúnia, eles o fizeram entrar ali e acabou sendo apedrejado. Mas dando testemunho de Jesus.”
Jesus: modelo de como entregar a própria vida
A multidão do Evangelho e Estêvão seguem Jesus, mas existem diferenças.
São duas maneiras de seguir Jesus: doando a vida ou “com um pouco de interesse pessoal”, ressaltou o Papa.
O convite que faz a cada um é o de perguntar a si mesmo como seguir Jesus. O seu conselho é o de “refrescar a memória”, perguntando a si mesmo o que Jesus fez, não de maneira genérica, mas concretamente, na própria vida:
“E encontraremos muitas coisas grandes que Jesus nos deu gratuitamente, porque nos ama: cada um de nós. E quando eu vejo as coisas que Jesus fez por mim, me faço a segunda pergunta: e eu, o que devo fazer por Jesus?
E assim, com estas duas perguntas, talvez conseguiremos nos purificar de toda forma de fé interesseira.
Quando vejo tudo aquilo que Jesus me deu, a generosidade do coração diz: “Sim, Senhor, dou tudo! E não farei mais estes erros, estes pecados, mudarei de vida…”
O caminho da conversão por amor: você me deu muito amor e eu também lhe dou este amor”.
Para purificar a Fé
Por fim, o Papa reiterou a importância destas duas perguntas para purificar a fé:
“Este é um bom teste de como seguimos Jesus: por interesse ou não? Refrescar a memória: as duas perguntas. O que Jesus fez por mim, na minha vida, por amor? E vendo isso, o que tenho que fazer por Jesus, como eu respondo a esse amor. E assim seremos capazes de purificar a nossa fé de todo interesse. Que o Senhor nos ajude neste caminho.” (JSG)
Da Redação Gaudium Press, com informações Vatican News)
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